Preço ao produtor brasileiro volta a destacar-se frente aos preços internacionais

Após apresentar preços semelhantes à Europa e Estados Unidos (EUA), o Brasil voltar a destacar-se sustentando uma posição que lhe foi característica em 2011, a de maior preço ao produtor. O valor em janeiro foi de US$ 0,4647/kg e é reflexo da valorização do real. Essa situação é decorrente da crise europeia e do crescimento econômico brasileiro acelerado frente a outros mercados emergentes.

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Após apresentar preços semelhantes à Europa e Estados Unidos (EUA), o Brasil voltar a destacar-se sustentando uma posição que lhe foi característica em 2011, a de maior preço ao produtor. O valor em janeiro foi de US$ 0,4647/kg e é reflexo da valorização do real. Essa situação é decorrente da crise europeia e do crescimento econômico brasileiro acelerado frente a outros mercados emergentes.

Além do aumento do Brasil, a Nova Zelândia e Uruguai apresentaram aumentos em relação à dezembro de 3,73% (US$ 0,4145/Kg), e 2,55% (US$ 0,3882/Kg), respectivamente.

O preço médio ao produtor na Europa e na Argentina apresentou pequena baixa nos preços, fechando o mês de janeiro a US$ 0,4479/kg e US$ 0,3343/kg, respectivamente. Já os Estados Unidos (EUA) apresentaram baixa mais acentuada de 9,08%, saindo de US$ 0,4606/Kg para US$ 0,4188/Kg.

Os dados podem ser visualizados no gráfico 1 e são da Land-en Tuinbouw Organisatie (LTO - Nederland), Federação de Agricultura e Horticultura da Holanda, do CLAL.it e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepepa/USP).

Os EUA foi o país que apresentou maior diferença em relação ao mesmo período do ano passado. O preço ao produtor americano em janeiro de 2012 apresentou-se 23,4% superior em relação à janeiro de 2011.

Gráfico 1: Preços ao produtor em diversos países

Figura 1


Fonte: Fonte: LTO Nederland, CLAL e Cepea / Elaboração: MilkPoint

A aproximação dos preços globais ao produtor se deu pela "correção" dos valores nominais apresentados em dólar, considerando a desvalorização da moeda norte-americana frente às outras moedas locais. Segundo o Índice Big Mac da revista britânica The Economist divulgado em janeiro/12, que compara o poder de compra das moedas locais em razão do preço da commodity, o real está sobrevalorizado em 35%, enquanto as moedas da Argentina e do Uruguai em 10%, o que "corrigiria" os preços para valores aproximados de US$ 0,3442/kg para o Brasil, US$ 0,3039/kg para a Argentina e US$ 0,3529/kg para o Uruguai. No caso da Nova Zelândia, o dólar neozelandês está sobvalorizado em 4%, corrigindo o preço para US$ 0,4318/kg e aproximando-se do valor europeu US$ 0,4225/kg.

Os valores corrigidos indicariam uma relativa aproximação entre os preços dos países da América Latina e reduziriam a média global no mês de janeiro de US$ 0,4114/kg para US$ 0,3790/kg.

A matéria é da Equipe MilkPoint.

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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/03/2012

Prezado Ronaldo Marciano Gontijo: Acompanho sua trajetória desde seu começo, quando voce surgiu nos debates do MILK POINT querendo assimilar informações sobre os diversos modelos de criação. Sinto-me orgulhoso de ter podido contribuir, ainda que de forma perfunctória, com sua escolha pelo confinamento e, principalmente, com o seu sucesso no empreendimento. Você, como tantos outros, são a prova cabal de que minhas palavras não foram em vão e de que as mesmas "não estão tão equivocadas assim". Concordo muito com você quando afirma que "sustentabilidade para mim é ter dinheiro para pagar minhas contas". Realmente, assim o é, pois, num mundo capitalista como o nosso, até nossos sonhos têm um preço a ser pago. A pasto, muitos deles ficariam deixados no limbo do esquecimento. Parabéns.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=  
Ronaldo Marciano Gontijo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/03/2012

Prezado João Paulo,

Eu conheci um produtor com apenas 3 hectares de terra produzindo 1500 litros de leite dia, é claro que era com vacas confinadas e todo alimento era comprado fora, até mesmo a silagem de milho. Onde fica a vergonha nisto? Onde fica a falta de sustentabilidade? Seria melhor ele produzir umas gotas de leite usando pasto e trabalhar nas fazendas vizinhas para sobreviver? Eu que vivo do leite e não disponho de muita terra, prefiro minhas vacas confinadas, comprando o concentrado, sem me preocupar com a área que foi usada para plantar o milho e a soja, pois o que mais me interessa é a renda que eu tiro com o leite. Sustentabilidade para mim é ter dinheiro para pagar minhas contas, não adianta nada produzir leite a pasto, gastando pouco e chegar no fim do mês e ter que vender uns bezerros, uma vaca de corte para pagar as contas.

