O produtor de leite precisa de incentivos e de remuneração pela adoção de práticas que resultem na redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE's) na atividade. A avaliação foi feita nesta segunda-feira, 5 de setembro, pelo diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação Internacional de Lácteos, Stanislav Jas. Ele foi um dos participantes do painel "A produção global de lácteos e os desafios de reduzir emissões de gases", que reuniu representantes do setor leiteiro durante o primeiro dia do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento da Agropecuária e Respeito ao Clima, que acontece hoje e amanhã, em São Paulo.
"O desafio da sustentabilidade não é fácil. Além da questão ambiental, deve levar em conta os aspectos econômicos e sociais e um grande trabalho de conscientização de toda a cadeia, desde a propriedade até o consumidor", disse o diretor da entidade, sedia em Bruxelas (Bélgica) e que reúne países responsáveis por 86% da produção mundial.
Outro fator que pode contribuir para a produção sustentável de leite é o investimento em pesquisa, para que o pecuarista tenha ganhos não apenas na parte ambiental, mas também na rentabilidade e na eficiência da produção. "Não há como melhorar sem avaliar a produção. As soluções para resolver os problemas de emissão de gases precisam ter base científica e compromisso de todos os representantes da cadeia produtiva, a partir da colaboração e do diálogo", acrescentou Jav. Ele avaliou que a demanda por proteína animal em todo o mundo é cada vez mais crescente. Desta forma, o segmento lácteo quer estar preparado para atender a necessidade do mercado consumidor. Ele falou, ainda, sobre experiências de sucesso em alguns países, voltadas para a produção leiteira sustentável, a partir de técnicas eficientes de manejo de pastagens, reciclagem de embalagens e sistemas agropastoris.
Outro participante do painel foi o pesquisador Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, da Embrapa Gado de Leite, que criticou o fato de a pecuária ser a grande vilã da emissão de GEE's. "Ninguém reclama da emissão de fábricas de refrigerantes, que é muito superior. A pecuária, com eficiência e boas práticas, pode vir a ser a solução para aumentar o sequestro de carbono", ressaltou. Ele reforçou que o produtor de leite está preocupado com a emissão de carbono e metano e que tem investido em pesquisa para ganhar eficiência e reduzir a emissão de GEE's. Citou casos em que, com investimento em pesquisa, a produtividade dos animais aumentou, enquanto a emissão o número de animais por hectare caiu, o que implicou queda de emissão.
Na sua avaliação, as consequências para que o produtor atenda à pressão da sociedade por produtos ambientalmente sustentáveis são o aumento do custo de produção, mas que o pecuarista deve se adaptar à nova realidade. "As emissões não devem ser consideradas de forma isolada. Devem vir acompanhadas de boas práticas de manejo, nutricionais e sanitárias", frisou.
Já o gerente de Sustentabilidade da Itambé, Maurício Petenusso, abordou o papel da indústria na economia de baixo carbono, falando sobre a experiência da empresa neste processo. Ele explicou aos participantes que a empresa tem procurado promover uma integração entre os elos da cadeia produtiva para promover uma atividade leiteira sustentável. Disse, também que a Itambé realizou levantamentos para saber mais sobre as emissões de carbono e onde estas poderiam ser reduzidas. A partir destas informações, ele informou que a indústria conseguiu racionalizar os custos com energia e transporte, o que reduziu as emissões na empresa. Ele também defendeu subsídios para os produtores que adotem boas práticas na pecuária leiteira.
Depois de acompanhar o painel, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, afirmou que o produtor rural precisa se adaptar à produção sustentável. "O produtor é parte do processo e essa é uma tendência mundial, disse. Na opinião do presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, o produtor de leite será "cada vez mais cobrado" na questão da sustentabilidade.
As informações são da Assessoria de Comunicação da CNA, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
Representantes do setor lácteo defendem incentivos para práticas sustentáveis
O produtor de leite precisa de incentivos e de remuneração pela adoção de práticas que resultem na redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE's) na atividade. A avaliação foi feita nesta segunda-feira, 5 de setembro, pelo diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação Internacional de Lácteos, Stanislav Jas. Ele foi um dos participantes do painel "A produção global de lácteos e os desafios de reduzir emissões de gases", que reuniu representantes do setor leiteiro durante o primeiro dia do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento da Agropecuária e Respeito ao Clima, que acontece hoje e amanhã, em São Paulo.
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