O que precisaria ser feito para que as normas de qualidade fossem atingidas pela maioria?

Srs..., Boa tarde!

Como proposta para atingir, ou melhor, acelerar o processo de "Melhoria da Qualidade do Leite" do Brasil com base na IN 51, apontamos alguns atores:

1.     Tecnologia: Temos para todos os tipos de produtor e região (EMBRAPA, Universidades e Afins o necessário)

2.     Técnicos: Temos o necessário e fazendo a conexão entre pesquisa e produtor

3.     Produtores: É polemico afirmar, mas as pesquisas mostram que a maioria absoluta quer produzir com qualidade

Faltam 3  atores neste cenário- Poder Publico; Indústria e consumidor. Nesta conexão de elos que se encaixa a proposta de Melhoria da Qualidade do Leite.

Sugerimos que as indústrias sejam classificadas pelo poder público, através de um site; ou selo de classificação (tipo o selo usado em geladeiras para consumo de energia); ou outra forma mais inteligente que o consumidor perceba.  

Essa classificação se daria em função dos resultados de qualidade (CBT, CCS, inibitórios e Etc.) de coletas amostras regulares (sei lá..., bimestrais, semestrais ou outro), executadas pelos próprios fiscais, em todos os caminhões de coleta ou carretas que descarregam em cada planta SIFADA por período ininterrupto de 2 a 3 dias e analisadas na RBQL.

Sabemos que os critérios (pesos e valores) deverão ser desenvolvidos, mas também tudo indica que quem faz a qualidade acontecer é a indústria e quem faz a indústria agir em qualquer mercado do mundo é o consumidor, e poder público arbitra (regula).  

O Poder publica classifica; o consumidor escolhe; a indústria exige; a pesquisa desenvolve; o técnico assiste e produtor faz a qualidade.

Na minha opinião que deve ser feito no geral, para que todos consigam se adequar as exigências é:
*  Politicas públicas voltadas para o problema em questão.
- Fazer um levantamento nacional e verificar quais as regiões que estão com mais dificuldade em se adequar;
- Linhas de crédito específica para custeio e investimento voltado para o melhoramento da produção leiteira com taxas atrativas;
- Assistência técnica de qualidade.

     São os três fatores fundamentais para que possa ter um programa nacional de melhoramento da cadeia leiteira.

    Diante de um estudo abrangente pade se ter a verdadeira realidade dos problemas enfretados pelos produtores em diferentes situações e regiões e assim poder implantar as politicas cabíveis.

     Quem é o produtor que não queira produzir um leite de qualidade e com isso agregar mais valor a seu produto? Mas para isso todos temos que dar as mãos: Governo, indústria, produtores, comunidade academica, consultores e extensionista, para assim poder ter um leite de qualidade superior ao europeu, por que produção somos maiores.

O interesse do produtor de leite não é o leite propriamente dito e sim, a renda que ele proporciona. A qualidade do leite no Brasil só melhora quando todo comprador pagar pela qualidade ou, sempre vai ter leite de baixa qualidade porque sempre haverá um comprador que não se importe pela qualidade. Se há quem pague por um leite bom, vai haver quem queira produzi-lo. Se há quem pague por um leite de baixa qualidade, sempre vai ter quem o produza. É uma questão que envolve produtores e, principalmente compradores. Se não tem comprador que pague pela qualidade, porque produzir um leite com qualidade, que tem um custo maior?

As empresas que queriam um leite de melhor qualidade pagaram pela mesma,não esperaram que a IN 51 viesse resolver o problema. As empresas que não pagam por qualidade, não tem interesse em um leite de boa qualidade, então vem a pergunta, quem quer que a IN 51 entre em vigor?

Os produtores médios e grandes tem fácil acesso ao crédito e orientação técnica.

Já o pequeno produtor, que 100% vive desta atividade, não tem acesso à orientações técnicas, que são caras, muito menos ao crédito para investimentos (como disse um gerente de banco, verba tem, mas tem que ter "lastro").

