Presidente do conselho da Nestlé acha limitante o crescimento do mercado de alimentos orgânicos

"Você tem que ser racional. Não há como suportar a vida na terra se você for direto da fazenda à mesa", disse o presidente do conselho da Nestlé, Peter Brabeck-Letmathe, quando questionado sobre as tendências de consumo de alimentos orgânicos, slowfoods e farmer'smarkets (mercados, geralmente em locais públicos, onde os produtores rurais vendem seus produtos ao público) em partes dos Estados Unidos e da Europa.

Publicado por: MilkPoint

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"Você tem que ser racional. Não há como suportar a vida na terra se você for direto da fazenda à mesa", disse o presidente do conselho da Nestlé, Peter Brabeck-Letmathe, quando questionado sobre as tendências de consumo de alimentos orgânicos, slowfoods e farmer'smarkets (mercados, geralmente em locais públicos, onde os produtores rurais vendem seus produtos ao público) em partes dos Estados Unidos e da Europa.

A Nestlé, assim como muitas grandes companhias de alimentos nos últimos anos, fez aquisições de várias marcas premium que as pessoas que adoram orgânicos tendem a comprar: água San Pellegrino, barras energéticas PowerBar e sorvete SkinnyCow. A companhia também ajustou seu lema nos últimos anos para reduzir a ênfase nas barras de chocolate e mudar seu foco para saúde e bem-estar: "Bom alimento, boa vida". Porém, Brabeck-Letmathe acha que os produtos orgânicos (conhecidos como produtos "bio" na Europa) não são essenciais para a companhia, que teve vendas de 110 bilhões de francos suíços (US$ 138,76 bilhões) e lucros de 34 bilhões de francos suíços (US$ 42,88 bilhões) em 2010.

"Isso é bom. Temos que ajudar nossos produtores. Isso nos permite criar valor agregado para pessoas que estão dispostas a pagar por isso", disse Brabeck-Letmathe. "Porém, é um privilégio. Nós também temos que pensar na oferta mundial de alimentos".

Ele disse que os produtos "bio" têm 30% menos rendimento do que a agricultura normal e "não nos permitiria alimentar o mundo hoje". Certamente, as pessoas ricas em áreas ricas na agricultura, como Áustria, Alemanha e Estados Unidos, têm o privilégio de pagar preços maiores pelos alimentos orgânicos. Porém, ele acha que essa é uma noção "romântica" que não é escalonável.

"Do ponto de vista nutricional, estudos mostram que não há diferença nutricional de alimentos bio e outros alimentos", disse ele. "Porém, isso é mais perigoso". Ele disse que os alimentos orgânicos na Europa são frequentemente fertilizados com esterco de gado e as pessoas nem sempre sabem que precisam lavá-los bem. Ele disse que isso leva a 30-40 mortes por ano por esses produtos.

Professores de nutrição e alguns cientistas de alimentos discutem muitas dessas afirmações, sugerindo que os alimentos orgânicos mostram diferenças nutricionais e não são mais perigosos do que os alimentos processados. Eles consideram que essas ideias são mitos que a grande indústria de alimentos promove e sugere que grandes companhias como Nestlé, Kraft e DoleFoods não adotam ideias de nutrição e alimentos frescos porque isso vai contra seu modelo de negócios e base de lucros.

Brabeck-Letmathe disse que percebe que filmes como Food Inc., livros de Michael Pollan e mercados de produtores rurais são tendências reais que estão mudando a postura dos americanos quanto à produção de alimentos, adicionando que a Nestlé está investindo mais dinheiro na intersecção de medicina e nutrição.

Embora ele não acredite que o movimento de slowfood possa ganhar escala para alimentar o mundo, ele disse que o movimento afetou a postura da Nestlé com relação à sua cadeia de fornecimento à medida que mais consumidores demandam saber de onde vêm seus alimentos. "Esse é um desenvolvimento positivo". A Nestlé ajuda os produtores de cacau, café e leite a instalar mecanismos de controle para evitar contaminação e melhorar a qualidade da produção.

A Organic Monitor estima que as vendas globais de alimentos orgânicos alcançaram US$ 54,9 bilhões em 2009, mais que os US$ 50,9 bilhões em 2008, sendo esses os últimos dados disponíveis. Os países com maiores mercados são Estados Unidos, Alemanha e França. A Associação de Comercialização de Orgânicos reportou que as vendas de alimentos e bebidas orgânicas nos Estados Unidos cresceram de US$ 1 bilhão em 1990 para US$ 26,7 bilhões em 2010. As vendas em 2010 representaram 7,7% de crescimento com relação a 2009. As vendas de alimentos e bebidas orgânicas representaram aproximadamente 4% das vendas totais de alimentos e bebidas em 2010.

Porém, Brabeck-Letmathe, por exemplo, acha que o crescimento de consumidores ricos e de elite de alimentos orgânicos nos Estados Unidos e na Europa alcançaram seu pico. "Eu não acho que isso crescerá muito mais".

As informações são da FastCompany.com, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/08/2011

Na minha opinião os alimentos orgânicos se caracterizam como um nicho de mercado muito específico, destinado a um número limitado de consumidores que querem e podem pagar por esses produtos, muito mais caros que os alimentos produzidos pela agropecuária convencional.


Dessa forma, mesmo que o mercado de produtos orgânicos cresça a taxas elevadas, continuará sempre sendo muito pequeno cpm relação ao mercado de produtos convencionais.


Marcello de Moura Campos Filho



Clemente da Silva
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 26/08/2011

Tudo Isso é piada! Alimento orgânico hoje em dia, é a maior mentira! Para começar, quase 100% deles, utilizam esterco de vacas ou de suínos, ou de galinhas, e esses vem contaminados com algum tipo de defensivo ou, medicamentos sistêmicos que passam dos animais para o esterco. Se não for por aí, a poluição das grandes cidades hoje, estão alcançando mais de 150 kms de distância e a grande maioria desses produtores de "orgânicos" estão nos chamados cinturoes verdes dos grandes centros,a poucos kms de distância. Outra coisa: Os que utilizam água tratada pública, estão irrigando seus orgânicos com uma imnsa quantidades de hormõnios e até metais pesados contidos nas "aguas tratadas". Onde está o ORAGÂNICO? O presidente do conselho da Nestlé, não pode falar isso, mas eu, posso.


Clemente.
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