Analistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico consideram clara a mensagem de mudança na cultura da empresa que Bompard tenta promover em uma rede historicamente considerada mais lenta e resistente a mudanças, em comparação com os concorrentes globais. Ao anunciar os resultados do primeiro semestre, o CEO falou sobre as expectativas da companhia com a reformulação proposta.“É uma mudança de modelo, para que a empresa seja realmente multiformato, e isso não apenas no ‘powerpoint’. Temos que adaptar esta cultura à mudança que estamos levando", afirmou.
Entre as metas estão a ampliação do peso do negócio digital e aceleração de inovações e parcerias globais. Nos pontos de venda físicas, está no radar ser mais competitivo em preços e melhorar qualidade. De acordo com analistas que acompanham de perto os rumos do Carrefour, na prática a companhia busca recriar seu negócio em todo o mundo.
Uma das decisões de Alexandre Bompard foi congelar contratos com diversas connsultorias que prestavam serviços ao Carrefour, entre as quais constam nomes de peso como BCG, McKinsey e Bain & Company. De acordo com uma fonte, o raciocínio do CEO é o seguinte: "se todas as consultorias estivessem acertando, não precisaríamos reestruturar o negócio". A estrutura das lojas também já começa a sentir mudanças. Distorções como ter 26 empresas apenas para fornecer gôndolas à rede estão sendo corrigidas.
Carrefour Brasil
Sobre a operação brasileira, a matriz havia declarado estar satisfeita com ajustes realizados há seis anos. Mesmo assim, alguns têm sido enxugados por aqui. O quadro de funcionários, por exemplo, teve redução de aproximadamente três mil colaboradores desde o começo do ano passado. A redução na equipe, segundo analisou uma fonte, não teria relação com o plano global da companhia, mas com a necessidade de conter gastos nos formatos super e hipermercados, que não conseguem crescer no ritmo da operação de atacarejo. A operação brasileira tem grande peso nos resultados do Grupo Carrefour: respondeu por pouco mais da metade do lucro da companhia entre janeiro e junho deste ano.
As informações são do jornal Valor Econômico.