Um abraço

Ronaldo
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/03/2012

Prezado João Paulo Mendonça: Não produzo soja na minha propriedade, por vários motivos, inclusive de clima e de produtividade, já que não estou localizado em uma região muito propícia para este tipo de cultura, ao ponto de ser mais viável plantar que adquirí-la de outros. Por outro lado, a área gasta com esta cultura não deve e não pode ser considerada nos cálculos de meu sistema, de sorte que já o foi nas contas de seu produtor. Estas distorções dentro das sistemáticas de cálculos de custos é que fomentam a ideia de que o sistema de reclusão integral de bovinos de leite é deficitário ou, ainda, "economicamente inviável". Por óbvio, não dá para produzir, na propriedade, seja qual o sistema adotado, tudo o que se consome, a não ser que nós tenhamos laboratórios para fabrico de medicamentos, salinas, para o sal mineral, indústrias de artefatos diversos, o que, convenhamos, é um absurdo. Mas, há que considerar que produzimos tudo o que podemos e, isto é que é o nosso diferencial.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
João Paulo Mendonça
JOÃO PAULO MENDONÇA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2012

Boa tarde a todos. Prezado Guilherme Alves, uma vez que eu comentei que acho impossível produzir toda ração de grão para gado, em especial leite, em uma mesma propriedade eu acredito que não estou de todo errado. Você mesmo evidenciou o fato de comprar a soja por modalidade de leilão. Não faço uma crítica sem fundamentos a este modelo de manejo, mas apenas o acho fora de ser sustentável. De fato, fazendas fundamentalmente leiteiras tem de buscar soluções de alto padrão para alta produção, o que não é meu caso. E como eu mesmo disse em oportunidade anterior, sou novo no mercado de agropecuária e por isso faço presença no Milk Point como leitor e comentarista em determinados assuntos, sendo assim ainda desconheço diversas técnicas e manejos as quais tenho imenso prazer em aprender e aplicar futuramente em minha propriedade conforme meu gosto. Devemos entender que fundamentalmente não uma técnica superior a outra e sim a que melhor se adeque ao manejo da propriedade e que seja economicamente viável. Se aqui estamos discutindo custos de produção x remuneração praticada pelo mercado devemos sim, no inicio, por na balança qual manejo e técnica melhor se adequa a realidade econômica de cada produtor. Hoje em dia não da mais pra dar murro em ponta de faca acreditando que nada vai acontecer. A crise financeira mundial hoje se encontra na Europa como bem o texto destacou, e amanhã?

Forte abraço,

João Paulo Mendonça

Gir Mendonça - Fazenda São Carlos - Sta Rita de Jacutinga - MG

*Gir Leiteiro por Natureza!*
Mário Sérgio Ferreira Zoni
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/03/2012

Bom dia a todos

A possibilidade de exportação de nossos parceiros advém mais de políticas cambiais do que de verdadeiros custos de produção, é talvez neste ponto que deva se basear uma tarifa equalizadora já que como postei acima o custo de produzir leite e o valor de venda quando comparados com valores de troca são praticamente iguais para nossos vizinhos.

Se somarmos ao cashflow das propriedades Argentinas, o custo oportunidade Terra e a remuneração sobre capital e ativos o custo de produção ultrapassa hoje o valor pago pela indústria, razão pela qual está prevista uma enorme movimentação no final deste mes.

Um ponto importante e sempre perigoso é que o Leite é ferramenta de barganha nas gondolas do supermercado e agrada ao consumidor "promoções" do mesmo, sendo possível identificar Leite Longa Vida em alguns mercados com preço ao redor de R$ 1,40. Esta situação é aflitiva pois a margem industrial e o custo embalagem não se alteram assim como as margens do supermercado, restando para os produtores pagar esta benesse aos consumidores urbanos.

