Analisando o gráfico 1, observa-se que em setembro de 2010 os preços do leite na Nova Zelândia, em dólar, apresentaram leve alta de 1,8% (de US$ 0,3751/kg para US$ 0,3817/kg), frente a agosto. Na Europa, os preços subiram 2,5%, para US$ 0,4319/kg em setembro. Contudo, foi os Estados Unidos que apresentou a maior alta, de 8%, com o preço ficando em média a US$ 0,4098.
No Brasil, o preço médio ao produtor (Cepea-Esalq/USP), em dólar, ficou em US$ 0,4028/kg em setembro.
Gráfico 1. Evolução dos preços na Europa, Brasil, Nova Zelândia e EUA, em US$/litro.

Entretanto, é importante alertar que uma análise que considera apenas os valores nominais em dólar pode estar um tanto distorcida em razão, principalmente, da desvalorização da moeda norte-americana. Segundo o Índice Big Mac da revista britânica The Economist, que compara o poder de compra das moedas locais em razão do preço da commodity, o real está sobrevalorizado em 42%, enquanto o euro em 29%. O que "corrigiria" os preços para valores aproximados de US$ 0,2836/kg para o Brasil e US$ 0,3348/kg para a Europa. No caso da Nova Zelândia, segundo o ASB Weekly Report, o dólar neozelandês está sobrevalorizado em 15%, corrigindo o preço para US$ 0,3319/kg.
Esses "novos" valores indicam que o produtor brasileiro é o que menos recebe pelo litro do leite dentre as 4 regiões comparadas e que o produtor norte-americano ocupa a primeira posição com uma boa margem de diferença. Esse bom preço pago nos Estados Unidos - o preço do leite classe III valorizou 23% nos últimos três meses - e a desvalorização da moeda sugere que teremos uma boa quantidade de leite norte-americano no mercado internacional nos próximos meses.
Equipe MilkPoint
