Ramon Benicio Lima da Silva, engenheiro mecânico e de produção, e futuro produtor de leite

Ramon Benicio é engenheiro mecânico, trabalhou em empresas de alta tecnologia de sustentação a vida, como a alemã B. Braun Melsungen e a francesa Hospal - Rhone Poulanc. Atualmente gerencia a implantação de sistemas de TI ligados à administração financeira de empresas do setor de construção naval. Está desenvolvendo seu primeiro projeto ligado à pecuária de leite.

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Figura 1

Ramon Benicio Lima da Silva

Ramon Benicio é engenheiro mecânico, trabalhou em empresas de alta tecnologia de sustentação a vida, como a alemã B. Braun Melsungen e a francesa Hospal - Rhone Poulanc. Atualmente gerencia a implantação de sistemas de TI ligados à administração financeira de empresas do setor de construção naval. Está desenvolvendo seu primeiro projeto ligado à pecuária de leite.


MKP: Breve descrição pessoal e profissional.

Meu nome é Ramon Benicio Lima da Silva, sou engenheiro mecânico graduado em 1981 pela Universidade Federal Fluminense (RJ), e engenheiro de produção graduado em 1983 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Recentemente apresentei minha tese de pós-graduação à COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia) da UFRJ para obtenção do grau de MSc em engenharia mecânica. Atuo há vários anos em gerência financeira e de TI em projetos de grande porte.

Trabalhei em algumas multinacionais e hoje desenvolvo um trabalho como consultor. Sou um entusiasta por modelagem matemática de problemas e no uso de Pesquisa Operacional. Estou desenvolvendo meu primeiro projeto ligado à pecuária de leite.

MKP: Como você imagina sua propriedade leiteira? E como está o andamento do projeto?

O projeto de propriedade leiteira no qual tenho trabalhado irá usar pouca terra; para isto, em 2007 eu adquiri cerca de 5 hectares próximo a Bacaxá, no Rio de Janeiro, comecei a limpar o terreno e a construir uma pequena infraestrutura para dar apoio quando iniciar a implantação do empreendimento.

Devido à minha formação e atividade, onde tudo tem que ser previamente modelado e testado, resolvi tentar aplicar estes mesmos princípios na produção leiteira e usar um modelo de produção utilizado hoje na indústria, de células de produção. Uma destas células seria responsável por "fabricar" comida para alimentar o gado, com o intuito de ser independente de grandes áreas de pasto ou de ficar vulnerável ao regime de chuvas e secas na região.

O Rio de Janeiro é um estado de clima difícil, no verão há temperaturas que chegam aos 40 graus, não há pasto e são poucas as raças de vacas que resistem a estas temperaturas, por isto a escolha inicial de animais Girolando que estão mais adaptados ao nosso clima.

O projeto está em andamento, atualmente estou visitando algumas fazendas aqui no Rio de Janeiro para aquisição de novilhas Girolando, mas como disponho de pouco tempo talvez ainda leve mais um ano até que tudo esteja pronto. Posso antecipar que a fase inicial será composta de 40 animais em lactação num sistema de semiconfinamento.

Quais são as principais dificuldades que você vê na atividade?

A pecuária leiteira é uma atividade muito complexa, pois lidamos com seres vivos, que embora sejam vacas têm suas manias, doenças, etc. Em uma indústria, é bem mais fácil implantar um projeto, porque o mesmo é previamente modelado, o que torna o erro de projeto muito pequeno.

Uma das atividades mais importantes na pecuária leiteira é a apuração de custos de produção; é sem dúvida uma das tarefas mais ingratas que existe, pois exige do produtor:

- Uma paciência de monge tibetano para anotar tudo que é gasto ou arrecadado no empreendimento e que esteja relacionado com a atividade. Lembrando que mesmo usando um software gerador de fluxo de caixa a tarefa é árdua.
- O produtor tem que se colocar na posição de "gestor" do empreendimento e não ter a visão de "dono" do negócio, o que muitas vezes é difícil, pois haverá sempre uma tendência em misturar os dois comportamentos.
- Utilizar ferramentas que permitam sempre a visão conjunta e ampla do empreendimento, por exemplo, elaborar um plano de contas financeiro que permita dentro de cada centro de custos saber o que tem maior participação nos custos e que de alguma forma tem grande impacto sobre todo o empreendimento.

