O presidente do Conseleite e vice-presidente da Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC), Nelton Rogério de Souza, observou que a tendência do mercado é a elevação dos preços pagos aos produtores rurais, especialmente os do oeste catarinense.
A seca no Brasil central e as geadas no sul afetaram as pastagens e causaram redução da produção e oferta de leite. Além disso, laticínios de outros Estados estão captando leite nessa região. Esse cenário pressiona para cima o valor da matéria-prima. Prova disso é o preço médio praticado pela Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos), detentora de uma das maiores indústrias de processamento de lácteos do país, no mês passado: R$ 0,87 o litro.
O Conseleite anunciou os preços de referência da matéria-prima do mês de junho (leite acima do padrão R$ 0,7857, padrão R$ 0,6832 e abaixo do padrão R$ 0,6211) e a projeção dos preços de referência para o mês de julho (acima R$ 0,7739, padrão R$ 0,6729 e abaixo do padrão R$ 0,6117).
Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao leite-padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite/SC.
O Conselho também aprovou a atualização da sua metodologia e passa a divulgar, a partir deste mês, valores de referência da matéria-prima leite posto na propriedade rural (ou seja, o frete não deve mais ser descontado do produtor rural) e não mais posto na plataforma da indústria. Em razão da atualização da metodologia de cálculo dos valores de referência dos preços finais de junho de 2011, não há base de comparabilidade com os valores divulgados anteriormente.
O colegiado também divulgou os parâmetros de qualidade e volume que determinam o leite-padrão e as respectivas escalas de ágios e deságios que embasam a definição dos valores de referência divulgados mensalmente. Esses parâmetros incluem testes de crioscopia, alizarol, resíduos de antibióticos e redutores, exame de brucelose e tuberculose.
Também incluem escalas de ágios e deságios para os parâmetros de qualidade de leite e as respectivas escalas para extratos de gordura, de proteína, de sólidos não-gordurosos, de células somáticas, de contagem bacteriana, de volume de leite entregue e de temperatura do leite.
Santa Catarina produz 1,9 bilhão de litros de leite gerados por 60.000 estabelecimentos rurais. Essa matéria-prima é 90% processada por 25 indústrias de laticínios. O Estado ocupa a sexta posição nacional, mas caminha rapidamente para quinta posição. A produção está concentrada em 64% no Oeste, onde a maioria dos produtores é vinculada às Cooperativas. As pequenas propriedades (com menos de 50 hectares) respondem por 82% do leite.

As informações são de Marcos A Bedin, da MB Comunicação Empresarial, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
