Preços ao produtor em dezembro se igualam aos da Europa e Estados Unidos

Valorização do Real seria o principal responsável pelos preços relativos elevados em dólar para o leite nacional.

Publicado por: MilkPoint

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Segundo dados divulgados pela Land-en Tuinbouw Organisatie (LTO - Nederland), Federação de Agricultura e Horticultura da Holanda, os preços pagos ao produtor (valores nominais), em dólares, na Nova Zelândia, Europa, Estados Unidos (EUA), Argentina, Uruguai e Brasil, apresentaram pouca variação no mês de dezembro em relação ao mês anterior como pode ser visto no gráfico 1.

A Europa, os EUA, o Brasil e a Argentina, apresentaram pequenas baixas nos preços, fechando o mês de dezembro com os seguintes valores: US$ 0,4559/kg, US$ 0,4606/kg, US$ 0,4605/kg e US$ 0,3435/kg, respectivamente. A Nova Zelândia praticamente não variou (+0,13%) fechando a US$ 0,3996/kg e o Uruguai apresentou leve aumento de 1% em relação à novembro, com o preço ficando em US$ 0,3786/kg.

O preço médio ao produtor nesses países, em dólar, foi de US$ 0,4390/kg, 11% menor que a média brasileira. O Brasil apresentou de abril para frente os maiores preços se comparado aos demais países, fechando o ano de 2011 com média de preços de US$ 0,4956/kg, 24% superior a média de 2010, que foi de US$ 0,4005/kg. É interessante lembrar que aspectos de qualidade do leite, como o teor de sólidos, não estão sendo considerados. Caso os preços fossem corrigidos para sólidos, o valor brasileiro seria ainda maior, dado que, em média, possui menor teor de sólidos do que o leite Europeu e, principalmente, neozelandês.

Ao compararmos as médias anuais por país entre os anos de 2011 e 2010, os EUA apresentaram a maior variação, 25%, com o Brasil aparecendo logo atrás, com 24%. A Argentina teve a menor variação, 9%, fechando o ano de 2011 com o valor médio de US$ 0,3601/kg.

Os EUA apresentaram em dezembro o valor de US$ 0,4606, 33% a mais do que o valor no mesmo período no ano anterior.

Figura 1

A aproximação dos preços globais ao produtor se deu pela "correção" dos valores nominais apresentados em dólar, considerando a desvalorização da moeda norte-americana frente as outras moedas locais. Segundo o Índice Big Mac da revista britânica The Economist divulgado em janeiro/12, que compara o poder de compra das moedas locais em razão do preço da commodity, o real está sobrevalorizado em 35%, enquanto as moedas da Argentina e do Uruguai em 10%, o que "corrigiria" os preços para valores aproximados de US$ 0,3410/kg para o Brasil, US$ 0,3123/kg para a Argentina e US$ 0,3441/kg para o Uruguai. No caso da Nova Zelândia, o dólar neozelandês está sobvalorizado em 4%, corrigindo o preço para US$ 0,4162/kg.

Os valores corrigidos indicariam uma relativa aproximação entre os preços dos países da América Latina e reduziriam a média global no mês de dezembro para US$ 0,3840/kg.
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Joseph Crescenzi
JOSEPH CRESCENZI

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 10/02/2012

Ah, se nos aqui no Brasil, pudéssemos adquirir um trator ou uma ordenhadeira pelos preços iguais aos dos nossos concorrentes!
Qual a sua dúvida hoje?