O que está melhorando no setor?

Muita coisa já foi feita para melhorar a pecuária de leite. Novas forrageiras foram desenvolvidas, sistemas de produção foram aperfeiçoados, os sistemas de gestão passaram a fazer parte do dia a dia do produtor, entre outras. E certamente, à medida que a qualidade do produto for melhorada, alcançaremos níveis de consumo e de produção compatíveis com o potencial produtivo do país.

Outro fator importante foi o aumento do nível de renda do brasileiro, temos que ter em mente que a elevação de renda, em análise macroeconômica, é e sempre será a solução para dinamizar o consumo interno de qualquer bem que esteja disponível no mercado.

O que acontece no mercado de lácteos é que a cadeia produtora tem que saber como vai atuar no mercado, de forma a fazer com que parte deste aumento de renda seja atraída para o consumo de lácteos. Parece que isto não tem sido o comportamento nos últimos anos, e em minha opinião, a razão é a falta marketing institucional. Se o leite não tem atrativos de prazer como bem colocado pelo trabalho de pesquisa recém elaborado pela Láctea Brasil e apresentado no MilkPoint, então temos que aproveitar os outros atrativos que o leite tem.

O que você acha que falta no setor?

Em termos de mercado, muito ainda há de se fazer. O marketing institucional será fundamental para o aumento de consumo. A cadeia produtiva tem que capitalizar o aumento de renda ocorrido nos últimos anos atraindo consumidores que antes, por questões econômicas, estavam fora do mercado consumidor.

Os governos, nos seus vários níveis, têm de implementar a fiscalização e normas sanitárias para produção, industrialização e venda de lácteos, de forma a garantir a qualidade e evitar a concorrência desonesta daqueles que passam ao largo destas normas.

Em relação à cadeia produtora de lácteos, o mais difícil será estabelecer um relacionamento ganha-ganha entre os agentes envolvidos. Se analisarmos a corrente de valores: custo de produção - preços pagos pelo comprador - custo de industrialização - preços pagos pelo varejista - preços pagos pelo consumidor - margem do varejista, tudo isto faz parte da estratégia dos agentes envolvidos.

Ninguém irá abrir suas planilhas de custo e de margens, pois faz parte de qualquer negócio este jogo de custos e preços, cada um vai sempre tentar enfeitar o seu pavão. O problema é que normalmente quem perde são os agentes que estão nas pontas, o produtor e o consumidor, e isto, infelizmente, é assim em qualquer ramo de negócio.

Falando agora especificamente dos produtores de leite, pude ler nos comentários do Espaço Aberto do MilkPoint que uma das principais preocupações é a falta de união dos produtores em torno do debate de objetivos comuns. A implementação de soluções que atentem para estes objetivos depende de grande desprendimento dos produtores e de se encontrar uma forma de delegar a um grupo a iniciativa de iniciar a discussão dos problemas. Num país como o Brasil, onde as distâncias geográficas são enormes e a diversidades de produtores é muito grande, realmente há de se estudar muito uma solução que promova, em princípio, a união dos produtores.

MKP: Qual a personalidade que admira no setor?

Considero o Roberto Jank um personagem importante neste setor.

MKP: Qual empresa admira no setor?

A Cooperativa Regional Agropecuária de Macuco Ltda, fundada em 1939 e que luta até hoje pela produção de leite no Rio de Janeiro.

MKP: Dica de sucesso ou frase preferida:

Gerenciamento financeiro do negócio pelo fluxo de caixa. Sempre. E minha frase preferida é do Albert Einstein: "A política serve ao momento, a ciência serve pela eternidade".

MKP: Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais, e como o MilkPoint lhe auxilia no dia-a-dia?

Preço do leite e editoriais. Num mercado instável como o de leite, manter-se bem informado é crucial.

Conheça mais sobre a participação do Ramon Benicio Lima da Silva no MilkPoint, visitando sua página pessoal no MyPoint.
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Laerte Pereira
LAERTE PEREIRA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 26/05/2014

Caro Marcelo Erthal Pires,



Obrigado pela atenção.

