Segundo a pesquisadora Ana Carolina Chagas, o rápido desenvolvimento da anemia é o principal sintoma da verminose. Durante a pesquisa, mesmo expostos ao verme e a altas taxas de infecção, medida pela contagem de ovos por grama de fezes, os animais do rebanho não apresentaram esse problema de forma significativa. “O resultado é excelente para os criadores, porque muitos desistem da atividade, desmotivados pelas perdas com a doença”, destaca Ana Carolina. Os prejuízos são baixa produtividade, gastos com vermífugos e alta taxa de mortalidade em decorrência da anemia.
A pesquisa foi realizada com 151 cordeiros, caracterizados quanto à resistência à verminose. Foi avaliado ainda o ganho de peso até os 12 meses de vida, porque se espera identificar animais mais resistentes e com maior ganho de peso, frente à infecção por Haemonchus contortus.
O trabalho comprova a resistência do rebanho da Embrapa Pecuária Sudeste à doença. A escolha por animais Morada Nova, por serem mais tolerantes, pode ser um caminho para os criadores reduzirem os prejuízos com a verminose. A identificação dos mecanismos relacionados à resistência ainda pode ser utilizada na melhoria do manejo preventivo dessa doença e no avanço do desenvolvimento de vacinas. Além disso, Ana Carolina destaca que, no futuro, o trabalho poderá contribuir para disponibilizar gerações de animais resistentes para produtores.
Morada Nova
A raça ainda é pouco explorada no Brasil. Está presente, principalmente, no Nordeste. Mas também há criações no Sudeste e Centro-Oeste. Além da resistência à verminose, os animais Morada Nova apresentam características importantes para a atividade, como rusticidade, pele de qualidade, precocidade sexual, habilidade materna e adaptada ao clima tropical. A carne é macia e de boa qualidade.
As informações são da Embrapa.