Com a valorização do real, a indústria de laticínios vem aumentando fortemente a importação de leite em pó, que hoje está mais barato que o produto nacional. A entrada de leite em pó no país mais que dobrou no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2010, passando de 10,5 mil toneladas para 23,4 mil. O crescimento da importação é estimulado também pelo encarecimento do leite no mercado interno.
Segundo o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira, o leite em pó importado custa, em média, US$ 4 mil por tonelada. Nesse patamar, a importação se tornou uma opção interessante para as indústrias de produtos lácteos, que no mercado interno pagam atualmente, em média, R$ 7.600 a tonelada do leite in natura.
Moreira analisa que a importação poderia estar ainda maior, não fosse a impossibilidade de substituir totalmente o leite in natura na indústria. Entre os produtos que não podem ser fabricados a partir do leite em pó está o leite longa vida, um dos mais consumidos pelos brasileiros. Mas outros produtos de grande consumo, como iogurtes e chocolates, podem ser fabricados com o leite importado.
Dados do Silemg mostram que, no ano passado, as importações ainda estavam abaixo de 10% de todo o leite consumido no país. Neste ano, essa participação deverá aumentar bastante, já que as importações mais que dobraram.
Enquanto crescem as importações, as exportações de leite em pó desabam. Segundo o Silemg, as exportações, que no primeiro trimestre de 2010 somaram 8.100 toneladas, no mesmo período desse ano caíram para 5.260 toneladas, redução de 35%.
Minas Gerais, maior produtor de leite do país, também registrou aumento nas importações do produto. O leite foi um dos poucos produtos a registrar resultado negativo na balança comercial do Estado no primeiro trimestre do ano. No período, o Estado importou US$ 5 milhões em leite em pó, valor 423% maior que no ano anterior, quando a importação foi de US$ 960 mil.
O presidente das comissões de leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Alvim, diz que os produtores de leite do Estado estão sendo prejudicados por esse aumento da importação.
Para ele, o principal concorrente é a vizinha Argentina, que tem tradição na produção de leite, aplica tecnologia na produção e, atualmente, usufrui de grande vantagem cambial na comparação do peso com o real. "Perdemos a competitividade no mercado internacional. Não dá para competir com a Argentina, que tem moeda mais fraca que a nossa", afirmou.
A matéria é de Tatiana Lagôa, publicada no Hoje em Dia, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Silemg explica crescimento da importação de leite em pó
Com a valorização do real, a indústria de laticínios vem aumentando fortemente a importação de leite em pó, que hoje está mais barato que o produto nacional. A entrada de leite em pó no país mais que dobrou no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2010, passando de 10,5 mil toneladas para 23,4 mil. O crescimento da importação é estimulado também pelo encarecimento do leite no mercado interno.
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SALAH ELDIN ZENATE
GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/06/2011
Como sempre digo, todo esse embrólio, ou solução para tamanha distorção, esta nas mâos do governo(Ministério da Agricultura e Pecuária), em estabelcer critérios que venha nos deixar menos vulneravéis, nas mãos dos predadores, diga-se Argentina. Arrojados e empreendedores sabemos que sempre fomos, agora, estabelecermos condições de igualdade, com os nossos concorrentes , diante das condições atuais da mercado.... cãmbio, custo de produçâo, entre-safra etc., é simplesmente impossível ! Senhores governates, eis a questão ...