Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva, presidente da APLISI, fala sobre comercialização do leite e atuação da associação

Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva, presidente da Associação dos Produtores de Leite Independentes de Santa Isabel do Rio Preto, no Rio de Janeiro, fala sobre comercialização do leite, atuação e particularidades da associação, e dificuldades do setor.

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Figura 1

Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva

Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva é Engenheiro Mecânico e Produtor Rural. Trabalhou trinta anos na General Motors, tendo sido residente junto à Adam Opel AG da Alemanha e GM Powertrain nos USA. Atualmente é presidente da Associação de Produtores de Leite Independentes de Santa Isabel, no RJ.


MilkPoint: Breve descrição profissional:

Paulo Fernando: Engenheiro Mecânico pela UFF com especialização em Engenharia Automotiva no GM Institute, Flint Michigan e Planejamento Estratégico em Vevey, na Suíça. Trabalhou trinta anos na General Motors, tendo sido residente junto à Adam Opel AG da Alemanha e GM Powertrain nos USA. Implementou a planta de motores em Rosário, na Argentina, no sistema lean manufacturing (Toyota Production System). Paralelamente, nos fins de semana e nas férias da indústria, se dedicou, em Santa Isabel do Rio Preto/RJ, às atividades da pecuária de leite, formando, com aquisições sucessivas, a Fazenda Córrego da Serra.

Atualmente é presidente da APLISI.


MilkPoint: O que é a APLISI?

Paulo Fernando: A APLISI, Associação dos Produtores de Leite Independentes de Santa Isabel do Rio Preto, Valença, RJ, foi criada em 2002. A associação surgiu da necessidade dos produtores de leite, o elo fraco da cadeia produtiva, se posicionarem frente aos demais segmentos que processam e comercializam o leite. Ela tem como principal objetivo tornar viável a atividade de produzir leite.

Diferentemente do conceito das Cooperativas de um produto final, com a confecção de queijo, manteiga e outros derivados, a nossa associação visa apenas uma dinâmica de venda da matéria prima, produzindo a sinergia necessária para alcançar um preço condizente com a atividade, dentro do conceito de que a união faz a força.

A APLISI objetiva também a capacitação dos produtores e seus colaboradores, através de reuniões, palestras e cursos.

MilkPoint: Como a APLISI tem trabalhado em relação a comercialização do leite?

Paulo Fernando: Todos os anos, no mês de Maio, é encaminhado às empresas compradoras de leite da região, um Edital de Licitação definindo as regras para a compra, por um período de 12 meses, do leite produzido pelos associados da APLISI. Principais características da licitação:

- Preço base do leite indexado ao Índice do CEPEA-MG. A proposta da empresa compradora deve conter, apenas, uma porcentagem sobre o CEPEA-MG que definirá o preço base para o contrato anual.
- Planilha da APLISI, a ser usada pelo comprador, definindo ágio e deságio para o leite de cada produtor de acordo com as seguintes características do leite: volume, teor de gordura, proteína, CCS e CBT. Cada produtor recebe um preço pelo leite produzido, de acordo com o volume, e, com as características de sólidos e qualidade do seu produto.
- Todo o processo de logística e coleta do leite e das amostras para análise em laboratório fica sob responsabilidade do comprador.

MilkPoint: Como a APLISI tem trabalhado em relação à união de produtores?

Paulo Fernando: Os produtores associados assinam, anualmente, um Termo de Compromisso, concordando em vender o leite ao comprador escolhido pela Assembléia Geral da APLISI, por um período de 12 meses. Assim, o produto que está sendo objeto do contrato entre a APLISI e o comprador, é a somatória de todo o leite produzido pelos associados por um período de 365 dias.

O comprador, por exemplo, passa a ter em um único contrato uma produção de cerca de 20 mil litros diários, economizando tempo, dinheiro e esforços necessários ao arrebanhamento de matéria prima. Além da garantia do fornecimento estável e de qualidade pelo período contratado.

A APLISI tem apenas um funcionário, o secretário, que tem a função principal de acompanhar o comprimento do contrato, zelando para que o produtor associado receba o valor correto pelo leite que forneceu à empresa contratada.

MilkPoint: O que difere a atuação da APLISI de outras associações?