    O grande problema em atender adequadamente a IN 51, reside exatamente no custo benifício da atividade produtiva.O produtor não investe porque não tem renda e não tendo renda não investe,ficamos no ciclo vicioso.Todos que trabalham na atividade produtiva do leite sabem, que para atingir o ponto de equilibrio na atividade econômica necessitamos de material genético,alimentação adequada , sanidade aliada ao manejo dos animais.Desta forma,como atingiremos os padrões estabelecidos pela IN 51se não investirmos em condições consideradas básicas para produção de leite.Uma novilha de bom padrão custa R$ 4.500,00 leva aproximadamente 1 ano para entrar em produção,que deverá produzir 20 litros diários a R$ 0,86 o litro resultando R$ 3.500,00 por ano com custo de produção de R$2.600,00,sobrando R$900,00 de renda anual por vaca dividido por 12 meses rende R$75,00 por vaca .Um produtor que consegue tirar 250 litros de leite diário,é um produtor de leite e seu produto vai para a indústria, que  estabelecerá um preço inferior por falta de qualidade físico-química e microbiológica ,mas chegará na mesa do consumidor.Agora como atender a IN 51 sem condições tecnologicas para tal e rentabilidade na atividade.

Curto e grosso: "apertar" os produtores, para que se adequem o mais rápido possível e PAGAR MELHOR PELO MELHOR LEITE, imediatamente! Ou,, quem sabe oferecer uma linha de crédito só para esta finalidade.

Sem fiscalização e sanções, o produtor não se sente obrigado a mudar.  É a inércia natural.

E, sem receber incentivo para fazê-lo, nunca vai alterar nada em sua propriedade.

O crédito orientado ao objetivo serviria para "dar um tranco"  e acelerar as coisas.

Acho que é isso...

Uma forma dos produtores  menores entregarem um leite com qualidade, é  a formação de associações, ou seja , um tanque de  leite comunitário, onde as prefeituras até podem ajudar, por ser uma ajuda social . Aquí em Muriaé temos  várias associaçoes, onde eu sou presidente de uma, e o principal objetivo é entregarmos  um leite com boa qualidade ao laticínio. Nossas  principais medidas , é a rapidez em colocar esse leite no tanque, e falarmos aos produtores a importância da higiene no manuseio da tiragem do leite.

os laticinios pagarem por qualidade , digo todos eles criando um parametro igual para todos os laticinios ,inclusive  norma de qualidade no mercado spot  pois algumas empresas cobram do produtor mas nao exije qualidade no mercado spot pois esse sim nao tem qualidade alguma

Vejo que através de um trabalho bem feito quanto a produção de leite os prazos são sim suficientes, produzo leite há 8 anos atraves de um apoio do balde cheio e minha vontade de crescer, tenho tido exelentes resultados, mas são trabalhos àrduos, e sem persistência nunca teria alcançado tais resultados, não tive alto crescimento em produção mas tive muitas melhoras em qualidade superando a IN 51 vigente antes mesmo dela ser publicada, ainda temos que levar  em conta que o leite é uma situação um pouco mais delicada, devido as fortes altas e fortes baixas mas tendo um bom equilibrio e tendo uma boa consciliação entre leite e qualidade não é o pior negocio, hoje produzo cerca de 700 litros dia e recebo meu leite com valor de produtores de 3000 litros dia , isto devido a qualidade, acho que a IN51 deve ser cobrada sem mudanças de prazo para não termos prejuizo já que também fui produtor de 100 litros dia e sei a dificuldade de se crescer com leite, mas nada impossivel , eu lutei trabalhei e estou conseguindo, hoje vivo somente de prdução de leite e produzir leite é algo tão complexo quanto a fabricação e o projeto de um carro ou um avião, e muitas pessoas ignoram essa realidade e tem dificuldade em produzir leite e acabam tirando leite.  

Eu vejo a maior dificuldade para atender a instrução normativa os "produtores tanqueiros". que dependendo da região tem em mãos um grande volume de leite. Estes juntam leite em caminhonetes e colocam o leite para resfriar em tanque de espansão. O leite demora para resfriar devido o volume que é colocado, Este pode dar prazo que não vai atender IN 51. E tem empresas que compram este leite.

Como parece-me que as maiores dificuldades de atender a  Instrução Normativa %! (IN51) estão relacionadas aos pequenos produtores de leite não tecnificados, julgo interessante escalonar os prazos para cumprimento em relação aos volumes produzidos. Pequenos produtores não tecnificados teriam um prazo maior. Os produtores com maiores volumes de produção e supostamente com melhores acesso à tecnologia (e que são responsáveis pela maior parte do leite produzido no Brasil) teriam prazos menores para atender as exigências da IN.

Assim, grande parte do leite consumido pela população já estaria de conformidade com os regulamentos  contidos naquela IN.