A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, alertou ontem (13/9) que o Brasil terá sérias dificuldades de contribuir para a redução da fome no mundo, em 50% até 2020, meta definida pela Organização das Nações Unidas (ONU), caso não seja aprovada a proposta de atualização do Código Florestal, em discussão no Senado. Ao participar de audiência pública realizada para escutar o posicionamento de juristas sobre o novo Código, apresentou dados que comprovam que o Brasil é exemplo de preservação ambiental para o mundo, com 61% de seu território preservado com vegetação original, utilizando apenas 27,7% do território para a produção de alimentos.
No entanto, a presidente da CNA ressaltou que, caso seja mantida a atual legislação ambiental, os produtores rurais, que hoje dispõem de 236 milhões de hectares para a atividade agropecuária, ou apenas 27,7% do País, terão de abrir mão de mais 80 milhões de hectares. "Como o Brasil vai ajudar a reduzir a fome com essa legislação? E os 16 milhões de brasileiros que ainda vivem abaixo da linha de pobreza? Será que podemos aceitar isso passivamente?", indagou. Segundo a senadora Kátia Abreu, a ONU estabeleceu que sejam disponibilizados 120 milhões de hectares a mais para o mundo produzir comida, com o objetivo de alcançar a meta de redução da fome, dos quais 10% cabem ao Brasil. Com um novo Código Florestal, a presidente da CNA defende a manutenção dos atuais 27,7% utilizados para a produção de alimentos.
Apesar do exemplo brasileiro, a presidente da CNA afirmou que o País tem sofrido cobranças de outros países para preservar suas florestas. Entretanto, rebateu a senadora, nenhum país do mundo está em condições de cobrar do Brasil a preservação ambiental. "Nós é que temos moral para cobrar deles, porque estamos dando exemplo de preservação e agricultura sustentável. Nossos 61% de mata nativa preservados são apenas a média. A Amazônia está 86% preservada, o Pantanal tem 80% da sua vegetação conservada, sem falar nos outros biomas", completou.
A presidente da CNA lembrou, também, que a entidade está desenvolvendo o Projeto Biomas, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para garantir uma produção rural sustentável nos seis biomas brasileiros, a partir da incorporação do componente arbóreo nas propriedades. "Queremos pôr o máximo de árvores possíveis nas fazendas", destacou. Defendeu, ainda, que a questão ambiental não seja discutida isoladamente. "Não dá para admitir que a questão ambiental seja discutida isoladamente. Não podemos ser excluídos, nem admitir preconceito. Quando se fala de agronegócio, estamos falando de PIB, de emprego, superávit da balança comercial, de comida para a população", afirmou a senadora.
A audiência pública foi realizada conjuntamente por quatro comissões: Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Agricultura e Reforma Agrária (CRA), Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMAO e Ciência, Tecnologia, Comunicação, Inovação e Informática (CCT). O debate contou com a presença do ministro Antônio Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, do professor Paulo Affonso Leme Machado, o subprocurador-geral do Ministério Público Federal, Mário José Gisi, e a promotora de justiça do Ministério Público de São Paulo, Cristina Godoy de Araújo Freitas.
As informações são da CNA, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Sem novo Código Florestal, Brasil terá dificuldades para ajudar a reduzir fome no mundo
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, alertou ontem (13/9) que o Brasil terá sérias dificuldades de contribuir para a redução da fome no mundo, em 50% até 2020, meta definida pela Organização das Nações Unidas (ONU), caso não seja aprovada a proposta de atualização do Código Florestal, em discussão no Senado. Ao participar de audiência pública realizada para escutar o posicionamento de juristas sobre o novo Código, apresentou dados que comprovam que o Brasil é exemplo de preservação ambiental para o mundo, com 61% de seu território preservado com vegetação original, utilizando apenas 27,7% do território para a produção de alimentos.
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