Paulo Fernando: A nossa visão da APLISI é de que ela é um meio e não um fim. Com esse conceito, conseguimos ser objetivos na nossa tarefa primária sem desvios de rumo. Assim, ela não se preocupa em coordenar atividades conjuntas de como, por exemplo, compra de insumos, subsídios ou outro tipo de esforço secundário, canalizando todo o seu potencial para a comercialização do leite.

Seguem algumas outras particularidades da APLISI que acreditam ser particularidades:

- Voto na Assembléia Geral proporcional à produção de leite no contrato anterior.
- Volume mínimo de leite para admissão na APLISI definido pela Assembleia Geral.
- Tanque individual.
- Definição da área geográfica de atuação da APLISI visando manter a competitividade da licitação.
- Subsídio de 0,5% para manutenção da associação, descontado diretamente na fonte pelo comprador.

MilkPoint: Quais as dificuldades que uma associação relativamente nova possui no setor?

Paulo Fernando: No relacionamento com as empresas compradoras, temos encontrado da parte de algumas, não todas, a seguinte atitude: "não tratamos com associações organizadas, não fazemos contrato de compra de leite, não pagamos por qualidade".

Acreditamos que existe a necessidade da regulamentação do relacionamento comercial entre o produtor de leite e das empresas compradora. Assim como a IN 51 regulamenta a produção de leite, a venda do leite deveria ser feita, mandatoriamente por contrato entre o produtor e o comprador. Sem pagamento por qualidade, reforçado por instrumento legal, a produção de leite no Brasil continuará sem o progresso na qualidade que necessitamos para alcançar os padrões que, por exemplo, acabei de ler no artigo do Marcelo Carvalho sobre a produção de leite na Holanda.

Conheça um pouco mais sobre o Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva, em sua participação na seção Nossa Comunidade.

Equipe MilkPoint
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Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/08/2010

Meu caríssimo amigo Alvaro, para nós, o Guinho:

Não existiria a APLISI se não fossem os produtores empenhados no progresso do associativismo, como vc. Tenho tb que agradecer ao Lucas o apoio que vcs sempre me dão. Meus amigos da Boa-Liga.

A sua descrição dos ganhos do comprador contratado pelos produtores associados foi muito clara e esclarecedora. A pura verdade!!!!!!!!! Alguns já perceberam. Outros ainda vão perceber: comprar um volume grande de leite, milhões de litros, e ficar sossegado por 12 meses, é uma vantagem enorme para quem compra. De fato, trata-se de um ganha, ganha.

Em visita recente à Clínica do Leite da ESALQ, eu soube que, de 300 industria que analisam o leite por lá, menos de 10% paga por qualidade. Eles tem o resultado na mão , mas fiacam com ele guardado.Vcs que produzem leite de primeiríssima na Boa-Liga, e , se juntaram a APLISI quando não conseguiam fazer o antigo comprador pagar por qualidade, já sentiram a necessidade de "forçar" o comprador a reconhecer que o leite, embora seja sempre um líquido branco, não é todo iqual.
Sem a nossa força conjunta, ninguém iria nos respeitar!!! Uma mãozinha da legislação tb, não seria nada deprezível.

Finalmente, muito obrigado pelas palavras. Partindo de vc, Nobre Comandante, me envaidecem demais.

Abração do seu amigo, Poleca.
Alvaro José da Fonseca Costa
ALVARO JOSÉ DA FONSECA COSTA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/08/2010

Como produtor de leite, gostaria de, primeiro, externar o meu orgulho em pertencer a essa entidade precursora. Ela renovou minhas esperanças e crenças no "negócio leite".
Entendo que a "APLISI" é o caminho para a solução dos problemas do produtor. É claro que ela é só um veículo, mas um veículo enxuto e barato, onde se podem armazenar forças para negociar um quinhão representativo de matéria prima (leite), beneficiando, com isso, também o produtor. Mas, entendo que o produtor não é o único beneficiado, uma vez que para o comprador é muito mais interessante a aquisição de um produto, com volume e qualidade, sendo ofertado por apenas um vendedor, que a necessidade de contatar várias propriedades, tratando de forma individual cada transação. Em que pese a diferença de preço praticada, o bônus está na qualidade do leite, na simplicidade do negócio com a economia de tempo e de dinheiro e, principalmente, na fidelidade da venda, já que o compromisso é contratual. Tais características vêm afiançar uma possibilidade de planejamento, permitindo a progressão dos negócios. Afinal, é sabido que a perenidade do negócio está baseada na satisfação das partes.
Organizados, os produtores podem conseguir o equilíbrio necessário para obter, não só o apoio governamental com medidas beneficiárias, mas acima de tudo, alcançar as condições essenciais para efetuar bons negócios.
Finalmente, gostaria de cumprimentar o meu amigo Poleca, que, na presidência da Associação, se empenha diuturnamente, com uma visão precisa e inovadora, fruto de sua capacidade e experiência, que redunda nesse trabalho de excelência que é a nossa APLISI.

