Novos hábitos de consumo dos brasileiro mudam estratégias para a Páscoa

As parreiras lotadas de ovos de chocolate vão continuar atraindo muita gente à sua loja, mas o comportamento do consumidor no momento mais aquecido para o mercado de chocolates está em transformação, e sua empresa não pode fechar os olhos para a nova realidade.

Publicado por: MilkPoint

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As parreiras lotadas de ovos de chocolate vão continuar atraindo muita gente à sua loja, mas o comportamento do consumidor no momento mais aquecido para o mercado de chocolates está em transformação, e sua empresa não pode fechar os olhos para a nova realidade.

Entregas por aplicativos

Conveniência é a palavra-chave para o consumidor dos novos tempos, especialmente aqueles que moram em cidades maiores ou que têm pouco tempo disponível. Ciente disso, a Nestlé vem realizando na data uma parceria com o aplicativo de entrega de alimentos UberEATS. No primeiro ano da ação, durante a semana da Páscoa, os consumidores da Grande SP puderam fazer pedidos dos principais ovos de Nestlé e Garoto por meio do app para recebê-los em um tempo médio de apenas 35 minutos.

Entregas foram feitas até mesmo no domingo de Páscoa. No ano passado, houve até promoções: em uma delas, quem comprasse duas semanas antes da Páscoa pelo UberEATS ganhava 30% de desconto. Nas primeiras três semanas de comercialização, as vendas já tinham mais do que dobrado em comparação com a Páscoa anterior. Há quase um ano e meio, a empresa mantém no aplicativo a loja virtual ChocoStore Nestlé, com grande parte de seu portfólio disponível para entrega rápida em algumas cidades durante todo o ano. Em setembro de 2018, foi a vez de estrear a loja virtual no aplicativo Rappi, que promete delivery de tudo. Além do público da Grande SP, as compras podem ser feitas por consumidores de Curitiba e Belo Horizonte.

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Esse tipo de iniciativa tende a se popularizar, uma vez que os aplicativos, como se sabe, vieram para impactar os hábitos de consumo. Muitos varejistas já realizam parcerias com os apps para delivery, como o próprio Rappi. Vale, portanto, analisar se cabe nas estratégias do seu supermercado a comercialização de ovos de Páscoa por meio de algum aplicativo. Para quem ainda não utiliza esse recurso, um bom ponto de partida para testar a ideia pode ser trabalhar na loja virtual um mix reduzido de chocolates e limitar a venda a um espaço restrito de tempo. Tendo bons resultados, o caminho pode ser ampliar a oferta a partir do ano que vem, corrigindo eventuais problemas. 

Como foram as vendas por região em 2018. Fonte: Kantar Worldpanel.

Figura 1

Distribuição das vendas de ovos de Páscoa > 40% Infantis 60% Adultos

Plataforma em evolução

  • 69%, esse foi o crescimento nas vendas pela internet de ovos de Páscoa;
  • 365% de crescimento nas vendas online foi observado em chocolates em barra durante 30 dias até a Páscoa no ano passado.

Barras e itens de bombonière

As barras saltaram de R$ 537 mil em vendas online no período sazonal de 2017 para quase R$ 2,5 milhões. Além do consumidor, quem faz chocolate artesanal também compra nesse canal. Considerando todo o segmento de bombonière, o e-commerce saiu de R$ 1,4 milhão em 2017 para R$ 4,1 milhões na data em 2018 – alta de 183%. Segundo Keine Monteiro, head de inteligência da Ebit/Nielsen, é comum os consumidores aproveitarem que já estão pagando o frete e incluir outros itens do carrinho virtual de compras, principalmente nas grandes capitais.

Novo estágio da compra online

A disponibilidade para comprar chocolate pela internet tem a ver com o amadurecimento da relação do brasileiro com o comércio eletrônico e também com a sofisticação da oferta em lojas virtuais. Keine Monteiro, da Ebit/Nielsen, lembra que no passado os itens mais procurados em lojas virtuais eram aqueles sem tanta urgência dos clientes em recebê-los, como livros. Ao sentir confiança em comprar online, o brasileiro passou a adquirir produtos mais caros, como eletrodomésticos e eletrônicos. No estágio seguinte, outros setores quebraram barreiras, por exemplo, o segmento de moda, devido à padronização das medidas das peças.

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No momento atual, o setor de alimentos começa a perceber aumento do público disposto a comprar pela internet. Categorias como chocolates devem crescer e, nesse processo, avaliações positivas de consumidores ajudarão a convencer mais gente de que, ao comprar online, receberão ovos de Páscoa em ótimas condições. Daí a necessidade de garantir boa logística de entrega.

Bombons > foram as estrelas da Páscoa passada.

Doces em geral > há muitos consumidores que preferem esses produtos para presentear. Fonte Mondelez

Inovações em produtos

Os mundos físico e digital andam tão próximos a ponto de serem vistos, em muitos casos, como uma coisa só. E, no ano passado, essa integração chegou até mesmo aos ovos de Páscoa. Em 2018, a marca Lacta, fabricada pela Mondelez, criou uma linha de ovos infantis com surpresas que permitiram a interação do consumidor com aplicativos digitais, conectando o consumidor fã de tecnologia com as inovações da marca. Esse exemplo mostra a importância de ficar atento a inovações de todos os fabricantes, pois elas mudam a cada ano e costumam ser alternativa para o mix da sua loja agradar à parcela de consumidores interessada em versões bem diferentes.

Agora em 2019, a Mondelez promete outras novidades. Está prevista para esta Páscoa a renovação da linha infantil com licenças novas e reconhecidas pelos consumidores. “Traremos também grandes marcas da companhia em formato de ovos de Páscoa e teremos, ainda, lançamentos na linha regular, para que cada um celebre a data do seu jeito”, garante Ricardo Reis, gerente de marketing de sazonais da Lacta. Ao todo, serão 21 produtos, dos quais três lançamentos: o ovo Bis Black, de 240 g, e também as versões de 355 g de Lacta Oreo e Ouro Branco.

Como vai ser este ano

A expectativa é de vendas maiores de ovos e de chocolates neste ano, embora a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas) e a Mondelez não tenham divulgado números até o fechamento da edição. “Vai ter mais ovos na mesa do brasileiro este ano”, garante Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab. Em 2018 as vendas cresceram, entre março e maio, 3,8% em valor e 1% em volume, conforme dados da Nielsen. 

As informações são do SA Varejo.

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