Os produtores de leite da Espanha veem nos contratos e na criação de Organizações Profissionais fortes a solução para a crise setorial, enquanto que os produtores de outros países da Europa seguem reclamando de um preço que cubra os custos de produção. Todos concordam em confiar no sistema de cotas de produção de leite para superar a atual crise econômica.
Durante a feira agrícola AGROPEC, que ocorreu em Gijon, na Espanha, representantes da Organização de Produtores de Leite (OPL) e da European Milk Board (EMB) - organização que reúne mais de 100.000 produtores de leite de 14 países da União Europeia (UE) - se reencontraram para debater a situação do setor leiteiro europeu. O secretário executivo e o vice-presidente da OPL, Fernando Sainz de la Maza e Pablo Velasco, respectivamente, junto com José Ramón Arronte, porta-voz da Junta Diretiva, insistiram na necessidade de que, na Espanha, "todo o leite se movimente sob contrato", de acordo com o novo Real Decreto, de 1 de abril, "sem intermediários nem re-coletores". Para a vice-presidente da EMB, Sieta Van Keimpema, a solução da grave crise setorial "não passa pela implantação do contrato, pois esse contrato não evita a volatilidade do mercado".
Segundo o informe do Rabobank, apresentado pelo EMB, no qual se descreve a margem de benefício de cada um dos elos da cadeia de valor, destacam os da indústria láctea, que conta com 22% dos benefícios do setor e a distribuição, que fica com 26%, enquanto o produtor de leite, o primeiro elo da cadeia, fica com 0% do total de benefícios. Desse modo, "que aumente ou diminua o preço do produto final nunca foi um problema para o resto da cadeia", disse Van Keimpema.
Com relação ao sistema de cotas lácteas, que muitos produtores consideram viáveis, Van Keimpema garante que "dada a situação atual, parece provável que a Comissão se decida por aguentar o sistema durante um tempo maior, com o objetivo de poder sair da forte crise". Ainda assim, para ela, "é necessário um novo sistema de regulamentação, baseado no estudo dos custos de produção, que permita que o produtor sobreviva de maneira signa". Nesse sentido, Velasco disse que a "liberalização total do sistema poderia prejudicar o produtor, atualmente endividado pela aquisição de cotas lácteas".
A reportagem é do www.boletinagrario.com, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Produtores europeus acreditam que o sistema de cota láctea poderia aguentar até o fim da crise
Os produtores de leite da Espanha veem nos contratos e na criação de Organizações Profissionais fortes a solução para a crise setorial, enquanto que os produtores de outros países da Europa seguem reclamando de um preço que cubra os custos de produção. Todos concordam em confiar no sistema de cotas de produção de leite para superar a atual crise econômica.
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