Alvaro José da Fonseca Costa
ALVARO JOSÉ DA FONSECA COSTA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Como produtor de leite, gostaria de, primeiro, externar o meu orgulho em pertencer a essa entidade precursora. Ela renovou minhas esperanças e crenças no "negócio leite".
Entendo que a "APLISI" é o caminho para a solução dos problemas do produtor. É claro que ela é só um veículo, mas um veículo enxuto e barato, onde se podem armazenar forças para negociar um quinhão representativo de matéria prima (leite), beneficiando, com isso, também o produtor. Mas, entendo que o produtor não é o único beneficiado, uma vez que para o comprador é muito mais interessante a aquisição de um produto, com volume e qualidade, sendo ofertado por apenas um vendedor, que a necessidade de contatar várias propriedades, tratando de forma individual cada transação. Em que pese a diferença de preço praticada, o bônus está na qualidade do leite, na simplicidade do negócio com a economia de tempo e de dinheiro e, principalmente, na fidelidade da venda, já que o compromisso é contratual. Tais características vêm afiançar uma possibilidade de planejamento, permitindo a progressão dos negócios. Afinal, é sabido que a perenidade do negócio está baseada na satisfação das partes.
Organizados, os produtores podem conseguir o equilíbrio necessário para obter, não só o apoio governamental com medidas beneficiárias, mas acima de tudo, alcançar as condições essenciais para efetuar bons negócios.
Finalmente, gostaria de cumprimentar o meu amigo Poleca, que, na presidência da Associação, se empenha diuturnamente, com uma visão precisa e inovadora, fruto de sua capacidade e experiência, que redunda nesse trabalho de excelência que é a nossa APLISI.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Caro Antonio Elias,
Acima, em resposta à carta do José Getúlio Wingert, eu disse o que penso das dificuldades administraticas das cooperativas. Acho que, sem uma administração competente e especializada, já que o leite é um alimento para seres humanos e não pode ser tratado com amadorismo, e uma participação progressista dos cooperados, as cooperativas vão continuar a sumir com os investimentos públicos, que diga-se de passagem, não tem sido poucos n últimos anos. É bater, e, sumir!!!!!!!! Cooperativas profissionais no exterior, como por exemplo a Fonterra na N. Zelandia, tem, como na APLISI, voto de acordo com a produção.

Permita-me discordar no relacionamento comercial com as grandes empresas: da para lidar sim. É só ser organizado, como eles são. Não precisa ter o mesmo tamanho. Esta é a nossa experiencia.Falta regulamentação disciplinando os negócios.

Muito obrigado por sua contribuição.
Abraço. Paulo Fernando.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Dra. Carolina,
Obrigado. Trocar frango por leite com o Uruguai na antivéspera das eleições, é duro né?
Parabéns a vc tb pelo trabalho no Balde Cheio.
Paulo Fernando.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Marcelinha,
Obrigado pelo orgulho externado na carta.
Bju,
Pai.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Oi Daniel,
Surpresa!!!!!!!!!!!!!!!!!! Não sabia que o grande zootecnista estava no Amazonas. Parabéns pelo trabalho na UFAM, Parintins.
Obrigado pela carta. Vc tb já deu a sua contribuição à APLISI com os curso de criação de bezerras. Usamos a sua planilha até hoje. Quando vier ao Sul, apareça no Corguim.
Abraço. Poleca.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Prezaso José Getúlio,
Parabéns pelo trabalho aí no Rio Grande do Sul!!!!!!!!!!!!! Obrigado pelo estímulo.

