Presidente da DPA diz que sólidos têm caído no Brasil

O presidente da <i>Dairy Partners America</i>, DPA, ministrou palestra sobre "o presente e futuro do setor lácteo nas Américas e no mundo", durante o Congresso Fepale, evento realizado em Belo Horizonte dos dias 22 a 25 de Março. Juan Carlos Pestana, caracterizou o cenário atual do setor lácteo brasileiro e da América Latina, e mostrou-se otimista em relação ao futuro da cadeia no Brasil.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 1 minuto de leitura

Ícone para ver comentários 10
Ícone para curtir artigo 0

O presidente da Dairy Partners America, DPA, ministrou palestra sobre "o presente e futuro do setor lácteo nas Américas e no mundo", durante o Congresso Fepale, evento realizado em Belo Horizonte dos dias 22 a 25 de Março. Juan Carlos Pestana, caracterizou o cenário atual do setor lácteo brasileiro e da América Latina, e mostrou-se otimista em relação ao futuro da cadeia no Brasil.

Figura 1

Juan Carlos Pestana, durante palestra. Foto enviada pela Fepale.

Sua previsão otimista esteve beaseada no potencial crescimento da demanda - projetando a China como maior importadora de lácteos - e no crescimento do setor lácteo na América Latina, citando como principais responsáveis a Argentina, Brasil e México. Pestana comentou também sobre o crescimento dos Bric's (Brasil, Rússia, Índia e China) e apresentou dados de crescimento médio, no período de 2003 a 2009, da produção de leite para o grupo de 3,6% frente os 1,5% da produção mundial de leite.

Pestana disse que a Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo e controladora de 50% da DPA, têm aumentado a participação do volume captado anualmente de países fora da Nova Zelândia. Dos 20 bilhões de litros captados anualmente, 5 bilhões já são captados fora da Nova Zelândia, sendo 30% são na Austrália e 70% na América Latina.

Porém, há desafios para a produção brasileira. Pestana listou o teor de sólidos no leite (gordura + proteína) no país como sendo 18% menor do que na Nova Zelândia, principal exportador mundial. Segundo ele, o teor médio de sólidos decresceu 5% nos últimos anos, e apontou como estratégia essencial, a remuneração pela indústria por qualidade para motivar o produtor. O presidente da DPA, também como estratégia importante para o aumento do teor de sólidos no leite, programas de desenvolvimento rual e fomento a assistência técnica. O palestrante finalizou mostrando dados de evolução da qualidade do leite a partir do Sistema de Valorização por Qualidade da DPA, implantado em 2005.

Equipe MilkPoint, enviada ao Congresso Fepale.
Ícone para ver comentários 10
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Claudio Winkler
CLAUDIO WINKLER

CARAMBEÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/04/2010

Quanto à utilização de outras raças que não a HPB para produção de leite ´mais gordo´, é preciso sempre considerar que a queda na produção média por animal aumenta o custo, então se trata de analisar cuidadosamente se o aumento em uma ponta não vai descobrir a outra - a velha história do cobertor curto. Não existe receita mágica, raças mais produtivas diluem o custo por litro, mas produzem menos sólidos, e vice-versa. Portanto, para que a utilização de raças ´coloridas´ seja vantajosa, efetivamente é necessário que haja premiação extra para sólidos, o que, como já foi dito, ainda não ocorre em grande parte do Brasil.

Por outro lado, querer comparar a média brasileira de sólidos com a média neozelandesa é besteira, assim como seria besteira compará-la com a dinamarquesa ou a holandesa. Genética e alimentação têm muita influência, é claro, mas garanto que se vc trouxer vacas dinamarquesas, com médias acima de 7% de gordura, para o Brasil, não vai conseguir aqui as mesmas médias, nem mesmo se utilizar a mesma alimentação, simplesmente porque tempos outro clima, que não nos favorece neste sentido. Então, é evidente que é preciso fazer o que for possível para melhorar a qualidade do nosso produto quanto aos seus sólidos. Há muito a melhorar, e concordo que é papel da assistência técnica auxiliar os produtores a melhorar cada vez mais neste sentido. Mas comparar com a Nova Zelândia, ao menos neste quesito, não faz o menor sentido.
Fabiano Barboza
FABIANO BARBOZA

ARARAS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2010

A respeito para se aumentar a quantidade de sólidos no leite, concordo plenamente em relação a utilização do gado Jersey na produção. Atualmente, trabalho em uma fazenda de leite na Nova Zelândia. O rebanho é composto por vacas holandesas, jersolando e jersey. A alimentação é praticamente 100% a pasto, só fornecemos um pouco de silagem no outono, quando a oferta das gramíneas fica menor que a demanda animal. No início da temporada o teor dos sólidos estavam em cerca de 8,2%, essa semana estamos variando entre 9,5 a 10%. O motivo desse aumento seria que estamos no chegando no final da curva de lactação, e quanto menor a quantidade em litros, maior a porcentagem dos sólidos. Li alguns estudos por aqui, e foi comprovado que em termos de conversão de alimento para sólidos, a Jersolando seria a mais eficiente em termos econômicos.
Abraços.
Atenciosamente,
Fabiano.
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 28/03/2010

Concordo com o que diz o senhor João Marcos Guimarães e complemento para termos uma idéia do valor industrial da redução da carga bacteriana.

