Quênia: após mudança política, setor se desenvolve

A indústria de lácteos do Quênia está obtendo um volume de negócios de mais de US$ 202,52 milhões, após uma mudança política feita há seis anos. Um novo relatório do Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (ILRI, sigla em inglês) sugere que a liberalização dos mercados informais de leite levou os produtores, vendedores e consumidores aproveitarem melhor a cadeia.

Da fazenda ao copo, Nairóbi, capital do país, registrou o maior retorno em demanda e oferta de leite desde que a Política de Lácteos do Quênia foi alterada em setembro de 2004. Para os produtores de leite e comerciantes das cidades de Nakuru, Thika e Kiambu, as vendas triplicaram de 2004 a 2007, período que foi estudado no relatório. "Permitir que vendedores de leite de pequena escala licenciados operem levou ao aumento de oferta de leite no mercado varejista e a um aumento contínuo no número de comerciantes de lácteos, suprindo a crescente demanda pelo produto", disse o documento.

Entretanto, nem todos os setores se beneficiaram com as mudanças. De acordo com o relatório, as forças do mercado não favoreceram os varejistas, que continuaram apresentando declínio de cerca de 9% nas margens, nas cidades pesquisadas.

Embora o setor de lácteos melhorado do Quênia deva receber um impulso por parte de investidores domésticos e estrangeiros, a competição por uma parte do mercado internacional tem sido complicada. Porém, o chefe regional da Nestlé, Pierre Trouilhat, espera que o setor de lácteos do Quênia tenha um lugar no Mercado Comum da África Central e Oriental (COMESA), pelo qual a companhia está estabelecendo uma cadeia de valor. A Nestlé entrou com um projeto de Desenvolvimento de Lácteos no Leste Africano (EADD), em abril, como uma ponte através da qual a companhia poderá comprar leite em pó do Quênia. "O principal objetivo será produzir creme de leite em pó permitindo que a Nestlé exporte produtos lácteos a outros países da COMESA e, assim, aumentar a disponibilidade e tornar mais acessível esses produtos na África equatorial".

Embora haja mais de 60.000 pequenos produtores de leite no Quênia, o setor de lácteos suporta cerca de 800.000 famílias, com mais de 350.000 quenianos sendo empregados direta ou indiretamente pela indústria.

As informações são do Theeastafrican.co.ke., traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.


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