É triste relatar o falecimento de alguém tão preparado e otimista como o Ramon.

Obrigado mais uma vez.

Abraços.
Marcelo Erthal Pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BOM JARDIM - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/05/2014

Caro Laerte Pereira



Este artigo se encontra para a tanto tempo, por que este "CARA BATUTA", faleceu em abril de 2012. Ele foi concluir um projeto de leite no céu!

   

Sinto muito! Um grande abraço!
Laerte Pereira
LAERTE PEREIRA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 17/05/2014

Prezado Ramon,

Acompanhei todo esse ilustrativo debate sobre o seu projeto leiteiro. Fiquei em respeitoso silêncio porque nada tenho a dizer ou a acrescentar a tudo que foi falado.

Hoje, quatro anos depois, gostaria muito que você renovasse o seu depoimento e nos relatasse a evolução do seu projeto.

Obrigado.

Laerte
marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/09/2010

Amigo Ramon, não é fácil adiquirir uma ordenhadeira, os vendedores te deixam doido - e queremos algo de ponta, pois vamos instalar a SALA # 1 - com 12/em ordenha + 12/em espera, em espinha de peixe, com gereciandor de ordenha e de limpeza mais avançados, extração de teteiras automâtica, teteiras de silicone (que muitos criticam), pulsadores TOP de linha, e tudo mais; resolvemos por duas salas para na #2 ajustar algum erro da primeira, a # 2 será do mesmo tamanho mas será montada daqui a um ano e meio ( se houver um problema em um equipamento o outro estará operante, PLANO B) - recurso para engatar a tomada de força do trator e fazer trabalhar ! um abraço marcelo
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 20/09/2010

Caríssimo amigo Marcelo,

Agradeço sua carta e acho que se toda a cadeia produtiva fizer a sua parte cuidando para evitar o desperdicio, teriamos muito a ganhar e poderiamos fazer pressão para que o governo também fizesse a sua parte.

Imagine que no segundo trimestre de 2010 o PIB agropecuária foi de R$ 54,2 bilhões se perdemos 15% de tudo que foi produzido estamos falando de aprox. R$ 8 bilhões jogados fora em apenas 3 meses, já imaginou se apenas 20% deste valor fosse reinjetado no agronegócio, estamos falando de R$ 1,6 bilhão é muito dinheiro.

Um grande abraço
Ramon
marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2010

Caro e Prezado Amigo Ramon e saudações aos outros produtores e senhores em muitas posições Vc.Ramon esta certo, o desperdício campeia também, na hora de tratar das vacas, principalmente, a poucos dias li um trabalho que a perda entre a lavoura de milho, corte, transporte para o silo, desensilagem, descartes, transporte para o cocho e as próprias vacas com a silagem na boca, as perdas variavam de 10 até 20 % - é desesperador. E a cana se picada na roça e transportada, chegava à ser de 5 a 10 %; já cana transportada inteira para junto de uma picadeira estacionária só iam a menos de 5%. As vacas ao comerem rações fareladas tem que ser servidas em cochos muito bem dimensionados e estudados para não haver desperdício de uma ração tão valiosa. No caso de servir rações para "pojar" as vacas na hora da ordenha, caso esta seja de fosso , pela dimensão reduzida dos cochinhos, fica melhor o uso de ração peletizada ao invez da farelada. Este pequeno relato pode fazer à diferença entre o sucesso e o fracasso econômico em uma propriedade de leite. Outra coisa que devemos estar sempre alerta, é para não engordarmos os porcos dos outros com nossa ração, pois foi o que mais vivi, quando no início dos anos 90, administava 1,2 milhões de frangos de corte. O roubo de ração é "fatal" numa planilha de custos de uma pecuária de leite ! Ficar sempre alerta, e não pensem que é coisa rara, pois não é ! um abraço a todos marcelo
marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/08/2010

Caro Amigo Ramon,
concordo com o Clemente, o TIE STALL, é um sistema de manejo onde existem muitos fatores em contrário:

1) Dificulta muito a detecção de cio (a vaca não fica em contacto com o rufião, que além de mostrar o cio, tem como função excitar estas vacas).