Aqui em Santa Isabel existe, há décadas, a Cooperativa de Produtores de Leite. Esta, infelizmente, está quase inoperante. Na minha modesta opinião, por 2 motivos principais: falta de administração profissional e especilizada, e voto proporcional ao interesse em evoluir. Explico: No primeiro argumento, amadores, comumente advindos de fazendas de produção de leite, se abancam na direção de cooperativas e ficam décadas nesta função, sem que tenham a devida formação e perfil para exercer esta complexa função.Na segunda razão, a grande maioria dos cooperados, a turma do "deixa como está pra ver como é que fica" vota na AG com os dirigentes amadores e , perpetua o desacerto.
Para mim, estes são problemas comuns ao insucesso da grande maioria das cooperativas de leite do Brasil.
Obrigado pela carta de incentivo. Abraço. Paulo Fernando.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Companheiro Paulo Maurício.

Obrigado pelas palavras de incentivo. Não vai faltar oportunidade de nos conhecermos, já que temos interesses comuns, e, estamos tão próximos. ( embora não estejamos no mesmo município, como acredita a justiça eleitoral brasileira.)
Estaremos, na APLISI, sempre as ordens de vcs da APROLEITE, Rio das Flores.
Abraço. Poleca.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2010

Oi Sávio,

Vc é dos que conhecem bem a APLISI de quando tivemos oportunidade de negociar leite. Aliás, conhecer pessoas como vc, e, muitos que se juntaram a nós, foi um dos benefícios adicionais de trabalhar em associação. Uma vez a Dra. Monique Faure, veterinária dos Campos Gerais do Paraná e conhecedora da realidade do RJ, disse que a grande diferença entre a pecuária de leite do Paraná, e a nossa, é que no Paraná eles se conhecem e se reunem, nós do RJ, não.

Concordo com vc que os compradores de leite que não se adequarem à evolução dos produtores deverão ser alijados do mercado. Mas, em quanto tempo? Dá para esperar? Acho que, no mínimo, em relação ao pagamento por qualidade, deveria haver legislação enfatizando, ou reforçando esta evolução.

Partindo de vc, que conhece muito sobre a comercilização do leite, o reconhecimento do progresso da APLISI nos encoraja a continuar na nossa luta em defesa da viabilidade de se produzir leite econòmicamente em nosso país.

Valeu. Grande abraço.

Paulo Fernando.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2010

Caro Robledo,
Obrigado pelos seus comentários incentivando o nosso trabalho.
Por formação, sempre defendi a livre iniciativa e as forças de mercado, oferta e procura. No caso do leite, no entanto, depois de passar por negociações difíceis como a que tivemos, com o mercado em baixa este ano, passei a pensar que alguma legislação se faz necessária, regulando a aquisição do leite por qualidade. Acredito que aí o governo poderia agir, melhorando a competitividade do leite brasileiro no mercado internacional e contribuindo para reduzir a variação de preço do leite pafo aos produtores.
Abraço. Paulo Fernando.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2010

Prezado José Humberto,
Obrigado pelo incentivo ao nosso trabalho a frente da APLISI. Como temos tido sucesso na comercialização do leite dos associados, achamos que a divulgação das forma de operação da nossa associação pode ajudar a outros produtores, seguindo um caminho semelhante, reduzirem a diferença de poder de barganha que sempre existiu entre a industria e os produtores de leite.
Como vc citou, vamos continuar a trabalhar na união das associações para melhor aqualizar as forças da cadeia produtiva do leite.
Abraço. Paulo Fernando.
Antônio Elias Silva
ANTÔNIO ELIAS SILVA

CAMPO ALEGRE DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/07/2010

Caro Paulo Fernando,

Parabéns pela iniciativa... Acredito que a estratégia do foco na comercialização é correta neste estágio. No entanto, com o tempo, o ideal é que a APLISI avance para dominar mais elos da cadeia produtiva, envolvendo industrialização, distribuição, exportação. Já é um bom começo, pois já fazem tb treinamento, além da comercialização conjunta. Adianto que com o crescimento da associação, é importante separar a parte política da sua parte financeira, profissionalizando esta, para garantir seu crescimento sustentável.

