RS: cooperativas de leite avaliam união

O crescimento exponencial de indústrias como a Bom Gosto - em fase de fusão com a Leitbom - assim como a vinda de empresas de lácteos de outros estados, caso da Nestlé, forçaram as cooperativas do Rio Grande do Sul a repensar a possibilidade de promover parcerias para se tornarem mais competitivas.

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O crescimento exponencial de indústrias como a Bom Gosto - em fase de fusão com a Leitbom - assim como a vinda de empresas de lácteos de outros estados, caso da Nestlé, forçaram as cooperativas do Rio Grande do Sul a repensar a possibilidade de promover parcerias para se tornarem mais competitivas.

"Temos feito esse contato com as cooperativas, pois precisamos nos fortalecer", confirmou o presidente da cooperativa Piá, de Nova Petrópolis (RS), Vitor Affonso Grings. A ideia é congregar as cooperativas pequenas com aquelas que contam com parque industrial, como é o caso da Piá, Santa Clara, Cosuel, Langhiru e CCGL. Grings diz que essas cooperativas unidas seriam capazes de captar cerca de 2,5 milhões de litros de leite ao dia. A parceria permitiria ainda que as indústrias tivessem melhores condições de fidelizar seus associados, evitando a evasão dos mesmos para grandes indústrias, que acabam pagando mais pelo litro do leite. "Com a reunião de todas as cooperativas seria possível pagar em torno de R$ 0,10 a mais pelo litro", projeta.

Grings afirmou, porém, que a união ainda está em discussão. O presidente da Câmara Setorial do Leite, Gilberto Piccinini, informou que na sexta-feira será realizada uma reunião entre as cooperativas para debater o assunto. "Até agora não temos nada de concreto, mas não descartamos um projeto futuro", disse Piccinini, que também é presidente da cooperativa Cosuel, de Encantado. Segundo ele, seriam parcerias estratégicas, com a vantagem de ganhar em escala, reduzir os custos operacionais, além de aumentar a competitividade.

O vice-presidente da CCGL de Cruz Alta, Darci Hartmann, se mostrou favorável à criação de um plano de negócio conjunto, através de parcerias. "Estamos acelerando a discussão, frente às fusões e crescimento de outras empresas concorrentes", disse. O executivo lembrou que as cooperativas, ao contrário das outras empresas, não contam com os benefícios do BNDES e por isso devem pensar em unir esforços, com vistas à redução de custos tanto na área industrial quanto na parte de vendas e logística. O presidente da Ocergs, Vergílio Perius, salientou que a principal vantagem de uma possível união seria o aumento de escala produtiva, com melhoria da produtividade. O diretor administrativo financeiro da Santa Clara, Alexandre Guerra, afirmou que é grande a necessidade de se tornar competitivo e que o estabelecimento de parcerias comerciais seria uma boa saída. Para o presidente da Cooperativa Langhiru, de Teutônia (RS), Dirceu Bayer, a formação de joint ventures é uma tendência mundial e as cooperativas gaúchas não devem fugir dessa regra.

A matéria é de Ana Esteves, publicada no Jornal do Comércio (RS), resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Eduardo Ferreira Fontes
EDUARDO FERREIRA FONTES

JUNDIAÍ - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 30/11/2010

Acredito que as fusões, são um um grande passo na evolução do mercado.
Empresas fortalecidas, são mais competitivas, produtivas e focadas na qualidade dos seus produtos.
Temos uma longa e saudável caminhada para o futuro, colocando o mercado nacional de lácteos na vitrine do cenário mundial.
Parabéns pela matéria.
José Antonio
JOSÉ ANTONIO

SALVADOR - BAHIA

EM 30/11/2010

É importante saber que temos mais pessoas interessadas na fusão das cooperativas, acredito que o primeiro passo é este, unir todas cooperativas de leite estaduais independente de qual bandeira de organização (OCB, UNICAFES, UNISOL) venha fazer parte.

Quando quebramos as arestas estaduais fica mais fácil regionalizar, o Brasil é dividido em cinco regiões distintas (Sul, Sudeste, Centro-oeste, Nordeste e Norte), já pensaram como poderíamos ser fortes se o desenho fosse assim, depois de regionalizado uma única central das centrais seria a voz da produção brasileira para o mundo.

Não é um sonho impossível de concretizar, necessita mesmo é haver o interesse. Ficamos a lamentar baixa de preço da matéria prima em plena entressafra, mercado exigindo preços menores e não podemos atender por falta de estrutura das cooperativas e dos cooperados, credito difícil para recuperar às cooperativas e quando surge como aconteceu recentemente, na ocasião o Banco Central do Brasil lançou o Programa de Capitalização para Cooperativas Agropecuárias, através da Res. n.º 3.739, de 22 de junho de 2009, pouco divulgado.

Esse programa oferecia a oportunidade para a capitalização ou a recuperação financeira de cooperativas que atuem nas áreas agropecuária, agroindustrial, aquícola ou pesqueira. O Programa era composto por dois tipos de linhas de crédito, uma destinada ao financiamento do capital de giro e dos investimentos das cooperativas e a outra destinada à recuperação econômica das cooperativas em dificuldades financeiras.

Condições dessas linhas de crédito:

a) limite de crédito de até 100 % (cem por cento) do valor das quotas-partes dos cooperados, limitado ao valor de R$ 25.000,00 por cooperado, não podendo, entretanto, ultrapassar R$ 50.000.000,00 por cooperativa;
b) encargos financeiros de 6,75% ao ano, sendo que o BNDES ou banco credenciado cobrará spread sobre o saldo devedor;
c) liberação do crédito de uma só vez ou em parcelas, conforme o projeto de capitalização ou recuperação da cooperativa;
d) prazo de pagamento de até seis (6) anos, incluídos até dois (2) anos de carência;
e) pagamento do principal em parcelas semestrais ou anuais, e dos juros juntamente com o principal, exceto na fase de carência;
g) como garantia, serão aceitas as Cédulas de Crédito Rural emitidas pelas cooperativas beneficiadas.
Nota: desconheço a informação de que alguma cooperativa teve acesso ao credito mencionado.

O conjunto fusão + credito, com certeza poderia melhorar a condição das cooperativas e seus cooperados no mercado.

A todo o momento é noticiado o modelo da NZ, no Brasil cabem 30 Fronterra, tem muita gente incomodado com a possibilidade da união do sistema cooperativo brasileiro de leite.

Acredito que os produtores do Rio Grande do Sul podem e devem tentar êxito na fusão das suas cooperativas, o mais importante para iniciar é existir o interesse, foi amplamente demonstrado com clareza isso, espero que outros estados façam o mesmo.

Qual a sua dúvida hoje?