A Mesa de Enlace de Entidades Agropecuárias da Argentina reivindicou a liberação das exportações do setor lácteo para incentivar investimentos e poder "quebrar o impasse" da atividade e o "desaparecimento constante de fazendas leiteiras" e pediu para melhorar o preço do litro de leite ao produtor para compensar o aumento dos custos da inflação.
"Há um ano, o preço do litro estava em 1,40 pesos (US$ 0,24). Hoje, está exatamente igual, mas com uma inflação maior, e os insumos das fazendas leiteiras subiram em 30%", disse o presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Hugo Biolcati.
A Mesa de Enlace apresentou em conferência de imprensa o vídeo "Mitos e realidades do setor leiteiro argentino", que foi financiado pelo Fundo Federal Agropecuário com o aporte técnico da Mesa Nacional de Produtores de Leite. O vídeo enfatizou a falta de investimentos no setor devido às travas à exportação de leite, o que derivou no fechamento de mais da metade das fazendas leiteiras existentes há dez anos e enfatizou que a atividade gera 80 mil postos de trabalho em todo o país e favorece a manutenção das comunidades do interior. Biolcati disse que o número de fazendas leiteiras passou de 25.000 para 11.000 atualmente.
"O leite é um nutriente indispensável para a população. O mercado interno argentino está plenamente abastecido. Aqui, temos uma combinação de fatores que possibilitam o crescimento do setor. Continuar com um sistema que freia o investimento e diminui a quantidade de fazendas leiteiras é um ato que vai contra todos os argumentos éticos em um mundo com fome", disse ele.
Segundo ele, hoje a Argentina exporta somente 25% do que produz. Os dirigentes da Mesa de Enlace reclamaram "que se permita exportar livremente" dado que "não está em perigo o abastecimento interno" e defenderam "um preço para o produtor de acordo com o custo de produção, que hoje está em 1,74 pesos (US$ 0,30)".
Nesse sentido, eles disseram que há produtores recebendo hoje apenas 1,25 pesos (US$ 0,21) por litro de leite, inferior ao valor médio de 1,45 pesos (US$ 0,25) por litro que a indústria está pagando atualmente. "Se não se pode articular com os valores internacionais, o preço cai. É importante ter um mecanismo de formação de preços que recupere a transparência do mercado. O preço é o maior incentivo da produção", disse o representante da Coninagro, Carlos Garetto.
Por outro lado, Biolcati questionou a resolução da Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP) que fixa a quantidade mínima de pessoas que deve haver em uma fazenda leiteira em função de parâmetros como o número de vacas que possui ou o volume de litros de leite produzido. "A criação de emprego se faz com investimento. Aqui, querem criar empregos com uma disposição legal", disse ele, classificando a medida como "abusiva", e advertiu que "tende ao desaparecimento das fazendas leiteiras menores".
A reportagem é do www.lavoz.com.ar, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Produtores argentinos reclamam liberação das exportações de leite
A Mesa de Enlace de Entidades Agropecuárias da Argentina reivindicou a liberação das exportações do setor lácteo para incentivar investimentos e poder "quebrar o impasse" da atividade e o "desaparecimento constante de fazendas leiteiras" e pediu para melhorar o preço do litro de leite ao produtor para compensar o aumento dos custos da inflação.
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