Roberto Jank Jr., da Agrindus: "IN-51 é o único caminho para o primeiro mundo e exportação"
O leitor Roberto Jank Jr., diretor da Agrindus, em Descalvado (SP), enviou um comentário a nossa enquete: "Você acha que os novos limites da IN51 devem ser colocados em prática?". Para Jank Jr., "É inadmissível rediscutir esse assunto. O embrião dessa iniciativa é de 1996, portanto já se vão 15 anos; está mais do que na hora desse programa estar implantado. Não tem volta e temos que lutar por isso. Não implantar a IN51 é o retrato do passado". Leia a carta na íntegra.
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Para Jank Jr., "É inadmissível rediscutir esse assunto. O embrião dessa iniciativa é de 1996, portanto já se vão 15 anos; está mais do que na hora desse programa estar implantado.
Os índices de qualidade previstos certamente serão cumpridos pelos produtores porque a demanda por leite dentro das normas será alta e a cadeia toda vai se movimentar para que os critérios sejam atendidos.
Todos temos a ganhar com isso, desde o produtor até o consumidor. A indústria séria e formal interesasada em leite dentro das normas vai sinalizar ao produtor o que precisa e pagar por isso; é simplesmente a lei da oferta e da procura atuando. Ninguém tem sensibilidade para saber neste momento com que velocidade o setor primário vai responder, mas tenho certeza que será muito rápido.
Esse é o único caminho para o primeiro mundo e para a exportação; não existe outro.
Certamente surgirão exclusões pelo caminho e isso faz parte do processo, como aconteceu em qualquer país que passou por isso ou em qualquer cadeia agroindustrial modernizada.
Não tem volta e temos que lutar por isso. Não implantar a IN51 é o retrato do passado."
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NITERÓI - RIO DE JANEIRO
EM 25/03/2011
Gostaria de parabenizar o Roberto por sua defesa na aplicação da IN51. Acredito que somente com sua aplicação a cadeia de produção poderá se beneficiar. Dizer que os pequenos produtores serão prejudicados não é razão para postergar ainda mais sua implantação, os pequenos produtores já são prejudicados pelo fato de sofrerem pressão dos laticinios inescrupolosos que compram qualquer leite, bom ou ruim, misturam tudo e mandam para o mercado consumidor.
Qualquer norma ao ser aplicada traz desagravos de algumas partes, temos vários exemplos como a lei seca, a lei antitabagismo, mas se estas não fossem aplicadas com rigor cairiam em descrédito.
A IN51 deve ser aplicada sim e sua fiscalização deve ser rigorosa, punindo aqueles que insistirem na sua inobservância.
Muitos serão os beneficiados, em primeiro lugar os consumidores que terão a garantia da qualidade do produto, os produtores, os laticinios sérios, os técnicos, os médicos veterinários, os trabalhadores rurais e etc.
Exemplos de exclusão já tivemos vários, algumas vezes por questões mercadológicas, em outras por questões de qualidade, café, algodão, soja, frutas, só pra citar alguns segmentos.
Cabe aqui a seguinte ressalva, aquele produtor que desejar produzir dentro dos padrões da norma deve contar com assistência técnica e financiamento para faze-lo e cabe a toda a cadeia exigir que estes mecanismos estejam disponíveis para todos.
Cada vez mais mercado e qualidade estão intrinsicamente ligados vejam o exemplo no setor automobilistico, onde a falta de qualidade dos carros nacionais junto com a abertura de mercado permitiu a entrada de uma enorme quantidade de fabricantes, hoje GM, Ford, Fiat e Volkswagem correm atrás do prejuízo
Um grande abraço a todos
Ramon Benicio

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/03/2011
Não vejo outra saída para os grandes, médios e pequenos produtores, ou temos qualidade em nossos produtos ou estamos fora.
Que não é fácil cumprir a instrução normativa 51 não é, mas não é impossível,
Se todos os laticinios implantarem a IN 51, serão obrigados a investir em insistencia técnica e mudar a cabeça do pequeno produtor. Acredito que com incentivo financeiro(pagando por qualidade) e fazendo contas de quanto o produtor perde por cada centavo perdido por causa da qualidade, chegaremos lá.
A QUALIDADE é um caminho sem volta , não só o exterior é exigente, no Brasil também está cada vez mais exigente, o consumidor prefere pagar um pouco mais e ter um produto de qualidade.
Renato Saliba
Presidente da Cooperativa Agropecuária de São Sebastião Ltda
DISTRITO FEDERAL

