Produtores de leite dos EUA estão preocupados com acordo de livre comércio com Nova Zelândia

A Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF) dos Estados Unidos disse que o setor de lácteos norte-americano está preocupado com a inclusão do comércio de lácteos com a Nova Zelândia em um potencial acordo de livre comércio na Parceria Trans-Pacífico.

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A Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF) dos Estados Unidos disse que o setor de lácteos norte-americano está preocupado com a inclusão do comércio de lácteos com a Nova Zelândia em um potencial acordo de livre comércio na Parceria Trans-Pacífico (TPP, sigla em inglês).

Um relatório foi preparado pelo Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) e fornecido confidencialmente ao Escritório de Representação Comercial e ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Um sumário do relatório está disponível online: http://www.usdec.org/files/PDFs/ExecutiveSummary022312.pdf.

A carta de acompanhamento diz que a maior companhia da Nova Zelândia recebe privilégios especiais do Governo que permite que mantenha aproximadamente 90% de participação de mercado do leite produzido no país. Essa posição vantajosa deu a essa única companhia de lácteos um controle direto de mais de um terço do comércio mundial de lácteos, sem contar as vendas adicionais controladas através de muitas relações de produção e distribuição em todo o mundo.

A NMPF tem dado forte apoio às negociações gerais da TPP, trabalhando em busca de oportunidades favoráveis onde elas existirem para os produtores de leite dos Estados Unidos. A federação identificou a possível futura inclusão das negociações de lácteos com o Japão e o Canadá como sendo algumas das mais significantes novas aberturas que o TPP poderia oferecer, apesar de ainda não estar claro se ou quando esses países entrarão no TPP e sob que condições.

Entretanto, a NMPF também foi igualmente clara sobre a contínua e veemente oposição dos produtores de leite a qualquer expansão do comércio de lácteos entre Estados Unidos e Nova Zelândia como parte desse esforço, considerando a concentração do mercado de lácteos neozelandês e o enorme poder global de mercado da principal companhia do país. A NMPF estimou que os produtores de leite dos Estados Unidos poderão enfrentar perdas de US$ 20 bilhões durante a primeira década do acordo de livre comércio se as tarifas de lácteos do país forem totalmente eliminadas em benefício da Nova Zelândia .

"O Governo da Nova Zelândia e a indústria de lácteos se uniram para gastar recursos consideráveis para cortejar os membros do Congresso dos Estados Unidos sobre o TPP, mas nossos representantes precisam manter em mente as duras realidades da indústria global de lácteos, onde o comércio é dominado por uma companhia", disse Jerry Kozak, presidente e diretor executivo da NMPF. "E o domínio tem sido facilitado pela política da Nova Zelândia que permite a regalia de concentração de mercado a uma única companhia, permitindo que essa companhia controle os mercados interno e externo".

Kozak disse que além do suporte da NMPF às negociações do TPP, a organização também apoiou a maioria dos acordos comerciais anteriores dos Estados Unidos, que levaram a importantes ganhos que beneficiaram os produtores de leite dos Estados Unidos. A posição da NMPF com relação ao comércio entre Estados Unidos e Nova Zelândia se refere a um compromisso em resolver não somente questões referentes a barreiras tarifárias às vendas de lácteos dos Estados Unidos, mas também, importantes medidas não tarifárias que impactam negativamente na capacidade do país de competir de forma justa no mercado doméstico e externo.

A NMPF continuará trabalhando com a USDEC para pedir que o representante comercial, Ron Kirk, além de outros oficiais de comércio do Governo e membros do Congresso, insistam na importância de expandir as exportações dos Estados Unidos e facilitar o comércio. A federação continuará se opondo a qualquer expansão no comércio de lácteos entre Estados Unidos e Nova Zelândia pelo TPP, considerando as dinâmicas muito problemáticas que persistem na indústria de lácteos do país.

Os dados são da NMPF, traduzidos e resumidos pela Equipe MilkPoint.
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