Historicamente, os produtores de leite do Hemisfério Sul (Austrália, Argentina, Nova Zelândia e Brasil, entre eles) sempre tiveram seus custos significativamente mais baixos, devido ao maior uso de pastagens e menor custo de oportunidade de diversos fatores de produção. Por outro lado, os produtores do Hemisfério Norte (os EUA e particularmente os países europeus) têm custos de produção significativamente mais elevados associados ao sistema de produção intensivo e altos custos fixos.
Independente da região onde está o produtor há um consenso geral que depois de 2006, houve um aumento global nos custos de produção (gráfico 1). Isso ocorreu após o boom das commodities globais associado ao aumento de preços dos fertilizantes, maiores exigências nas leis ambientais e aumento das dívidas, normalmente impulsionada pela aquisição de terras mais caras. Nesse sentido, de certa forma o aumento do preço dos alimentos foi rapidamente refletido em aumento dos custos para expansão e maior dificuldade de manter o mesmo retorno sobre o capital investido.
Ainda, a diferença de custos entre países historicamente eficientes e países de custos elevados tem diminuído. O fato pode ser atribuído à moeda americana estar mais fraca e ao aumento das dívidas dos países do Hemisfério Sul associado ao aumento no preço da terra.
Gráfico 1: Evolução no custo de produção em diversos países: no eixo Y, o preço do leite em US$/litro; no eixo X, Austrália, Nova Zelândia, Califórnia, Meio Oeste dos EUA, Irlanda e Holanda

A matéria é do MilkPoint, com dados do Rabobank.