Um grupo de cientistas da Volga Research Medical University, na Rússia, desenvolveu um aditivo alimentar a partir de resíduos de madeira. Em um conjunto de testes de campo, foi possível observar uma queda de 30% nas emissões de metano de vacas leiteiras e um aumento de 12% na produção de leite.
“Desenvolver métodos para reduzir as emissões de metano de ruminantes é uma tarefa urgente”, disse Timur Khalitov, diretor do Nizhny Novgorod World-class Scientific and Educational Center.
O novo aditivo alimentar é produzido na empresa madeireira e química Centro Científico e Técnico Khiminvest LLC a partir de resíduos de madeira gerados durante a exploração madeireira. Os cientistas explicaram que o papel principal na redução das emissões de metano é a madeira, que ajuda a reduzir a produção de metano enquanto melhora o metabolismo energético do gado e a qualidade dos produtos lácteos.
“O aditivo alimentar desenvolvido contribui para uma mudança na estrutura da fermentação no rúmen. Isso leva à inibição do crescimento e da atividade vital das bactérias metanogênicas, o que garantiu uma queda na intensidade da liberação de metano”, explicou Nikolai Karyakin, um dos autores do estudo.
Eles acrescentaram que os aminoácidos na composição do aditivo alimentar melhoram o sabor e aumentam o fator imunológico. O teor de proteína e gordura aumentou de 10 a 15%, estimaram os cientistas.
Menos metano no setor leiteiro
Vasily Korotkiy, diretor da Khiminvest, disse que o aditivo alimentar ajuda uma fazenda leiteira média não apenas a reduzir as emissões de metano, mas também a melhorar a lucratividade. Os autores do estudo afirmam que os produtores de leite no oeste da Sibéria, Perm, Udmurtia, Território dos Urais e Crimeia já começaram a usar o aditivo. Também foi testado por produtores na Bielorrússia e no Cazaquistão, disseram os cientistas.
Desperdício de alimentos em destaque
Esta não é a primeira tentativa de usar resíduos de alimentos na produção de ração na Rússia. Em 2021, o fornecedor russo de equipamentos Zhasko desenvolveu uma extrusora para processamento de serragem. A empresa explicou que, em geral, a ideia de usar serragem como aditivo alimentar é tentadora, já que os resíduos de madeira são ricos em sacarídeos, mas os nutrientes são embalados em celulose e hemicelulose.
Após o tratamento adequado, a serragem pode ser digerida pelos animais, o que significa que pode servir como uma opção barata e valiosa para as fazendas de gado. Ainda assim, os resíduos de madeira ainda não se tornaram uma solução amplamente utilizada na indústria de rações russa.
As informações são do Dairy Global, traduzidas pela Equipe MilkPoint.