SC: disputa de preços no varejo gera preocupação

Um processo de canibalização está tomando conta do mercado catarinense do leite em Santa Catarina, alertou hoje a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc): motivadas pela disputa comercial, algumas indústrias estão promovendo a queda acentuada do preço final e quem está pagando a conta é o produtor rural.

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Um processo de canibalização está tomando conta do mercado catarinense do leite em Santa Catarina, alertou hoje a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc): motivadas pela disputa comercial, algumas indústrias estão promovendo a queda acentuada do preço final e quem está pagando a conta é o produtor rural.

A Faesc, de acordo com o vice-presidente Enori Barbieri, identificou um comportamento autofágico altamente nocivo para toda a cadeia produtiva. No mês passado, a caixinha do leite longa-vida da indústria uruguaia Conaprole estava sendo vendida à R$ 1,39 a unidade. Logo em seguida, o leite Tirol passou a ser oferecido a R$ 1,13. Agora, o leite Terra Viva, de uma cooperativa do extremo-oeste, chega ao consumidor da capital a R$ 0,97.

O dirigente mostra que o preço é aviltante, não reflete custos reais e, por isso, desorganiza o mercado. Essa composição de preços é atípica, pois somente a embalagem custa R$ 0,40 e o valor pago ao criador de gado leiteiro é, em média, de R$ 0,50 por litro. Adicionam-se os custos de industrialização, impostos, encargos, transporte, logística, as despesas de vendas e os ganhos do distribuidor.

Barbieri reclama que esse padrão de preços prejudica direta e imediatamente o produtor rural que, há dois meses, recebia R$ 0,70 por litro de leite cru entregue aos laticínios e, hoje, recebe apenas R$ 0,50.

O vice-presidente da Faesc alerta que, embora possa parecer uma vantagem temporária para o consumidor urbano, essa situação tende a se inverter rapidamente, quando o produtor abandonar a atividade, o produto escassear e o preço subir tão depressa quanto caiu.

A Faesc estranhou o comportamento da Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo-Oeste (Cooperoeste), sediada em São Miguel do Oeste, que reúne assentados da reforma agrária e produz o leite Terra Viva. "Uma cooperativa não poderia aceitar esse nível de preços aviltantes, pois prejudica os produtores e destrói a economia primária", assinala.

"As indústrias deveriam fazer campanhas para aumento do consumo de leite e crescimento do consumo de lácteos e derivados, em lugar de ficarem, confortavelmente, descontando seus custos nas costas do agricultor."

A Faesc pedirá a convocação do Conseleite, o conselho paritário da cadeia do leite, que reúne produtores e indústrias, para discutir a crise do aviltamento de preços.

As informações são da Faesc, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/11/2009

Como a classe produtora não tem força, ou não quer ter, pois as representações que foram criadas pra proteger o produtor, inclusive recebem e muito bem prá isto, não se manifestam, então a corda arrebenta do lado mais fraco.
VALTER ANTONIO BRANDALISE
VALTER ANTONIO BRANDALISE

TREZE TÍLIAS - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/11/2009

Bom dia,

Sobre o artigo do preço do leite (Disputa de Preço no varejo Gera Preocupação 05/11/09), penso que precisa ser melhor esclarecido e apresentados os reais motivos da queda de preços.

Os fatos da queda de preço de leite estão aí para todos analisem:

A) Estamos em plena safra onde as quantidades ofertadas cresceram e o consumo não acompanhou.

B) As exportações de leite em pó estão praticamente zeradas em função da crise mundial e dos baixos preços oferecidos pelo produto, fazendo com que este excedente fique brigando pelo mercado interno.

C) As importações de Leite em Pó, Queijos e até Leite Longa Vida estão a pleno vapor e a preços melhores que o mercado interno pode oferecer.

Então colocados os fatos acima fica fácil analisar que sendo o Brasil um país exportador, precisa conviver com importações de grandes volumes, e o efeito é queda de preços no mercado interno.

Valter Antonio Brandalise
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