2)Piora a distribuição de ração, cochos individuais.

3)A limpeza das celas, é problemática.

4)Encarece muito as instalações, mesmo que rústicas e simples.

5)Aumenta o trabalho de manejo de entrada e saída dos animais, perde muito em agilidade.
6)As vacas são sociavéis, e a falta da com vivência em manada as deprime e estressa. (Etologicamente, falando!)
Me desculpe, Caro Amigo, mas me preocupo com o seu futuro arrependimento, quando poderia fazer um ótimo "BARRACO STALL"(sem desdém, instalações de uma austeridade Franciscana, mas a mesma eficiência de um caríssimo FREE STALL), e se for o caso de reverter em um sistema semi-estabulado fica fácil de adaptar.
Amigo o projeto é o mais barato então projete e reprojete, neste caso a experiência dos outros é a que custa menos aos nossos bolsos.

um abraço do seu "discípulo"(com muita honra) Marcelo
Obs.: O termo "BARRACO STALL", não é de minha autoria, pertence ao Veterinário Scarpa do Laticínio Alhambra - Itanhandú - MG. Excelente pessoa que nos abriu as portas de sua propriedade com muita gentileza e uma bagagem enorme de conhecimentos, já que foram seus ancestrais que começaram a importar o gado Holandês para o Brasil.
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 24/08/2010

Prezado amigo Clemente,

Obrigado por sua carta e novamente reafirmo minha disposição em seguir a frente com o meu projeto no formato que venho já desenhando há algum tempo com a ajuda de amigos como você, Marcelo Erthal, Antonio Elias, Guilherme entre tantos outros.

Realmente parece que não temos muitas opções políticas no momento, mas vejo que algumas vozes começam a se movimentar, exemplo disto é a campanha publicitária promovida pela Firjan sobre impostos e o pato, muito bem bolada. A CNA bem que podia adotar uma postura mais dura frente aos impostos incidentes sobre toda a cadeia agropecuária.

Vivemos realmente um estado totalitário no que tange aos impostos, estes são empurrados de goela abaixo para que paguemos, recentemente um estudo mostrou que já trabalhamos mais de 4 meses do ano só para pagar impostos, isto é um absurdo. Nenhum país civilizado impõe tamanha carga tributária ao seu povo.

Um grande abraço
Ramon
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 24/08/2010

Prezado amigo Marcelo

Obrigado por sua carta, entendo perfeitamente sua colocação sobre a não existência de uma única receita de bolo para a pecuária de leite. Mas as várias receitas devem convergir para a otimização de todos os meios de produção utilizados. O que sabemos é que existe pelo Brasil afora um grande desperdício, tanto para produzir como depois na pós-produção (transporte, armazenamento, etc) que faz com o que o chamado custo Brasil acabe sendo um dos mais altos do mundo.

Pude junto com meu amigo Antonio Elias, em recente visita que fiz a sua fazenda em Campo Alegre de Goias, ver o quão dificil é conseguir uma mão de obra que esteja alinhada com os objetivos do empreendimento.

A sua sugestão será parte integrante do meu projeto.

Um grande abraço
Ramon
marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/08/2010

Meu seleto e prezado amigo Ramon, nesta poligarquia de manejos e idéias, que populam a pecuária leiteira, como digo com freqüência que "não existe receita de bolo", as variáveis são muitas para o ajuste do manejo de acordo com a propriedade e região, só não perca de vista à alimentação, genética positiva, sanidade, mas o "X" da questão esta na mão-de-obra laboriosa, honesta, comprometida, focada e que tenha um pouquinho de carinho com os animais( se conseguires 50% destes atributos em um funcionário, pode soltar foguetes - talvez seja a parte mais díficil do leite) nos atuais dias, faço a sujestão de um salário base na carteira e uma premiação por produção e estado do rebanho. um abraço do seu amigo marcelo
Clemente da Silva
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 18/08/2010

