RS: Efeitos da seca no Estado mantêm preço do leite elevado

Apesar do retorno das chuvas para o Estado no mês de março, os efeitos da estiagem do verão ainda se verificam no mercado do leite. O aumento de custos de produção e a redução na quantidade de matéria-prima, causados principalmente pela quebra na qualidade das pastagens, silagem e ração para o gado, tem pressionado o preço do leite para cima, tanto em relação aos valores pagos aos produtores quanto na venda ao consumidor final.

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Apesar do retorno das chuvas para o Estado no mês de março, os efeitos da estiagem do verão ainda se verificam no mercado do leite. O aumento de custos de produção e a redução na quantidade de matéria-prima, causados principalmente pela quebra na qualidade das pastagens, silagem e ração para o gado, tem pressionado o preço do leite para cima, tanto em relação aos valores pagos aos produtores quanto na venda ao consumidor final.

Muitos produtores continuam complementando a alimentação dos animais com ração, feno e silagem, o que ocasiona um aumento no custo de produção do leite. "As pastagens de verão foram muito sacrificadas pela falta de água, sendo super utilizadas e perdendo qualidade, o que forçou os criadores a elevar os gastos para alimentar o gado. Esse processo continua em certas áreas", afirma José Ernesto Ferreira, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando).

Alguns criadores de gado leiteiro das regiões mais afetadas pela estiagem estão fornecendo as plantas de milho das lavouras como suplementação alimentar para os animais, em função do comprometimento das mesmas para a produção de grãos ou produzindo silagem de qualidade inferior. "Isso pode até gerar casos de intoxicação alimentar nos rebanho, pois há o risco de falta de nutrientes, de açúcar e proteínas nas silagens", aponta Lauro Baum, técnico do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lajeado.

A queda na produção, de acordo com dados da Emater-RS, pressionou os preços para cima na região de Santa Maria, que na semana passada chegaram a R$ 0,91 no município de Agudo e R$ 0,85 em Toropi, dependendo da qualidade e do volume entregue para a indústria. Já na região de Lajeado, a produção de leite está praticamente normalizada, ou seja, como estava antes da estiagem. Os preços mantêm-se estáveis, variando de R$ 0,65 a R$ 0,90, conforme a quantidade e a qualidade de leite que os produtores entregam. Entretanto, conforme alerta Baum, o aumento nos custos de produção faz com que o lucro dos produtores se reduza.

Para o consumidor, segundo Darlan Palharini, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindilat), o leite iniciou 2012 com os preços mais elevados do que em anos anteriores. Mesmo assim, desde janeiro a tendência têm sido de estabilidade, apesar dos efeitos da estiagem. "Em parte isso ocorre por causa da competição com os importados", explica.

Com o início da fase de implantação das pastagens de inverno, que gera a entressafra do leite, a expectativa é que o produto registre novo aumento até abril. "Como a oferta vai cair, mesmo em outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste, deve haver um reposicionamento de preços e o repasse ao consumidor." Atualmente, de acordo com o Sindilat, a média de preços do litro do leite longa-vida varia de R$ 1,65 a R$ 1,70. A tendência é que, no início do próximo mês, o valor esteja entre R$ 1,80 e R$ 2,00. Essa também é a expectativa dos varejistas. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, o leite deve sofrer um reajuste de 5% nos pontos de venda já na próxima semana.

A matéria é de Marcelo Beledeli, do Jornal do Comércio, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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tambo em são roque
TAMBO EM SÃO ROQUE

JÓIA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/07/2012

em relação a região por a tanta variabilidade , depende da quantidade produzida ou apenas das industria a qual entregamos?
eswamin antonio pagliarin
ESWAMIN ANTONIO PAGLIARIN

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 11/04/2012

no RS os Laticinios produtores de queijos Mussarela e prato estão com problemas, pois apesar do aumento dos preços ao produtor, não consegue coloca-los no produto final, trabalhando com custos elevados e até prejuizos, se obrigando a vender parte do leite coletado para grandes empresas, para não fechar suas portas.
Cincinato Mendes Ferreira Filho
CINCINATO MENDES FERREIRA FILHO

MONTANHA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/03/2012

Aqui nos ES estamos enfrentando uma seca, com relação a preço de leite me procupo com o que vamos fazer pois o mercado não ta bom.. acredito que teremos recuo de preço na entre safra.
Elvio Lautert
ELVIO LAUTERT

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 23/03/2012

Seria interessante a opinião de agentes de outras regiões do país, para que se possa ter uma idéia mais abrangente das tendencias dos preços a médio prazo.... inclusive de mais produtos - p. ex. o queijo mussarela.
Qual a sua dúvida hoje?