Sistema mineiro de qualidade do leite apresenta primeiros resultados

O Sistema Mineiro de Qualidade do Leite (SQML), que está sendo implantado pelo Polo de Excelência do Leite e Derivados de Minas Gerais, já apresenta resultados positivos. Números divulgados pela empresa contratada para realizar a capacitação, QConz América Latina, mostram a redução significativa na contagem bacteriana total (CBT) e na contagem de células somáticas (CCS) nos laticínios que aderiram ao programa.

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O Sistema Mineiro de Qualidade do Leite (SQML), que está sendo implantado pelo Polo de Excelência do Leite e Derivados de Minas Gerais, já apresenta resultados positivos. Números divulgados pela empresa contratada para realizar a capacitação, QConz América Latina, mostram a redução significativa na contagem bacteriana total (CBT) e na contagem de células somáticas (CCS) nos laticínios que aderiram ao programa.

Os dados revelam que os fornecedores das indústrias laticinistas participantes estão conseguindo se adequar às novas exigências da Instrução Normativa 51. O Laticínio Alzira, por exemplo, reduziu cerca de 70% no índice de CBT e 45% no de CCS, entre os meses de abril e julho. Essa diminuição serve como parâmetro no que diz respeito ao aumento da qualidade e do rendimento dos produtos lácteos.

A fábrica localizada no município de Argirita, Zona da Mata, foi uma das primeiras a ter seus fornecedores atendidos pelo SQML. "O programa trouxe boas perspectivas para nós. Já implementei em quase todos os meus fornecedores e foi possível observar uma melhora quase instantânea na qualidade do queijo", declara o diretor-geral do laticínio, Mário Cézar.

Outro resultado positivo foi notado no Laticínio São Vicente, localizado em São Vicente de Minas, no sul do estado. De acordo com o Qconz, entre os meses de junho e agosto houve uma diminuição em média de 64% em CBT e de 41% em CCS. "Estou muito satisfeito com os resultados. Fiquei surpreso como uma coisa tão simples pode trazer frutos tão rápidos e significativos. Com certeza está sendo muito bom, tanto para o laticínio, quanto para os produtores. Agora estamos planejando ampliar o trabalho", relata o diretor, Paulo Gribel.

Até o momento, o SMQL atingiu 40 indústrias laticinistas, nos quais 20 já tiveram o treinamento finalizado. No total, cerca de 300 produtores rurais foram capacitados. A iniciativa tem subsídio de 50% do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), o que representa um valor de R$ 5 mil, cabendo ao laticínio os outros 50%.

Para o coordenador do projeto, Abel Fernandes, os resultados do SQML atendem as expectativas iniciais. " O Projeto foi uma demanda do setor de laticínios através do sindicato das indústrias lácteas. Sentimos felizes por atender uma demanda antiga e não resolvida para muitos. Hoje a cadeia produtiva do leite conta com uma ferramenta de fácil uso e de custo reduzido para produção de leite com qualidade e segurança."

A capacitação das indústrias laticinistas faz parte do projeto de qualificação desenvolvido pelo SQML. A expectativa é de que, até o final do ano, fornecedores de cem indústrias sejam contemplados com o treinamento.

Como funciona

O projeto-piloto foi baseado em uma metodologia neozelandesa, que reúne técnicas simples e econômicas, tanto para a implantação, quanto para sua manutenção. Estas experiências foram trazidas pela Qconz que elaborou, em parceria com o Polo do leite, o sistema de qualidade.

O trabalho é realizado em oito dias em cada laticínio, sendo dois dias de consultoria para definir e implantar a infraestrutura de qualidade (procedimentos, documentos fundamentais e ações corretivas na indústria), três dias de formação em CBT, CCS e antibióticos para ambos os sistemas de ordenhada (manual e mecânica); e três dias acompanhando os técnicos do Laticínio nas fazendas (atingindo entre 10 e 15 fazendas por laticínio).

