No Oeste da Europa, o leite em pó integral (WMP) e o leite em pó desnatado (SMP) foram os destaques em razão de estoques praticamente inexistentes dos produtos e valorização do euro sobre o dólar. Mesmo a oferta se recuperando em países importantes em janeiro, como Alemanha e França, ainda não têm sido suficiente para equiparar-se a forte demanda, principalmente da Rússia e China.
O leite em pó integral teve valorização de 11,4% frente à última quinzena e fechou a US$ 4.625/ton. Em comparação ao mesmo período do ano anterior a valorização foi de 36%. Para o leite em pó desnatado o ganho frente à última quinzena é ainda mais expressivo, de 12,8%. O produto ficou em média a US$ 3.750/ton, apresentando um ganho sobre o mesmo período em 2010 de 35%, em razão principalmente da redução dos estoques de cerca de 27% no período.
Na Oceania, os ganhos seguiram o comportamento do leilão da Fonterra, por volta dos 6%. O preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 4.087,5/ton e o desnatado em US$ 3.800/ton, apresentando altas de 5,8% e 6,3%, respectivamente, frente à última quinzena. Sobre o mesmo período do ano anterior as altas são de 29,8 e 38,2%.
A valorização dessas duas commodities tem origem no clima. A Austrália tem sofrido com excessos de chuvas nas regiões de Queensland e Victoria, que responde por quase 70% da produção do país, e a Nova Zelândia tem amargado um período de seca.
Gráfico 1. Preços de exportação de leite em pó integral (em US$/ton).

Segundo agentes de mercado consultados pelo MilkPoint, se os preços de leite em pó permanecerem nesses patamares teremos a possibilidade de retomar as exportações. "Além de voltarmos a sermos competitivos com esse preço, existem dois importantes efeitos benéficos que merecem considerações: i) diminui pressão de importação de países como Argentina e Uruguai, que irão preferir preços maiores no mercado internacional; e ii) aumento da ocupação e redução dos custos fixos de unidades produtoras de leite em pó.
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