“A eliminação de 400 artigos já é, naturalmente, uma redução de burocracia”, explicou o secretário, “mas, ao nos concentrarmos na segurança alimentar, estamos trabalhando para garantir o que realmente importa. E abrimos a possibilidade de incluir, por exemplo, o produto artesanal no ambiente regulatório. Ainda é um desafio, não está resolvido ainda, mas há um impacto positivo para se retirar da marginalização os produtos artesanais".
Implantação do Portal Único
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o segundo órgão federal com maior interveniência no comércio internacional brasileiro, depois da Receita Federal. A partir deste princípio, o MAPA desenvolveu soluções tecnológicas para redução dos procedimentos burocráticos de anuência da exportação e importação, e assim integrar-se ao Portal Único do Governo Federal, liderado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
“Neste mês de maio”, disse Luís Rangel, “o Ministério da Agricultura foi o primeiro órgão a entregar o seu módulo de Portal Único, dois meses antes do funcionamento pleno, previsto para julho de 2018. Isso para mim é uma medalha de ouro.”
Brasil livre da aftosa com vacinação
Segundo Rangel, a erradicação da febre aftosa com vacinação foi o projeto mais audacioso da Defesa Agropecuária realizado nesse período 206-2017.
“É a doença mais emblemática de saúde animal no mundo”, disse o secretário. “Depois de 50 anos de muito trabalho, conseguimos a “medalha de prata”, que é o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) de País livre de aftosa com vacinação, a ser oficializado no próximo dia 24 de maio, em Paris. Quando o Brasil for declarado livre de aftosa sem vacinação, em 2022, será a nossa 'medalha de ouro'. Vamos ter mais acesso aos mercados premium de carne.” Outras consequências positivas do sucesso do PNEFA começam a surgir.
O secretário explica que o Brasil foi o único país do mundo que adotou a estratégia de erradicar a febre aftosa com vacinação, um projeto audacioso em razão da dimensão territorial. Ao final demonstrou-se que o Brasil dispõe de um serviço veterinário com estrutura e capacidade técnica para enfrentar qualquer enfermidade. “A partir de agora”, comemora o secretário, “vamos exportar milhões de dólares em tecnologia de produtos e insumos agropecuários – o que normalmente não exploramos, pois somos importadores –, para combater doenças como a peste suína clássica na China e Sudeste Asiático. É a virada de chave”.
Brasil livre de pleuropneumonia contagiosa bovina
O reconhecimento internacional pela OIE só poderia ocorrer depois de realizado o levantamento soroepidemiológico de todo o rebanho brasileiro, comprovando, por evidências científicas, a ausência da doença em território nacional. A pleuropneumonia contagiosa bovina é de notificação obrigatória pela OIE. “Conseguimos o certificado de livre da doença ainda no ano de 2017”, aponta o secretário.
Registro de insumos agropecuários
Produtos mais complexos na gama de agropecuários, os defensivos agrícolas tiveram aumento de registros em 2016-2017. “Os investimentos da Secretaria de Defesa Agropecuária, em tecnologia da informação e em recursos humanos, em parceria com a Embrapa, fizeram com que aumentássemos o número de registros de 70 ao ano para 277 em 2017”, informou Rangel.
“Paralelamente a isso, conseguimos fazer um trabalho parecido na área de medicamentos veterinários, que ainda não surtiu o efeito igual, mas temos expectativas boas para 2018. Sementes, fertilizantes, rações e vacinas são outros produtos em que também temos tido um rendimento muito positivo de registro”.
Agilidade na importação de insumos agropecuários
Já que o Brasil depende da importação de insumos agropecuários é preciso fiscalização, mas que seja ágil – explica Rangel. “Pelas nossas estatísticas dos últimos 10 anos, o nível de conformidade de fertilizantes e insumos agropecuários importados pelo Brasil é de 95%. Não é necessário ter um processo burocrático de fiscalização nessa importação. Então, desoneramos a burocracia, encurtamos tempo, diminuímos custos, o que traz benefícios para a cadeia produtiva.”
As informações são do Mapa, resumidas pela Equipe MilkPoint.