Prezado amigo Ramon, obrigado por sua resposta, fico orgulhoso de saber que minhas sugestões valeram para você traçar o seu norte.
Endosso em 100% seus planos e concordo também que o sistema não seja o Tie-Stall; é muito duro, uma tortura para os animais. O Free-Stall, mesmo que bem rudimentar é o melhor.
Infelizmente, não posso compartilhar de suas esperanças quanto ao próximo governo, já que estamos condenados a viver um comunismo camuflado, não sabemos até quando.
Você tem conhecimento de algum país cuja carga tributária toma mais de sessenta por cento da renda de seus contribuintes e que não seja comunista ou totalitário, etc e tal?
Pior que isso é termos a certeza, que nos próximos quatro anos teremos que aguentar as mesma caras mentirosas e malandras, acrescidas de uns e outros que andam meio na sombra.
Ah, não vale a pena sofrer por antecipação.
Abraços e Sucesso.
Clemente.
Clemente da Silva
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 17/08/2010

HEHEHEHEEH! Olá amigo, Ramon, faz dias que não olho esta sessão e gostei de ver o impacto que causou sua entrevista ao Milkpoint. Esse nosso Brasil, é mesmo um paraíso, você não acha? As pessoas nos surpreedem a cada momento e a cada esquina davida. Tenho gostado de ver que você arrumou um admirador aí bem pertinho de você; o Sr.Marcelo Erthal Pires, um verdadeiro cientista e estudioso da história, da morfologia, e da fisiologia dos animais. Gostei muito da colocação dele sobre minha opinião a respeito dos "pés duros". É verdade o que ele diz e acho que a racinha ainda persiste até hoje em vários recantos deste país. Como os portugueses precisavam de animais, além dos escravos para ajudarem nas lides do campo e nos transportes e, não tinham outras raças melhores para trazerem para cá na época da colonização, trouxeram os Pés Duros. Mais tarde trouxeram também o Caracú, que deu-se muito bem por aqui. Entretanto, não podemos viver de saudosismos, a genética evoluiu e novas raças surgiram. como o negócio é fazer a terra nos dar o máximo, também devemos colocar nela, o máximo você não acha?
Abraços e Sucesso, no seu empreedimento.
Clemente.
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 17/08/2010

Caro amigo Clemente,

Muito abrigado por sua carta.
De fato o Brasil é um paraíso, tanto que muita gente de fora de olho nele e alguns olhos até são bem apertados. Não acha? Pena que não sei falar mandarim.

O Marcelo Erthal é gente bonissíma, confesso que fiquei surpreso com o empreendimento que ele toca. Uma boa produção de leite diária ao redor de 750 litros extraídos de míseros 2 ou 3 hectares de tifton 85 irrigado, numa região que no inverno a temperatura deve descer dos 10 graus, gado misturado de vários percentuais de sangue. Mais o certo é que ele é um amante da atividade e consegue um verdadeiro milagre no sitio.

Quanto aos pés duros, vou te mandar uma cópia do email que passei prá ele.

Depois de me atualizar nos vários assuntos da atividade e ler dezenas de trabalhos técnicos de várias universidades e técnicos, diga-se de passagem a maioria sem nenhuma novidade, mantive o meu pensamento nos seguintes pilares:

1) A vaca - tem que ter genética superior, acolhi plenamente sua ideia da Jersey.
2) Sanidade - não pode haver descuido.
3) Produção - ordenha mecânica e tanque resfriador, higiene em todas as etapas.
4) Dieta - a mais simples possível, um volumoso de qualidade, uma ou duas fontes protêicas, energia, um sal mineral de boa qualidade.
5) Sistema - Confinado, posso não partir para um tie-stall mas vou confinar.
6) Inseminação artificial - se possível IATF.

De fato é preciso evoluir, ainda mais agora que querem por a culpa na agropecuária pela emissão de gases de efeito estufa. Só quero ver quem vai alimentar o mundo e bilhões de bocas a clamar por mais comida.

Espero sinceramente que o próximo governo abra bem os olhos e consiga enxergar, pelo menos um palmo a frente do nariz, que sem o produtor rural brasileiro este país volta a ser uma colonia, como na época dos portugueses, dos escravos e dos pés duros.