A indústria de envase consegue reduzir em até uma hora o tempo necessário para o ciclo de limpeza de pasteurizadores, esterilizadores, homogeneizadores e envasadoras com utilização de leite de determinado padrão de carga bacteriana quando comparado a outra matéria prima de menor qualidade microbiológica. Isso aumenta a capacidade industrial das plantas de produção e reduz o gasto com produtos químicos.

O rendimento de queijos frescos e outros queijos de melhor padrão chega a aumentar 10% com o produto superior e nesse caso ainda soma-se o benefício do aumento da vida útil dos queijos nas gôndolas e a redução de defeitos comuns causados por má seleção da matéria prima.

Na Nova Zelândia são muiito valorizados os sólidos totais por conta da fabricação quase que total de leite em pó e concentrado. Nesse caso os benefícios dos sólidos são realmente muito significativos. Porém não podemos deixar de comentar que eles já atingiram um padrão muito superior ao nosso no que tange a qualidade microbiológica também.

Reitero que sou totalmente favorável a melhoria dos sólidos totais no Brasil, caminhando futuramente para o pagamento por sólidos, abolindo a medida "litro" das negociações.

Podem ter certeza que teríamos um decrécimo imediato de produção por conta da eliminação de fraudes (água não tem sólidos e soro pouquíssimos) que só prejudicam o nosso mercado.

Um abraço;

Sávio Santiago
DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/03/2010

Sr. Eduardo, a raça talvez seja um dos componentes importante na produção de sólidos no leite, como a Jersey é, mas , acho á alimentação o fator determinante , pois está ligado também ao clima, fertilidade do solo que contribui na nutrição do animal durante um periodo, e seja , esta vaca de que raça for.
Fábio Philomeno
FÁBIO PHILOMENO

MOGI MIRIM - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 27/03/2010

Não tenho dúvida que, quando o mercado pedir e pagar por isso, em pouco tempo estaremos sendo competitivos neste quesito... Então será a vez destes produtores que já estão fazendo este trabalho ...
PAULO CESAR BORDIN
PAULO CESAR BORDIN

GUARARAPES - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 27/03/2010

É lógico que a NZ tem o maior teor de sólidos do mundo, isso é fruto do trabalho de muitos anos, querer comparar isso ao Brasil é brincadeira, mas temos cruzamento com raças zebuínas que produzem mais sólidos que as Européias, e o caminho está na assistência técnica mesmo, com atuação técnica de melhoramento genético visando sólidos e a curto prazo trabalhar nutrição, é possivel sim melhorar no primeiro momento com nutrição, é aí que hoje um técnico já chega numa propriedade fazendo a diferença, 2010 está com preços de insumos que podem ajudar a chegar num melhor resultado.
Eduardo Marquez Palmério
EDUARDO MARQUEZ PALMÉRIO

UBERABA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 26/03/2010

Caro Senhor Darlani Porcaro,

O principal parâmetro para a produção de sólidos no leite não é a nutrição, e sim, a genética, sendo as raças selecionadas na Nova Zelândia para produção de sólidos desde 1909: holandês-frísio, kiwi-cross (cruza de holandês-frísio e jersey genética NZ) e principalmente, jersey genética NZ, as maiores produtoras de sólidos no leite, entre as principais genéticas bovinas especializadas na produção de leite no mundo.
João Marcos Guimarães
JOÃO MARCOS GUIMARÃES

CARRANCAS - MINAS GERAIS

EM 26/03/2010

A maioria das indústria valoriza a baixa contagem bacteriana. As enzimas produzidas por elas prejudicam a indústria queijeira e as envasadoras.
É mais fácil conseguir bons resultados nesse quesito. Basta uma higienização correta.
Para se conseguir um aumento de sólidos é preciso uma alimentação balanceada e de custo mais elevado. Hoje, o produtor de leite não tem condições para tal tarefa. A melhoria na genética com escolha de animais com maior aptidão para teor mais alto de sólidos, é mais demorada e também cara, é uma outra saída.
Já tem produtor no Sul de Minas fazendo esse trabalho, como tem laticínio incentivando a melhoria no teor de sólidos,principalmente o desengordurado.
É um trabalho difícil que precisa ser mais divulgado e incentivado.
DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/03/2010

Se sólidos em leite , está ligado á nutrição das vacas leiteiras, devido á baixa remuneração ,é quase impossivel os pequenos produtores oferecerem ás suas vacas , um alimento mais protéico.
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/03/2010

O direcionamento maior referente aos pagamentos por qualidade no Brasil, nos últimos anos foi para os padrões microbiológicos (CCS e UFC) e não para sólidos.
Produtores tem investido mais em volume e higiêne, pelo simples fato da indústria no Brail recompensar mais esses quesitos.
Na Nova Zelândia a predominância do gado europeu com grande participação do Jersey com certeza se deu por conta da política de pagamentos por sólidos adotada já há muito tempo.
Acredito que o pagamento por sólidos é a forma mais justa de se comercializar leite, mas temos muito o que caminhar ainda para adotarmos um sistema como esse.

Um abraço a todos;

Sávio Santiago
Qual a sua dúvida hoje?