"O comércio mundial de produtos lácteos tem o potencial de aumentar, mas não alcançou o máximo que poderia devido às fortes políticas protecionistas e aos subsídios de exportação", declarou o diretor executivo da Australian Bureau of Agricultural and Recource Economics (Abare), Brian Fisher, baseado no recente relatório sobre "Impactos da Liberalização do Comércio Mundial nos Produtos Lácteos". A pesquisa foi elaborada tendo em vista a necessidade de abertura de mercados para a indústria.

"A Rodada do Uruguai obteve um sucesso limitado no aumento de acessos aos mercados e redução de subsídios de exportação para a maioria dos produtos lácteos. Entretanto, as atuais negociações feitas na Organização Mundial do Comércio (OMC) no setor agrícola oferecem a oportunidade de aumentar o comércio mundial de lácteos pelo aprimoramento dos acessos aos mercados e redução dos subsídios de exportação", disse Fisher.

A Abare estima que, se as cotas dos produtos lácteos forem dobradas e as tarifas diminuírem pela metade, o valor do comércio mundial de lácteos aumentará para US$1,8 bilhão. Se o volume das exportações de lácteos subsidiadas pela União Européia e pelos Estados Unidos diminuírem pela metade, o valor gerado com o comércio de lácteos mundial aumentaria cerca de US$0,7 bilhão.

O maior acesso aos mercados e a redução dos subsídios de exportação são medidas complementares. Dessa forma, o aumento da demanda mundial por produtos lácteos resultaria numa melhoria no acesso aos mercados, o que poderia absorver algumas das exportações de lácteos, hoje subsidiadas.

As importações de produtos lácteos da União Européia e dos EUA de todas as fontes aumentariam. "Considerando as altas restrições que existem hoje para a entrada de produtos lácteos, mesmo se houver uma duplicação nesse acesso, os volumes que entrarão nesses mercados não chegarão a ser danosos", disse Fisher.

fonte: Australian Bureau of Agricultural and Recource Economics (Abare), adaptado por Equipe MilkPoint|