Um grande abraço, do seu amigo.
Ramon
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 10/08/2010

Prezado amigo Marcelo Erthal,

Realmente a visita foi curta, mas foi bastante proveitosa para a primeira. Certamente teremos outras oportunidades de conversar sobre os vários temas que estão relacionados com a pecuária de leite. Pude ver o entusiasmo que você irradia pela atividade e o carinho que tens no trato com os animais.

Certamente nas próximas visitas terei mais tempo para avançarmos em outras áreas ligadas a produção de leite. Me impressionou o seu pasto de tifton, como numa área tão pequena você consegue tirar aquela quantidade de leite.

Sei que posso contar com o amigo quando esbarrar nas dificuldades que terei pela frente nesta atividade. Realmente preciso conhecer as outras propriedades que mencionou, em especial as de criação de jersey.

Um grande abraço
Ramon Benicio
marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/08/2010

Caro e Prezado Amigo Ramon Benício, não gostei de sua visita, FOI CURTA DEMAIS, queria converçar muito, enfim, aprendeste o caminho, as portas continuam abertas do pequenino Sítio Barra do Bengalas(pequenino mesmo!). Porque o Tifton : os herbícidas seletivos para outras gramíneas, funciona muito bem, ele aceita até 1/2 dosagem dos Roundup( acusa o golpe, mas as brachiárias já estão mortas); usa os mesmos herbícidas que usamos no cultivo da cana. Sim, exigente mesmo, mas muito produtivo, no verão, primavera e parte do outono sua proteína tem quase teor de ração, sua palatabilidade é muito boa; caso exista sobras pode ser corta e usado pré-secado ou fenado(o correspondente ouro da pecuária americana éo fardo de Tifton tipo A). O capim que eu queria lembrar o nome era o Aruana! Já vi o Aruana sair bem à sombra de coqueiral, o amendoim forrageiro(Araquis pintoi) também suporta a meia sombra dos coqueiros. Gostaria, de ter tido mais tempo para fazer umas cinco ou seis visitas a outras propriedades de amigos e parentes, para que o Amigo, tivesse uma visão mais ampla possível do leite de nosso Estado, inclusive dois criadores de Jersey, uma destas já exportou gado para a NZ. Caro Ramon entre 70 e 75% do rebanho leiteiro brasileiro tem é fome ou um desequilíbrio nutricional grave. um abraço a vc e aos outros companheiros marcelo
marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/07/2010

Caro amigo, Ramon Benício aguardo sua visita, onde lhe apresentarei o manejo do Tifton 85, que já vão um ano e meio que não colocamos nada no piquete, a não ser as excreções das próprias vacas. E estamos no inverno, quando o capim esta mais enfraquecido, mas temos filmado o capim no verão. um abraço marcelo
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 26/07/2010

Prezado amigo Marcelo Erthal,

Obrigado por seu novo comentário.
De fato o que tenho visto em todos os trabalhos que leio é que existem variações gritantes na análise bromatológica de gramineas e leguminosas usadas na pecuária brasileira. A começar muitas vezes pelo metódo de determinação, depois pelo próprio experimento cuja delineação muitas vezes é inconsistente e não permite repetições. A grande maioria são trabalhos voltados e elaborados por alunos de pósgraduação que querem terminar o curso e entregar a tese. Acho que os dados mais confiáveis são os da Embrapa.

Quanto ao Tifton85, sei que é uma excelente graminea mas também muito exigente em termos de fertilidade do solo e regima de águas, sendo que para pleno desenvolvimento acredito que tem que ser irrigado e se possível com fertirrigação. Tenho trabalho no projeto de implantação desta graminea com fertirrigação no meu empreendimento, o qual espero até o fim do ano já estar em funcionamento, para adquirir as primeiras novilhas em janeiro/2011.