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 10/03/2011
Os pontos de vista conflitantes despertaram minha vontade de contribuir nesse debate.
Acho que o conflito continuará, no tema da qualidade e em outros, enquanto não ficar bem clara a abissal diferença entre os extremos, de porte e de práticas de manejo, que compõem a enorme gama de fazendas produtoras de leite.
Para simplificar: pretender tratar igualmente o produtor de 100 litros, o de 3.000 litros (eu) e o de 50.000 litros, equivale a exigir práticas gerenciais iguais do McDonalds e do dono da carrocinha de cachorro-quente na esquina.
Qualidade deve ser buscada e exigida. Mas a abordagem para, gradativamente, consegui-la, deve ser diferente para cada segmento.
A partir do reconhecimento dessas colossais diferenças poderemos ter modelos e ferramentas aplicáveis a cada grupo. Usando uma palavra da moda, não existe uma comunidade dos produtores de leite. São diversas. E diversas são suas aspirações e possibilidades. Pretender igualdade é discriminação viciosa, não levando a resultados.
Abraço.
Roberto (mais um roberto ...)
DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 04/03/2011
O Sr Claudio Bufulin pergunta se os laticínios vão investir na capacitação e aparelhamento do pequeno produtor. Tenho certeza que sim. A medida que a normativa "pegue", isso certamente vai occorrer com os vocacionados, assim como foi com o resfriamento do leite nas fazendas.
Respeito a indignação sincera do Sr Jose Getulio Wingert, mas é ingenuidade supor que não existe exclusão na evolução de qualquer cadeia agroindustrial.
A China tem 50% de gente na área rural e "exclui" todo ano uma "grande São Paulo" do campo para a cidade e aqui, com os atuais 15% no campo, não foi, não é e não será diferente, até atingirmos os 1 a 5% de população rural verificados no primeiro mundo; vale dizer que normalmente a mudança é para melhor.
A auto reflexão sobre a viabilidade econômica da nossa atividade deve caminhar sempre consosco e a "exclusão" sempre deve ser avaliada. A palavra não deve ser vista como pejorativa porque nem sempre a mudança é para pior ou é forçada; muitas vezes é um processo de "auto-exclusão". Muitos deixam o campo para um emprego na cidade como o Sr José Getulio mesmo o fez ao assumir a presidencia de duas cooperativas.
Elitismo é aceitar e acomodar-se com o atual modelo do segmento lácteo, sem insistir em sua na evolução; não é o que os leitores acima sugeriram.
Um setor que cresce 4,5% ao ano é um sucesso; não dá para dizer que não aconteceu nada em 15 anos. mas certamente falta lapidar e a IN51 certamente ajuda nisso.
DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/03/2011
Respeito seu ponto de vista mas a meu ver o marketing sugerido (iniciativa que apoio integralmente) e a IN51 são complementares e não excludentes.
As normas não são obsoletas. A CCS e o % mínimo de sólidos englobam a sanidade de úbere, a qualidade do leite e o manejo estratégico do rebanho; a CBT engloba qualidade de ordenha, da refrigeração, armazenamento e transporte.
O que mais é preciso sob a ótica da normatização pública?
Qualquer outro ítem que fuja as estes parâmetros, como pagamento por sólidos, por volume, por distância, etc... são critérios meramente comerciais entre indústria e produtor.
Me lembro quando foi oficializada a coleta a granel no final da década de 1990. As pesoas diziam que essa lei "não pegaria" e que "90% das estradas do Brasil não permitiam o uso de caminhões tanque". O resultado foi o oposto; considerada uma das implantações mais rápidas do mundo, a coleta a granel já atingia 80% do leite nacional em 2003, volume muito acima da expectativa.
Não tenha dúvidas da capacidade do produtor em responder ao estímulo da demanda; todo o setor deve apoiar e a lei tem que pegar. Não há porque continuar com fraudes e baixo padrão no mercado formal; a indústria séria também sabe disso.
Você citou a carne. Quer melhor exemplo de evolução? Não existe mais aquele boi de 4 anos, gado sem cobertura, leve, magro, TF ou sem padrão que não seja rigorosamente classificado no abate. A evolução da qualidade foi fantátisca e a pecuária de corte repondeu muito rapidamente mesmo em períodos de crise.
É um ótimo exemplo a seguir; tanto no marketing, quanto na normatização e fiscalização do produto.
um abraço,
Roberto
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/03/2011
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
CASTILHO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 02/03/2011

ITUPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
EM 02/03/2011
A própria estrutura conceitual da normativa é obsoleta pois apenas estabelece obrigações restrititivas aos limites admissíveis para a CCS e CBT esquecendo que provavelmente cerca de 40% dos produtores nacionais estão funcionalmente incapacitados para cumprir essas novas exigências preceituadas pela instrução.
Sugiro a todos a leitura no BeefPoint da matéria que divulga os resultados alcançados por ações de marketing estritamente privadas implementada pela MLA no mercado da carne australiana e pergunto se uma entidade similar adaptada às peculiaridades da produção não contribuirá muito mais efetivamente para apresentar o caminho da modernidade aos desestimulados produtores de leite no país?
Afinal a única base sólida para promover o aprimoramento da qualidade do leite a meu ver são ações de marketing bem planejadas através de alianças estratégicas entre associações de criadores e a indústria processadora sempre orientadas para agregar valor na comercialização de produtos que atendam plenamente as exigências dos consumidores finais.
Abraços,
Roberto

RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 02/03/2011
Parece que somente eu ando nadando contra a corrente, ou será que somente eu ando olhando para o próprio umbigo?
Ler na carta acima que "certamente surgirão exclusões pelo caminho..." é o retrato puro da soberba e do descaso social que certo tipo de gente tem neste País (de todos?).
Essa choradeira de que fazem 15 anos que se fala nisso, parece coisa de acadêmico e não de quem trabalha no campo. O que se fez em 15 anos? Quase nada!
Quem tem dinheiro investiu e se adaptou, quem não tem continua tirando leite na mão. E é a estes que tais elitistas (100% dos que aqui se pronunciaram), dizem que devemos propor o "caminho da exclusão" conforme mencionado?
Barbaridade, isso sim!
Vamos descer do pedestal e trabalhar muito para mudar o quadro geral, que não é bonitinho como querem fazer crer. As desigualdades são muitas e grandes e é dever primário do poder público tratar todos com igualdade. Primeiro, arrumamos toda a casa. Depois, posamos de bonitinhos. sds,
Getúlio,
Presidente da Cooperativa Mista Barra do Guarita
Presidente da Central de Cooperativas da Região Celeiro Yucumã
localizadas no Noroeste do RS

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO
EM 02/03/2011

ENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 01/03/2011

ITABUNA - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 01/03/2011

NATIVIDADE - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 01/03/2011
È de opiniões como a do Roberto que deveríamos nos espelhar e levantar a bandeira. È brincadeira voltar a discutir uma coisa decidida.
Sebastião Poubel

RIO GRANDE - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 01/03/2011