Produção de plástico no Brasil deverá subir 2,5% em 2019

A indústria brasileira do plástico, que no ano passado registrou desempenho bem abaixo do esperado, voltará a ganhar fôlego em 2019. Para a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), diante dos indicativos de um melhor cenário para negócios e consumo e da expectativa de alta de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), a produção física de termoplásticos também deve crescer 2,5% de janeiro a dezembro.

Publicado por: MilkPoint

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A indústria brasileira do plástico, que no ano passado registrou desempenho bem abaixo do esperado, voltará a ganhar fôlego em 2019. Para a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), diante dos indicativos de um melhor cenário para negócios e consumo e da expectativa de alta de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), a produção física de termoplásticos também deve crescer 2,5% de janeiro a dezembro.

"O jogo da retomada virá com a reforma da Previdência", diz o presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho. Para a demanda de transformados plásticos, a previsão é de alta de 5%. Porém, a ociosidade elevada no setor, de 35% na média, não anima os empresários a investir no curtíssimo prazo, segundo sondagem realizada pela Abiplast. Somente quando houver redução dessa taxa haverá novos investimentos, observa Roriz.

O otimismo em relação a 2019 leva em conta ainda a percepção de que os juros se manterão em patamares baixos por um longo período e não haverá aumento da carga tributária, conforme sinalização do novo governo. "Estou muito otimista. O que [o governo] fala vai ao encontro do que espera a indústria", afirma o executivo.

Quanto à abertura comercial pretendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Abiplast defende que, na cadeia do plástico, esse movimento comece pela segunda geração petroquímica, que compreende a produção de resinas termoplásticas. Na terceira geração, onde estão os transformadores, não existe nenhum tipo de proteção e os importados têm ampliado presença no mercado doméstico de forma consistente há alguns anos.

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"No Brasil, existe monopólio no refino de petróleo, existe monopólio na produção de matérias-primas petroquímicas e existe monopólio protegido na produção de resinas plásticas. Se o monopólio estatal é ruim, o privado é muito pior. A razão da abertura comercial é aumentar a concorrência", afirma Roriz.

Na avaliação do executivo, a produção de resinas termoplásticas no país, que está concentrada nas mãos da Braskem, conta com uma série de vantagens e há anos a transformação pede maior concorrência. O pedido de mudanças nesse cenário já foi levado à equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a intenção da direção da Abiplast é, a partir de agora, ampliar as conversas em Brasília.

A produção de resinas termoplásticas conta uma série de vantagens e há anos se pede maior concorrência, diz Roriz

A redução dos spreads (diferença de preço em relação à matéria-prima) petroquímicos no mercado internacional verificada na segunda metade do ano passado, conta Roriz, não se refletiu nos preços domésticos. E a explicação está justamente na falta de concorrência no mercado brasileiro, acrescenta.

A greve dos caminhoneiros em maio, a realização de Copa do Mundo e eleições no país e o fraco desempenho da construção civil e do setor de alimentos e bebidas seguraram a expansão dos transformados plásticos no ano passado. Somam-se a isso os resultados negativos de novembro e dezembro - na comparação com dezembro de 2017, por exemplo, houve queda de mais de 10% nos volumes produzidos.

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Dessa forma, ante expectativa de evolução de 2,2%, a produção física de plásticos cresceu apenas 0,8% em 2018, sustentada pela alta de 2,6% em embalagens e de 0,7% em laminados. No segmento de acessórios para construção, houve queda de 2,8%.

Os números foram conhecidos após a divulgação dos dados de produção industrial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira. Assim como ocorreu na transformação de plástico, o índice geral da indústria no país também frustrou as expectativas traçadas entre o fim de 2017 e o início de 2018.

Conforme Roriz, o desempenho em janeiro foi melhor do que o verificado nos meses anteriores. Mas é precipitado afirmar que esse pode ser um indicativo do que virá pela frente uma vez que a recuperação pode ser explicada por um movimento mais intenso de recomposição de estoques.

As importações de termoplásticos mantiveram-se em ritmo de crescimento superior à produção local e à demanda, que subiu 1,5%, e avançaram 8,9%, para 747 mil toneladas. As exportações, por sua vez, cresceram 4,3%, a 276 mil toneladas. Diante disso, o déficit comercial em volume teve alta de 11,9%, para 471 mil toneladas.

Em valores, as importações de plásticos saltaram 12,2%, para US$ 3,37 bilhões, enquanto as exportações subiram apenas 1%, a US$ 1,22 bilhão, resultando em saldo negativo de US$ 2,15 bilhões, alta de 19,7%.

A indústria brasileira de termoplásticos criou 483 vagas em 2018 e encerrou o ano com 312,8 mil postos de trabalho. O número ainda está bem distante dos 380 mil empregos registrados entre 2010 e 2012.

As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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