Abraços

Mário Sérgio F Zoni
Mário Sérgio Ferreira Zoni
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/03/2012

Bom dia a todos

Há aproximadamente 2 anos iniciamos um comparativo de custos e preços de Leite contactando colegas do MERCOSUL e Chile. Os pontos do comparativo para evitar armadilhas do câmbio é a relação de troca entre 4 insumos básicos:

Energia Elétrica

Diesel

Milho Fubá

Fosfato ( DAP )

Apenas como comparativo entre o nosso principal parceiro e competidor a Argentina tem custo caixa (Cashflow ) de 1,16 pesos para 1,50 pesos recebidos pelo Litro de Leite. O Custo Total de curto prazo está altamente inflacionado devido ao valor do arrendamento de terra na Argentina ter atingido valores proibitivos, com custo do arrendamento ao redor de 1.200 a 1.500 Kg de soja por hectare/ano. A relação de troca entre os componentes citados acima está assim;

Cada litro de Leite compra 1,76 Kg de Milho

Necessita 2.250 Litros de Leite para comprar uma tonelada de fosfato

Necessita 3.330 Litros de Leite para comprar 1.000 Litros de Diesel

Ou seja se tomarmos como base valores em dólar somos extremamente ineficientes, porém devemos considerar todas as variáveis que cada país possui.

Apenas como referencia nacional o Cashflow aqui nos Campos Gerais do Paraná está ao redor de R$ 0,64 com valor recebido de R$ 0,89 ( sem considerar o retorno recebido pela participação na industria).

Abraços

Mário Sergio Zoni
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/03/2012

O final do comentário foi truncado, perdendo sentido, e por isso reescrevo abaixo:

Se o Governo e as lideranças da cadeia produtiva analisarem com profundidade os problemas de nossa pecuária leiteira e propuserem ações efetivas para dar sustentabilidade e competitividade ao nosso produtor de leite, a médio prazo poderemos deixar de importar leite e passar a exportar leite e lácteos. Se isso não acontecer continuaremos a ser importadores e poderemos, quem sabe, até subir mais no pódio dos importadores de leite em pó, saindo do terceiro lugar e passando para o primeiro.



Marcello de Moura Campos Filho
João Paulo V. Alves dos Santos
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/03/2012

Prezados,

Gostaria de enaltecer as considerações do Marcelo Pereira de Carvalho.

A matéria não faz menção a custos de produção, volume de produção ou sistema de produção ideal para nossas vacas (aspectos abordados por colegas nos comentários). A notícia é auto-explicativa: deixa claro à todos que o real valorizado é principal fator ou justificativa do alto preço/litro em dólar.

Se a conjuntura econômica sofrer reviravolta e tivermos desvalorização do real, a situação mudará, claro. Hoje, entretanto, os números presentes são os apresentados.

Achei a análise muito interessante pois acredito no crescimento do País e na queda dos juros (BC sinalizando isso e Governo disposto a caminhar nessa direção), gerando menor fluxo de dólares ao nosso mercado, consequente desvalorização do real e preços nacionais mais competitivos em relação aos praticados no mercado internacional.

Abraço à todos!
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/03/2012

Caro Marcelo ( Pereira de Carvalho )

Concordo plenamente que a comparação do preço recebido pelo produtor em US$, independentemente das distorções cambiais, influi para o resultado o fluxo de produtos no mercado internacional. Na realidade acho que o determinante desse fluxo é o preço dos produtos industrializados, pois não se compra leite em natura no mercado internacional.

Se dei a entender que critiquei a seriedade da analise, faço aqui a correção: a analise em si é séria e bem feita.

O que quis alertar é para o fato do produtor brasileiro receber em US$ mais do que os de outros paises,  não significa que o produtor aqui tem mais margem que os estrangeiros uma vez que os custos de produção são muito elevados e isso contribui para tirar a competitividade de nossos produtos lácteos e leva a nossa realidade de país importador de leite.

Quando me referi que é mais do que hora de tratarmos com seriedade as comparações internacionais, comparando não apenas preço ao produtor, mas também custos e margens, não foi uma crítica ao artigo, aliás muito bom como como acontece nas matérias do Giro Lácteo, mas uma crítica a representantes da indústria e do Govêrno que frequentemente, sem fazer uma analise mais profunda comparando preços ao produtor e custos de produção e das razões da falta de competitividade de nossa pecuária leiteira, afirmam de forma simplista que não exportamos lácteos pelo fato do preço recebido pelo produtor em US$ ser muito alto.

São essas afirmações simplistas e  olhando fatos isolados, de representantes do Governo e de lideranças da cadeia produtiva, desprovidas de analise séria que levaram o Brasil  a ser a décadas importador de leite.

A médio prazo deixaremos de importar leite e passaremos a ser exportadores de leite e lácteos. Se isso não acontecer continuaremos a ser importadores e poderemos, quem sabe, até subir mais no pódio dos importadores de leite em pó, saindo do terceiro lugar e chegando ao primeiro.