Particularmente, idealizo um modelo em que o Estado dê um ponta pé inical no cooperativismo, via investimento em infraestrutura, treinamento e crédito. Uma vez que a cooperativa funcione em uma forma de centro integrado, ela deve caminhar com suas próprias pernas sem acompanhamento maior do Estado. Daí, qdo tivermos espalhado cooperativas pelo país, sugiro seja criada uma Agência Reguladora de Cooperativas, de forma que o direito dos cooperados seja protegido. Hoje é mto comum os dirigentes em conluio desviarem recursos e levarem as cooperativas à falência, em prejuízo dos cooperados. A regulação evitaria isso. As cooperativas de créditos já são reguladas pelo Banco Central.

Em prosperando tal estrutura, os produtores não mais precisam de comprar de oligopólios (Tortuga, Araguaia, etc) e vender para oligopsônios (Friboi, Nestlé, Best Foods, etc).

Abraço,

Antônio Elias

Carolina Castello Branco Barros
CAROLINA CASTELLO BRANCO BARROS

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/07/2010

PARABÉNS, PAULO FERNANDO PELA EXCELENTE ENTREVISTA E PELO BRILHANTE TRABALHO QUE VEM DESENVOLVENDO NA NOSSA APLISI, JUNTO COM SEU DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO O TAMBÉM ENG. E PRODUTOR EDUARDO GOMES.
SOU FILHA DE ASSOCIADO DESTA E POSSO GARANTIR QUE TEMOS EXCELENTES RESULTADOS NA VENDA DE NOSSA MATÉRIA PRIMA, QUE É TÃO DIFÍCIL DE SER COMERCIALIZADA, POIS NÃO PODEMOS CONTAR COM NOSSOS GOVERNANTES MAIORES, "QUE ESTÃO TROCANDO FRANGO POR LEITE", E CONSEQUENTEMENTE O NOSSO PRODUTO A CADA DIA QUE PASSA DESVALORIZA MAIS.
ASSOCIAÇÃO ESTRUTURADA COMO ESTA, É O FUTURO PARA A PRODUÇÃO DE LEITE !!!!
"TEMOS QUE RESGATAR A DIGNIDADE DO PRODUTOR DE LEITE" (PALAVRAS DE ARTUR CHINELATO DE CAMARGO - PESQUISADOR E FUNDADOR DO PROJETO BALDE CHEIO).
PARABÉNS E OBRIGADA POR ESTARMOS PARTICIPANDO DESTA BRILHANTE ASSOCIAÇÃO QUE É A APLISI.
UM GRANDE ABRAÇO, CAROLINA.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/07/2010

Poleca, também estou aqui para parabenizá-lo por seu pioneirismo e coragem na proteção dos interesses dos pequenos produtores de leite de santa isabel do rio preto e pelo exemplo para os demais no resto do Brasil. O exemplo não apenas para produtores de leite, mas para todos que desejam ver um país mais independete e mais forte. Gigantes compradores de leite apenas irão respeitar o trabalhador brasileiro se ele souber se impor, através da união dos pequenos e à negação do subjugo daqueles que pensam que mandam no nosso povo e na nossa economia. A dificuldade na luta para acabar com o subsídio aos produtores de países desenvolvidos demonstra o quão importante é este setor estratégico, no qual o Brasil não possui um mínimo de legislação. É importante ressaltar que a partir de tais experiências é que se deve propor a legislação necessária, para que não hajam apenas iniciativas isoladas sufocadas pelo excesso de poder das transnacionais, mas que se institucionalize o que é justo: ou em algum outro lugar se compra, se experimenta e depois paga o que quer pagar?
Novamente parabéns, me orgulho muito de você e das suas iniciativas, pai.

