Setor leiteiro do Brasil é elogiado por produtores uruguaios

Um grupo de produtores uruguaios participou da Interleite 2011, após um tour por São Paulo e Minas Gerais organizada pela companhia Elanco Saúde Animal. Segundo Horacio Rodríguez, produtor de Costas del Pintado, Flórida, foi uma "experiência muito boa". Ele disse que viu um setor leiteiro subtropical, com coisas muito boas. Rodríguez, que também é diretor da Câmara de Produtores de Leite, analisou que "o Brasil tem pastagens, que em razão do clima não existem no Uruguai, mas são muito eficientes produzindo leite, até com cruzamentos, como o Girolando".

Rodríguez disse, porém, que há muitos desafios para o futuro. "Vimos nesses estabelecimentos e durante as apresentações, pessoas que desafiam o futuro, sempre com inovação, se colocando a frente de seu tempo. O mesmo ocorre no Uruguai, nos estabelecimentos que estão ativos, o setor leiteiro cresce".

Para o produtor de Puntas de Valdez, San José, Eduardo Veiga, "o Brasil sempre surpreende". Ele disse que, "como prestam atenção à vaca, dão a ela comida na boca e se preocupam muito com o bem-estar animal". Ele, que é diretor da Prolesa e integrante da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), considerou que o que viu é aplicável em algumas zonas, "como melhorar a comidas das vacas, pois se notam os resultados".

Com relação ao Congresso, ficou-se com dados sobre associações para crescer, sempre apostando na eficiência. "No Uruguai, há muita terra, boa água e se pode crescer. Além disso, há capitais estrangeiros que apostam em produzir no país".

Segundo Julio Pérez, produtor de La Cruz, Flórida, "impressionou a produção de matéria-seca e o potencial produtivo do Brasil", relevante ao analisar até onde vai o setor leiteiro na hora de competir. Com 27 anos na produção leiteira, o produtor disse que o Uruguai tem vantagens comparativas para produzir leite e pasto. "Com preços baixos, somos competitivos, com preços altos, pode-se fazer leiteria em qualquer lado, aí está a ameaça", mencionando que "a base está em produzir boa quantidade de pasto".

O produtor do departamento de Soriano e diretor da ANPL, Walter Frisch, disse que o Brasil está se preparando para ser mais competitivo no mercado mundial. "Estamos vendo todos os anos como querem ser bons produtores e competitivos no mundo, tratando de baixar custos, com escala e diferentes sistemas produtivos". Isso, disse ele, abre uma reflexão do que se quer fazer no Uruguai, "que mal dizemos que é pastoril", afirmando que "devemos trabalhar muito nos sistemas semi-confinados, onde temos uma grande porcentagem da dieta à base de forragem armazenada".

Segundo o produtor em Villa Rodríguez, San José, Guillermo Berti, a visita aos estabelecimentos "nos abre a cabeça e vemos que temos muito para seguir trabalhando em infra-estrutura, tecnologia e no cuidado dos animais. Foi o que mais me surpreendeu, com sombra e água no campo". Sobre o Interleite 2011, ele destacou a intenção do Brasil de sair a vender leite ao mundo. "Se não se é eficiente, complica. A Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole) está analisando isso, o fato é que é necessário produzir mais por hectare e afinar todos os temas, na genética, solo e pessoal".

As informações são do El País Digital, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.