Abraço



Marcello de Moura Campos Filho



  Presidente da Leite São Paulo



Jose Ronaldo Borges
JOSE RONALDO BORGES

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/03/2012

O problema do Brasil é o cambio valorizado e está afetando não só a pecuária leiteira mas praticamente todos os setores produtivos. Tenho comprado roupas no exterior e mesmo pagando imposto de importação de 60% sai muito, mas muito mais barato que no Brasil. Infelizmente o governo só vai atuar no cambio com firmeza quando o rombo nas contas externas for insustentável. Na situação atual não compensa os laticínios comprarem leite internamente e nem os produtores produzirem. Talvez algum produtor consiga manter um fluxo de caixa positivo, mas que não paga a depreciação dos ativos.
Marcelo Pereira de Carvalho
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/03/2012

Caro Marcello (Moura Campos),



A comparação dos preços recebidos pelos produtores é legítima se o objetivo for analisar competitividade internacional, com ou sem câmbio correto (afinal, é o câmbio que está aí, há anos não só se mantendo, mas demandando ações do governo para não cair mais). Afinal, qual seria outra medida além dessa para determinar o fluxo de produtos de um lugar mais competitivo para um menos? Não vejo outra. Mesmo o custo de produção, no longo prazo e considerando uma atividade em concorrência perfeita, refletirá algo semelhante ao padrão dos preços.  A prova disso é a perda do foco exportador e as importações crescentes.



Portanto, a análise não deixa de ser séria por não comparar as margens dos produtores - apenas foca outra questão, que é a competitividade internacional e não a sustentabilidade ecônomica do produtor no Brasil, assunto que vem sendo debatido no MilkPoint desde o início do site.



O artigo não diz que o fato de receber o melhor preço entre os principais países faz o produtor brasileiro ter a maior rentabilidade. Tenho certeza que, por acompanhar há muito tempo o MilkPoint, você sabe que não faríamos essa associação simplista.

Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/03/2012

Prezado José Ronaldo Borges: É por pensamentos assim que a pecuária brasileira não evolui. Esquece-se você que o mercado internacional é deficitário, o aumento do consumo tem sido tópico recorrente nas pesquisas de mercado e as plantas dos laticínios teimam em crescer sempre a níveis bem superiores aos das produções. Se tivermos leite no mercado interno em quantidade e qualidade, a importação deixará de ser bom negócio, e, aí, teremos um cenário de estabilidade, que, hoje não temos por culpa do excesso de leite alienígena que circula no mercado interno. Se a alta produtividade for instalada em nossos rebanhos, mesmo que a preços menores, será muito mais lucrativo do que o que temos hoje.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/03/2012

Prezado João Paulo Mendonça: A baixa produção individual seria o maior dos limitantes. Produzo, dentro de minha propriedade, todo o volumoso de que necessito ao longo do ano, através da silagem de milho e dos canaviais. A soja é o único componente da dieta única adotada na propriedade que vem de fora de suas porteiras, mas, é adquirida através de leilões e tomadas de preço, que a barateiam sobremaneira. Não incluí a mineralização, por óbvio.

Pela sua informação, vejo que não conhece, a fundo, os sistemas confinados brasileiros que são muito eficientes e produtivos, tanto que os cem maiores produtores de leite do Brasil, o adotam em sua maioria. Nos demais Países produtores, como no Estados Unidos da América, ele é regra geral.

Destarte, a não ser que o mundo produtor esteja realmente todo equivocado,  a reclusão integral de bovinos de leite é, de forma indene de dúvidas, o sistema mais profissional e eficiente do planeta especializado.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/03/2012

Prezados Amigos

Por que erramos todos juntos?

Os sistemas de produção são escolhas do empreendedor.

A vida vai ensinar.

Qual o problema?
darlani  porcaro
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/03/2012

Já estão alegando excesso de leite  os laticínios , também com as portas  abertas  para o mercosul,ainda mais com o Uruguai ,não tem jeito, o produtor é quem vai levar tinta. Fica difícil  o investimento em um negócio incerto , e nada é barato quando você entra.
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/03/2012

A matéria destaca o valor recebido pelo produtor brasileiro, de US$ 0,4647/litro, comparativamente a produtores de outras partes do mundo, dando a impressão que isso é muito.

Se considerarmos o câmbio de R$ 1,70/US$, esse preço representa R$ 0,80/litro.

O preço que o produtor recebe em si, não significa muita coisa, é preciso considerar o custo de produção para saber a margem do produtor, essa sim importante para a sustentabilidade econômica da atividade.

Considerarmos os TOP 100, que representam os produtores especializados mais capacitados e com mais tecnologia no País, que devem ser os mais competitivos. Pelas informações tive accesso, estimo que em 2011 o custo médio de produção tenha sido da ordem de R$ 0,70/litro, o que representaria uma margem de R$ 0,10/litro.