Marcela Vianna Corrêa da Silva
Socióloga formada pela Universidade Estadual de Londrina
Pós-graduada em Ensino de Sociologia
Mestranda em Ciências Sociais pela mesma Instituição
professora de sociologia pela Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná
Daniel Rume Casagrande
DANIEL RUME CASAGRANDE

PARINTINS - AMAZONAS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/07/2010

Poleca...
Paabens pela entrevista, sempre achei que voce e a APLISE estão no caminho certo
Sucesso
Abraço
Jose Getulio Wingert
JOSE GETULIO WINGERT

RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/07/2010

Tive uma trajetória de vida algo parecida com o Paulo, salvo que em menor escala e a nível nacional. Sou co-fundador de uma pequena cooperativa no noroeste gaúcho, tesoureiro de uma rede de cooperativas também semelhante à APLISI e muito recentemente co-fundador e Coordenador Geral de uma Central que congregará de início 6 cooperativas de produtores familiares com venda prevista de 1 milhão de litros/mês e um universo de 700 propriedades.
A entrevista relata fundamentalmente as dificuldades e expectativas do segmento no Brasil. Imposição do oligopólio comprador e uma mal organizada cadeia de produtores.
Quem sabe não está em nossas iniciativas individuais e mais ou menos isoladas a semente de uma reorganização do setor, com mais respeito aos produtores e um novo modelo de relacionamento produção x indústria, baseado em condições justas? A APLISI mostra um dos vários possíveis caminhos.
O MilkPoint está nos servindo excepcionalmente, propiciando a divulgação técnica, de idéias e novos experimentos organizacionais.
Paulo Maurício Furtado de Oliveira Dantas
PAULO MAURÍCIO FURTADO DE OLIVEIRA DANTAS

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 27/07/2010

Um forte abraço Poleca!
Foi com grande pesar que nao pude conhecê-lo pessoalmente, em visita de nossa Associação de Rio das Flores a APLISI.
Parabéns pela entrevista e, é sempre muito interessante ler alguém com larga experiência no ramo e com um rico currículo. Acreditamos também, que existe a necessidade da regulamentação do relacionamento comercial entre o produtor de leite e as empresas compradoras, já que o mercado carioca é muito competitivo e muito, eu diria, "comodista". Se não fazem força pra comprar nosso leite, é sinal que a proposta do concorrente será cravada no mesmo patamar. Até quando apanharemos calados? A saída é a junção/união dos produtores. "Conscientizar o produtor, acho que é ordenha sem energia elétrica, temos que pegar com a mão, vaca por vaca."
Abraços à todos.
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 27/07/2010

Paulo Fernando;

A evolução que nosso setor necessita passar, visando evitar distorções de mercado como às que temos enfrentado cada vez com maior intensidade, depende de uma mudança total na relação de compra da matéria-prima.

Na APLISI vocês estão à frente do nosso tempo, realizando uma relação comercial que tem por princípio nada além do que regulamentar e tornar menos imprevisível o mercado.

Infelizmente, no âmbito macroeconômico, suas atitudes que deveriam trazer uma tranquilidade total aos produtores associados, somente amenizam os baques inevitáveis sofridos a todos os produtores do Brasil. De certo, baques mais fortes nos produtores desorganizados do que em entidades eficientes como a APLISI.

Quanto a atitude de algumas indústrias informando que não negociam com associações e não realizam contratos, acredito muito em uma seleção natural do mercado que tende a excluir quem não se adequa às novas tendências. Certamente essas indústrias passarão a se interessar quando seus fornecedores se organizarem em associações seguindo o modelo da APLISI.

Mais uma vez gostaria de parabenizá-lo, extendendo meus cumprimentos aos companheiros da APLISI. Acredito em uma atuação cada vez mais intensa da APLISI partindo no futuro para negociações mais complexas com garantias reais de comercialização baseadas nos preços de vendas de seus parceiros que possibilitem saltos ainda maiores de qualidade e benefícios maiores aos associados.

Para vocês o céu é o limite, parabéns.

Sávio Santiago
robledo rene de moraes
ROBLEDO RENE DE MORAES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/07/2010

Parabéns ao Paulo Fernando e seus colegas da APLISI pela coragem de tentar traçar seu próprio destino e melhorar o horizonte de muitos que não teriam condições para tal. Que seu exemplo sirva para que nós, produtores de leite de outras regiões também nos unamos e consigamos melhorar nossas relações com os laticinios e diminuir essa apreensão que nos acomete todos os anos, pois os preços dançam ao saber da música dos supermercados e dos laticinios, sem que o governo saiba sequer o que fazer e se omite sempre.

produtor de leite e café em São domingos do Prata, MG
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