Obigado por seu telefone de contato e em breve farei uma visita.
Um grande abraço
Ramon Benicio

marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/07/2010

Caro amigo, Ramon Benício,

hoje em busca de outros dados para melhor equacionarmos, alguns problemas, me deparei com estes dados sobre à RUC = PB = 26,20% ; MO = 93,41 ; EE = 5,70% ; FB = 12,70% ; MM = 3,20 % ; NDT = 76,80 % ; CA = 0,20 % e P = 0,56 % ; estava no site da Embrapa Amâzonia Oriental - Sistema de Produção .02 ; ISSN.1809-4325 Versão Eletrônica DEZ/2005 - creditado à José Adérito Rodrigues Filho em conjunto Ari Pinheiro Camarão, sob o título de CRIAÇÃO DE GADO DE LEITE NA ZONA BRAGANTINA - Suplemento Concentrado. Tudo, isto, para lhe dizer, que biologicamente, falando é tudo muito"FLEX"; não seria muita mentira se te dizer que pouco se sabe, ou melhor se têm certeza; muitos trabalhos que temos acesso, são muitas laudas nada conclusivas, os próprios nada terminante, tudo fica um pouco em aberto! Voltando ao Tifton85, não façamos o Prof.Gleen Burton, "revirar no túmulo"; até o atual momento, a nível de trópicos não apareceu nada que seja capaz de apresentar-se melhor do que o Tifton 85, mas é um capim de díficil manejo, para aqueles que desconhecem suas "manhas", é fracamente exigente, mas se satisfeito; seus méritos são muitos, nossas observações nos levaram à operacionaliza-lo de forma diferente da preconizada no Brasil. Se for usado o N da forma indicada, o solo estaria exaurido em poucos anos; erram também, na altura do pastoreio(entrada e saída do gado). Gostaria muito de lhe demonstrar "in loco", o nosso laboratório foi montado à céu aberto, e temos algumas conclusões sobre "o rei capim", como os americanos se referem a esta variedade de Cynodon.

um abraço marcelo
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 23/07/2010

Prezado amigo Marcelo Erthal,

Agradeço seu comentário em retorno ao meu questionamento sobre o custo da PB na ração usando RUC ou farelo de soja.

Veja abaixo este novo cálculo usando este valor que me forneceu para o farelo de soja R$ 1,00 / Kg

100 Kgs de FS = 100 x 90% x 46% = 41,4 Kgs de PB

Então 1 Kg de PB no FS = 100 / 41,4 = R$ 2,41 / Kg, ainda assim o Kg de PB no FS é mais barato do que no RUC.

100 Kgs de RUC = R$ 13,00 / 3,5 = R$ 3,71 / Kg

E você não teria que administrar a compra mensal de 15 toneladas de RUC mas de apenas 1.300 Kgs de farelo de soja. Uma vez que você já usa o FS na composição da sua ração, bastaria acrescentar um pouco mais de farelo.

Se você der uma olhada no site MFRural.com.br vai ver o farelo de soja variando entre R$ 540 e 600 por tonelada, claro que é posto SP ou MG teria que haver uma administração de compra.

Claro que no estado do RJ tudo é mais complicado quando se fala em agropecuária, a tradição de estado produtor foi perdida a muitos anos.

Quem sabe quando a sua nova área de produção estiver em funcionamento e também a minha, não podemos formar uma parceria para compra de insumos e fazermos um rateio pro rata das despesas. Fica a ideia prá ser discutida. Quem sabe não surge uma central de compras que pode ajudar outros produtores em nossa região.

Um grande abraço
Ramon Benicio
marcelo erthal pires
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/07/2010

Prezado e caro amigo Sr. Ramon Benício, ao primeiro olhar sobre suas contas da RUC x Farelo de Soja/46%, algo não batia, mas agora pouco, em converça com um primo que é supervisor de vendas de uma fábrica de rações; lembrei de perguntar o custo do farelo de soja/46%, ai veio o que poderia estar eqüivocado nos seus cálculos, o PREÇO DA SOJA, que no centro e norte de nosso estado anda entorno de R$1,00/Kg de farelo + frete da loja para a propriedade. Mesmo por que, a nossa ração já é formulada com 24% de Proteína. O proprietário foi por muitos anos, veterinário de apoio a comercialização de uma importante fábrica de rações ; e no meu caso comprava até 300Ton./semana de rações para frangos, e tinhamos que ter poder de observação para se dizer havia algo errado com o produto em si ou nos cálculos , até ter malícia para notar a substituição de um dos componentes desta ração, sem usar de laboratório, "no olho, no cheiro"... Aguardo vosso vizita, um abraço marcelo
Qual a sua dúvida hoje?