Considerando o câmbio de R$ 1,70/US$, o custo dos TOP 100 seria da ordem de US$ 0,4118 e a margem do produtor de US$ 0,05889. É muito?  Em US$, qual o custo de produção e a margem dos produtores dos outros países?

Nas comparações com outros paises  em US$, tem que ser comparado simultâneamente o preço que o produtor recebe, o custo do produção e a margem para o produtor.

Se compararmos apenas preços que o produtor recebe em US$ estaremos comparando alhos com bugalhos, a competitividade da nossa pecuária leiteira continuará baixa e o Brasil continuará importando leite, como o faz a décadas, conseguindo agora subir ao pódio, ao nos tornarmos o terceiro importador mundial de leite em pó.

Penso que é mais do que hora de tratarmos as comparações internacionais com seriedade, e deixarmos de comparar apenas o preço que o produtor recebe, se quisermos mudar o triste quadro da pecuária leiiteira nacional.

Marcello de Moura Campos Filho

Presidente da Leite São Paulo
Eder Ghedini
EDER GHEDINI

TAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL

EM 07/03/2012

Flutuações de preço do leite são cômicas, eu diria, em se tratando de Brasil! É lamentável que produtores de leite fiquem a mercê deste mercado " negro" que se tornou a comercialização do leite no Brasil. A busca desenfreada pela quantidade e não pela qualidade tras a tona todo o tipo de barbaridade que possamos observar, entre elas cito as adulterações e manipulações da matéria prima onde, as indústrias acabam por "esquecer" determinados protocolos que regem a industrialização deste produto. É um "toma cá, da lá" que nos deixa de certa forma aterrorizados. Uma vergonha!

Produtores, prezem pela qualidade! Indústrias, paguem pela qualidade! Consumidores, exijam qualidade! Estas colocações parecem um tanto distante em nosso país, porem se todos fizessem a sua parte de forma transparente, tratando este alimento nobre da maneira como DEVE ser tratado, com certeza teríamos um mercado mais estável, sem fraudes, sem cartéis e sem picaretajem.

Forte abraço a todos.
Jose Ronaldo Borges
JOSE RONALDO BORGES

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/03/2012

Guilherme, concordo com o que vc diz, mas na prática não é assim que funciona. Se aumentar a produção em 10%, certamente os laticinios irão alegar excesso de leite e reduzir o preço ao produtor em 10%.
Joao Teofilo Paraiba
JOAO TEOFILO PARAIBA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/03/2012

Amigos,

Concordo com as informações do artigo e com a argumentação so Sr Guilherme Alves.

O nosso preço de leite é o maior do mundo, o nosso custo também é o maior do mundo!

Mas e o preço de venda dos Produtos Lacteos aos consumidores?

Eles são os mais altos do mundo também??

Ou o consumidor brasileiro paga menos pelo produto do que o consumidor da Europa e EUA?

Porque se chegarmos a conclusão que os consumidores brasileiros pagam mais caro pelos produtos lacteos, tem algum elo da cadeia ficando com grande parte do lucro.

Ou é o Supermercado ou é a Industria.

A industria chora que não é ela, e até dizem que estão mal financeiramente por causa do alto preço do leite!

Onde está a verdade??
João Paulo Mendonça
JOÃO PAULO MENDONÇA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/03/2012

Me desculpe o colega acima mas confinamento integral/ intensivo passa longe de ser o ideal. Não vejo um sistema intensivo altamente sustentável e eficaz explorando todo o potencial da propriedade. Não vejo hoje possibilidade de haver confinamento intensivo utilizando-se de alimento totalmente produzido na própria propriedade. Não haveria volume suficiente. Ao meu ver, na atual realidade econômica mundial e brasileira e com meu pouco tempo exercendo a atividade de produtor rural, noto uma certa vantagem no sistema semi-intensivo, uma vez que neste modelo podemos fazer uso de pastagem e grãos. E no Brasil a gente consegue utilizar isso em nosso favor devido a dimensões continentais. Como bem foi falado anteriormente os lucros são altos mas os gastos são excessivos. Se formos apenas criar no cocho a conta vai longe e não há sustentabilidade pro agronegócio. Deixem que quem não tem espaço utilize-se deste manejo. Façamo-nos buscar o melhor da consórcio lavoura e pecuária. Quando bem feito sobra alimento no cocho, ganha-se uma renda extra e permite manter um pasto saudável e forte o ano todo independente da estação!

Forte abraço,

João Paulo Mendonça

Gir Mendonça - Fazenda São Carlos - Sta Rita de Jacutinga - MG

*Gir Leiteiro por Natureza!*
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