Para participar do programa, os interessados devem se cadastrar pelo site: www.polodoleite.com.br

A matéria é de Aline Cristina, da Assessoria de Comunicação do Polo de Excelência de Leite e Derivados, Resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/09/2011

Prezado Abel Fernandes: Não tome minhas palavras como crítica, apenas como sugestão. Tenho certeza da excelência do trabalho que é executado por vocês na Embrapa Gado de Leite, que vem sendo expressivo desde os tempos da direção do Paulo Martins. O que pretendo é que a qualidade, que conquistei com a adoção de técnicas básicas de higiene (ordenha mecânica, transferição automática de leite, tanque de expansão, pré e pós "dip", desinfecção de salas de ordenhas, ajulejamento das mesmas, cuidados sistemáticos com a sanidade do rebanho e descarte do leite com presença de mastites clínica e subclínica e seu incansável combate, a ponto de zerar a incidência destas no meu sistema), possa ser assumida, também, por outros produtores, sem atrelamento algum às fontes consumidoras do produto (laticínios), mantendo a independência do elo produtivo. Por isso entendo que o projeto do SMQL deve privilegiar diretamente ao produtor e, não, à indústria.


Embora meu tempo seja bastante reduzido, tenho o maior interesse em verificar as diretrizes deste tão importante projeto e, se possível, como produtor, ajudar de alguma forma.


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
Abel Leocádio Fernandes
ABEL LEOCÁDIO FERNANDES

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/09/2011

Caro Guilherme,



Sou coordenador do Projeto Piloto tratado na matéria e gostaria de agradecê-lo, inicialmente, pelas contribuições do seu texto. O tema Qualidade do Leite é extenso e complexo pela própria natureza da cadeia produtiva onde se insere, também complexa. Nossa intenção é apresentar à cadeia produtiva alternativas de simples adoção que possam trazer ganhos para os produtores de leite com baixo investimento e de forma simples para serem adotados. A grande maioria dos produtores de Minas Gerais são pequenos produtores e precisam de medidas de simples adoção para alcançar efetividade em suas ações. Nós do Polo de Excelência do Leite acreditamos em uma ação integrada envolvendo os diversos elos - produção primária, transporte, transformação, transporte secundário - para que finalmente tenhamos produtos seguros do ponto de vista alimentar e saudáveis para o consumidor final. No mais, temos a sorte de sermos vizinhos. Gostaria de deixar um convite para conhecer nosso escritório em Juiz de Fora (MG), na Sede da Embrapa Gado de Leite, para mostrar o SMQL em todas as suas alternativas e projetos.



Atenciosamente,



Abel Fernandes
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2011

Prezados Senhores: Embora reconhecendo que a intenção do trabalho tenha sido excelente, no geral, a melhoria da qualidade do leite se deu, via de regra, não pela ação dos Laticínios, mas, sim, pelos próprios produtores que se concientizaram da importância desta em seu dia a dia, visando à sanidade de seus rebanhos e a um futuro remuneratório melhor para seu produto. Não se pode negar que houve, sim, uma ou outra ação isolada de determinadas empresas laticinistas no sistema, mas, foi muito pouco. Em essência,  a maioria dos laticínios se limitou a punir os que se apresentavam com leite sem qualidade, o que, convenhamos, é, até mesmo, conveniente em certas situações. Na nossa região, podemos destacar, apenas e tão somente, além do citado Laticínio São Vicente, de São Vicente de Minas, o Laticínio MB, detentor da marca "Jong", sediado em Lima Duarte, que criou um minicurso de capacitação de seus fornecedores, com a difusão de técnicas de ordenha (pós e pré dip) e noções basilares de higiene. Os demais, nada de concreto realizaram neste sentido e a mudança se deu por conta própria dos produtores de leite. Enquanto não vier a implantação definitiva da Instrução Normativa 51, este estado de coisas, infelizmente, perdurará, já que não é rara a presença de leite de latão em toda nossa região e a qualidade resulta, apenas e tão somente, em um paralelo a ser seguido e não obrigatório. Em minha opinião, esta capacitação do SMQL, para ser mais efetiva, não deveria passar pelo laticínio, mas, sim, ir direto aos produtores, capacitando-os com cursos e material, sem que as políticas internas das indústrias interferissem no sistema. Levando o conhecimento aos produtores, de forma imediata e dirigida, os objetivos seriam melhor e mais rapidamente alcançados.


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
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