Produtores de leite do Uruguai esperam que preço do leite não baixe

O aumento das captações não está apoiado na produção de produtores convencionais. Hoje, as mega-fazendas representam mais de 10% do leite captado pelas plantas processadoras.

Publicado por: MilkPoint

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Os produtores de leite do Uruguai esperam um preço de no mínimo 7,30 pesos (US$ 0,35) por litro para o leite que produzirão em outubro, mas algumas indústrias já baixaram o valor do leite. Os produtores buscam atenuar a queda com um fortalecimento do dólar.

Segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale), o preço médio estimado para o leite captado pela indústria em agosto foi de US$ 0,43, o que representa cerca de 8,08 pesos, mas com um preço do dólar médio de 18,76 pesos uruguaios.

Os produtores uruguaios esperam que a possível queda nos preços de venda dos lácteos no mercado internacional seja atenuada pelo fortalecimento do dólar e esperam um preço por litro para as remissões de outubro de no mínimo 7,30 pesos (US$ 0,35) por litro.

A captação de leite da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole) está em cerca de 3,9 milhões de litros, mas há uma semana esteve maior, superando os 4 milhões. Até agora nesse ano e comparado com o mesmo período do ano anterior, o crescimento na produção de leite está em cerca de 15%, quando o crescimento anual histórico não supera os 7%. Os produtores sabem que esse nível não será sustentável em longo prazo, mas aspiram que marque um degrau que ajude a consolidar o terreno pecuário.

"A produção subirá um degrau e o melhor que podemos esperar é que esse degrau não se perca, mas sim, que seja a base para seguir crescendo", disse o presidente da Câmara Uruguaia de Produtores de Leite, Horacio Leániz.

O crescimento da produção de leite não se baseia em uma maior quantidade de vacas em produção e, no caso da Conaprole, baseia-se na captação de leite de várias das mega-fazendas impulsionadas por investidores estrangeiros que estão em plena produção e onde se aplica alta tecnologia. Essa é a nova realidade. O aumento das captações não está apoiado na produção de produtores convencionais. Hoje, as mega-fazendas representam mais de 10% do leite captado pelas plantas processadoras.

"Está havendo uma mudança de mãos das vacas que estão em produção. Estão perdendo produtores e as vacas passam às mãos dos macro-empreendimentos, melhorando sua dieta. Esses ventres, muito possivelmente, estão crescendo em sua própria produção".

O Uruguai conta com 350.000 a 400.000 vacas em lactação e hoje, os preços que os produtores recebem pelo leite possibilitam um maior uso de concentrados nas dietas. "Se passarmos dos 1,7 bilhão de litros, como seria o número esperável em 2011, os produtores pretendem que esse aumento seja o degrau definitivo para crescer a uma taxa maior que 7% ao ano".

Do lado da indústria, pelo menos no que diz respeito à principal empresa láctea do país, estão mostrando sinais de força, inclusive, ratificou-se o plano de investimentos para os próximos 4 ou 5 anos, segundo Leániz. Por outro lado, começam a amadurecer os investimentos de empresas novas, como a Schreiber Foods, que já tem uma planta operacional.

"Não vemos luzes amarelas no horizonte que escureçam o crescimento do setor leiteiro mais que os custos. O aumento de alguns custos não pode assustar, assim como um possível efeito climático na primavera se continuar a falta de chuvas". Se a falta de chuvas se consolidar nos próximos meses, os produtores enfrentariam a segunda primavera complicada e limitaria a produção de forragem usada para sustentar a dieta dos animais na produção durante o outono. A reportagem é do El País Digital.

Em 30/09/11 - 1 Peso Uruguaio = US$ 0,04904
19,5110 Peso Uruguaio = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
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