NZ: Fonterra autoriza comércio de ações entre produtores

A cooperativa de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, anunciou o terceiro estágio de sua re-estruturação de capital, permitindo que os produtores de leite comercializem ações entre eles mesmos. Isso significa que seus 10.500 acionistas poderão comprar e vender ações entre eles mesmos, ao invés de depender que a Fonterra as compre de volta. Os produtores da cooperativa poderão comprar ações no valor de 120% de sua produção esperada de leite.

A cooperativa espera que o esquema propicie liberação de capital para a companhia, porque não terá que comprar ações dos produtores e poderá investir esse capital em expansão.

As mudanças propostas impedirão também que o dinheiro "entre e saia" da cooperativa, disse o presidente da Fonterra, Hendy van der Heyden. "Nós vemos esse movimento de capital como um risco para a Fonterra. Se eles (investidores estrangeiros) se mantiverem firmes e obtiverem grande quantidade de nossa oferta de leite, da Nova Zelândia, acreditamos que o negócio continue sustentável. Essa é a questão fundamental, se perdemos leite, perdemos capital".

Os acionistas da Fonterra poderão investir em ações, até duas vezes sua taxa de produção anual, quase o dobro das atuais taxas. Essas chamadas ações extras, serão somente 20% das ações totais lançadas, exceto em circunstâncias extremas, como adversidades climáticas, quando esse valor poderá ser estendido em 5%.

Em janeiro, cerca de um terço dos acionistas da Fonterra investiram NZ$ 270,7 milhões (US$ 191,12 milhões) comprando novas ações. Dos 10.500 acionistas, 3.461 se inscreveram para compra de um total de 60 milhões de ações no valor de NZ$ 270,7 milhões (US$ 191,12 milhões), para cobrir aumentos antecipados na produção para a atual estação, enquanto 59 solicitaram renunciar a um total de 1,6 milhão de ações no valor de NZ$ 7,3 milhões (US$ 5,15 milhões).

Até então, os produtores da Fonterra precisavam manter ações suficientes para cobrir seu volume de produção e, quando esse volume caía por causa da seca, vendiam até 20% de sua produção para outra companhia ou abandonavam suas obrigações com a cooperativa, e a Fonterra tinha que arrumar dinheiro para pagar por essas ações não utilizadas. Essa exposição ao "risco de resgate" custou à cooperativa NZ$ 1,9 bilhão (US$ 1,34 bilhão) nos últimos dois anos.

Van der Heyden disse que o comércio entre produtores também fornecerá mais flexibilidade para os acionistas executarem seus negócios. Ao mesmo tempo, a cooperativa também planeja montar um fundo de acionistas para ajudar os produtores a comprar ou reter ações. O fundo levantaria o dinheiro necessário para pagar os acionistas vendendo unidades de investimento.

Em 08/04/10 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,70605
1,41534 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com).

As informações são do The New Zealand Herald, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.