No Planalto, o anúncio do plano agropecuário está sendo considerado uma retomada na agenda positiva do governo, após a crise instalada no país no mês passado com a greve dos caminhoneiros, um dos momentos mais difíceis nos dois anos da gestão Temer. Apesar de muito aguardado pelos produtores, por contar com boa parte de juros subsidiados, o Plano Safra 2018/19 vinha recebendo críticas mesmo antes de seu lançamento, já que o setor do agronegócio havia pedido uma queda de até 3 pontos percentuais nas taxas de juros.
Segundo as fontes, o governo confirmou a redução de 1,5 ponto percentual tanto para as taxas de juro das operações de custeio quanto de investimento. Isso significa que a taxa dos financiamentos de custeio recuará dos atuais 8,5% em 2017/18 para 7% ao ano. Já as taxas das operações de investimento sairão do patamar de 7,5% a 8,5% para entre 6% e 7% ao ano. A exceção ficará para as taxas das linhas PCA (armazenagem) e Inovagro, que estão em 6,5% ao ano e serão reduzidas para 6% no ciclo 2018/19.
Um interlocutor do presidente Temer afirmou que o plano foi elaborado visando a possibilidade de mais uma safra de grãos recorde no ano que vem.
A principal novidade do Plano Safra que entra em vigor em julho deve ser a taxa variável para o crédito rural. Ontem, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz, confirmou em almoço com deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que o governo vai atrelar os juros de uma parte das operações de crédito para custeio agropecuário no âmbito do novo plano ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em caráter experimental e opcional.
Vaz também disse aos parlamentares que o crédito rural com taxa variável deverá representar até 5% do total de recursos destinados ao custeio no próximo plano.
Ontem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tratou, durante reunião extraordinária, da taxa variável, que já vem sendo chamada pela equipe econômica de "taxa de juros pós-fixada do crédito rural", apurou o jornal Valor Econômico. Os votos sobre o tema, no entanto, só deverão ser divulgados a partir de hoje pelo CMN.
Dentro da nova modalidade, no momento da contratação do crédito o produtor poderá escolher entre o financiamento com taxa variável ou operações com juro pré-fixado pelo governo.
As informações são do jornal Valor Econômico.