Segundo um estudo realizado pelo Kantar Worldpanel, no mercado britânico de produtos lácteos, as vendas de lácteos de marca estão caindo, perdendo espaço para produtos de marca de distribuidor, com um preço mais barato.
No caso dos iogurtes com sabor, as vendas dos de marca de uma indústria caíram 5,2%, enquanto as vendas de iogurtes de marca de distribuição aumentaram em 2,9% em 2010. No caso dos leites com sabor, está acontecendo o mesmo. As vendas do produto da indústria caíram 4,5% no ano passado. As grandes marcas, como Danone, Muller ou Yakult estão perdendo parte do mercado.
Para alguns produtos, as indústrias lácteas tomaram a iniciativa de reduzir a diferença de preço com os de marca de distribuição para não perder clientes. Por exemplo, no caso do queijo cheddar, muito popular no Reino Unido, há 6 anos, a diferença era de pouco mais de 1 euro (US$ 1,40) por quilo no queijo vendido com marca e o da marca de distribuição. Atualmente, essa diferença praticamente se eliminou, o que tem permitido manter as vendas de queijo cheddar de marca mais ou menos estáveis.
Essa situação está fazendo com que as indústrias lácteas cada vez se questionem mais se valem a pena os grandes investimentos que têm que realizar para desenvolver e promover uma marca, se depois não podem obter uma compensação via preço. Além disso, a distribuição está competindo com si mesma, com marcas próprias diferentes. Normalmente, isso ocorre com uma marca de distribuição mais barata e outra que, mesmo sendo marca de distribuição, tem algum tipo de valor agregado. Dessa forma, os produtos com marca enfrentam um duplo competidor.
A Mesa europeia de Distribuição elaborou um estudo com as vantagens das marcas de distribuição. Uma delas é que esses favorecem a competição entre os fabricantes, podendo oferecer cada vez mais produtos inovadores e a um preço melhor. O problema é que, com a competição cada vez mais feroz entre os produtos de marca de indústria e os de marca de distribuição, os primeiros acabam sendo eliminados do mercado.
As informações são da Pymeslacteas.com, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
Reino Unido: consumidor compra lácteos pela marca ou preço?
Segundo um estudo realizado pelo Kantar Worldpanel, no mercado britânico de produtos lácteos, estão cada vez mais caindo as vendas de lácteos de marca e deixando mais nicho de mercado aos produtos de marca de distribuidor, com um preço mais barato.
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VILSON MARCOS TESTA
CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO
EM 01/04/2011
Se este tipo de entendimento e comportamento dos consumidores ocorre na Inglaterra, país cuja renda per capita e nível de instrução e informação é muito superior, na moda populacional, é de se colocar cada vez mais questionamentos a determinados entendimentos que são frequentemente propalados aqui no Brasil, tais como:
1) Todas as empresas acham que agregando valor vão vencer a competitividade. Em tese isso parece verdade, mas convém ressaltar que tem líderes muito bem postados com este posicionamento, com extremas vantagens ACUMULADAS e poderio de retaliação. A melhor estratégia não seria então, para grandes volumes, pensar em ser competitivo na produção de produtos básicos (não quer dizer ruins) que o mercado quer e se propõe a pagar? A adoção deste tipo de diretriz de competitividade e perfil de produtos implicaria que muitas organizações brasileiras do setor de lácteos precisariam rever urgentemente estratégias industriais e os sistemas tecnológicos de produção de leite, por elas preconizados, valorizados e difundidos com estímulos, ou não?
2) É conhecida a situação de algumas organizações brasileiras do mercado de leite e derivados que estão com a jugular sangrando por terem estratégias comerciais centradas em produtos de baixíssima margem e com a ampla maioria dos fornecedores (produtores de leite) com tecnologia intensiva em capital, grande escala, altíssimo custo de produção, e que, por conseqüência, exigem altos preços para o leite. Nestes casos, se tem uma grande quantidade de pequenos produtores pra pagar a conta da bonificação por volume vendido, o problema fica mascarado, mas se não tem esses pequenos, por certo que um tombo não poderia ser surpresa.
3) Quase 90% do leite brasileiro é absorvido pelo fluido, leite em pó e os queijos muzzarela e prato, nos quais tem pouco espaço pra agregar valor. Portanto, resta uma pequena parcela pra agregar valor.
1) Todas as empresas acham que agregando valor vão vencer a competitividade. Em tese isso parece verdade, mas convém ressaltar que tem líderes muito bem postados com este posicionamento, com extremas vantagens ACUMULADAS e poderio de retaliação. A melhor estratégia não seria então, para grandes volumes, pensar em ser competitivo na produção de produtos básicos (não quer dizer ruins) que o mercado quer e se propõe a pagar? A adoção deste tipo de diretriz de competitividade e perfil de produtos implicaria que muitas organizações brasileiras do setor de lácteos precisariam rever urgentemente estratégias industriais e os sistemas tecnológicos de produção de leite, por elas preconizados, valorizados e difundidos com estímulos, ou não?
2) É conhecida a situação de algumas organizações brasileiras do mercado de leite e derivados que estão com a jugular sangrando por terem estratégias comerciais centradas em produtos de baixíssima margem e com a ampla maioria dos fornecedores (produtores de leite) com tecnologia intensiva em capital, grande escala, altíssimo custo de produção, e que, por conseqüência, exigem altos preços para o leite. Nestes casos, se tem uma grande quantidade de pequenos produtores pra pagar a conta da bonificação por volume vendido, o problema fica mascarado, mas se não tem esses pequenos, por certo que um tombo não poderia ser surpresa.
3) Quase 90% do leite brasileiro é absorvido pelo fluido, leite em pó e os queijos muzzarela e prato, nos quais tem pouco espaço pra agregar valor. Portanto, resta uma pequena parcela pra agregar valor.