Nossa comunidade - Lomanto Moraes, Consultor em Segurança e Qualidade do Leite

Lomanto Moraes é leitor assíduo do MilkPoint e sempre contribui com excelentes comentários às discussões sobre variados temas, em especial, sobre qualidade do leite. Há muitos anos no ramo, realizou implementações de sistemas de melhoria de qualidade em várias regiões do Brasil e em outros países como Colômbia e Equador.

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Lomanto Moraes é leitor assíduo do MilkPoint e sempre contribui com excelentes comentários às discussões sobre variados temas, em especial, sobre qualidade do leite. Há muitos anos no ramo, realizou implementações de sistemas de melhoria de qualidade em várias regiões do Brasil e em outros países como Colômbia e Equador.

Figura 1


1-Breve descrição profissional:

Sou técnico em Agropecuária e Administrador em Agronegócios. Por 16 anos trabalhei na área de captação de leite da DairyPartnersAmericas (DPA/Nestlé), sendo que os últimos 5 anos, foram mais voltados para qualidade do leite nas plantas de Goiás. Atualmente sou sócio proprietário da LLLAC Consultoria Ltda, empresa de Consultoria em Segurança e Qualidade do Leite.

2- Como enxerga a atividade leiteira no país?

As diferenças existentes no Brasil em relação a tamanhos de propriedades, formas de produção, particularidades geográficas e climáticas podem influenciar na atividade leiteira, mas ainda assim, há muito produtor ganhando dinheiro na atividade. No país são observadas algumas diferentes linhas de trabalho e algumas vezes me preocupa a forma como as informações tecnológicas chegam ao produtor. Outro ponto delicado é a sustentabilidade dos preços do leite em comparação com nossos vizinhos (Argentina e Uruguai). Penso que deveríamos aproveitar melhor nosso potencial (forrageiro, luminosidade, água e as diferenças climáticas) para alcançarmos custos competitivos.

3- Quais as dificuldades e desafios que você tem na sua atividade?

A falta de profissionalização da atividade leiteira permite que qualquer pessoa comece a produzir leite e isso acaba gerando uma falta de padronização no campo. Uma das dificuldades que posso apontar é a indústria querer se mover em direção à qualidade e segurança de sua matéria prima de forma contínua. E o maior desafio é estabelecer a cultura da qualidade nos elos primários da cadeia do leite.

4- O que pensa a respeito das novas exigências de qualidade?

A instrução normativa é necessária e ampla e, é possível atingir os padrões de qualidade, diria até que em um prazo bem menor ao que foi estipulado. Acompanho as discussões no MilkPoint, e vejo pessoas dizerem que não é possível alcançar determinados níveis, mas hoje em dia, há tecnologias para todos os produtores e sistemas de produção em todas as regiões do país. O próprio mito em relação aos tanques coletivos; temos diversos casos de tanques com CBT abaixo de 100.000 UFC/mL durante anos consecutivos, a custo baixíssimo, com o uso do cinturão da qualidade e disciplina.

No entanto, acredito que os principais atores desse cenário são: poder público; indústria e consumidor. Nesta conexão de elos, se encaixa a proposta de Melhoria da Qualidade do Leite. O poder público classifica, o consumidor escolhe, a indústria exige, a pesquisa desenvolve, o técnico assiste e produtor faz a qualidade! Porém afirmo que a indústria tem papel fundamental nesse processo. É ela quem deve coordenar o atingimento das exigências de qualidade no campo. Assim como aconteceu em outras épocas: latão, granelização, boas práticas...

5- O que acha que falta no setor?

Preocupa-me muito a dificuldade (custo da assistência) da tecnologia chegar aos pequenos produtores. Temos que avançar em um modelo de assistência com tecnologias básicas, de custo acessível, comprometida com o resultado e frequência garantida para que esse pessoal seja alavancado.
Outro ponto é sociológico (no caso para pequenos e médios). Várias boas tecnologias caem em desuso em função do sistema de produção que adotamos, por exemplo: cana + ureia e inseminação artificial. À medida que produtor que utiliza mão de obra familiar evolui financeiramente, ele almeja desfrutar do bem-estar conquistado e algumas atividades que precisam ser feitas de forma ininterrupta durante ano, como corte diário ou observação de cio, ficam prejudicadas.

6- Dica de sucesso ou frase preferida:

"Crer"! Creia em você, nos seus ideais, nos seus objetivos, no seu potencial produtivo e nas pessoas. E como diz meu pai: "Procure sempre aprender, entender e conhecer, pois a crença sem conhecimento é fanatismo."

7- Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais, e como o site lhe auxilia no dia a dia?

O Milkpoint já faz parte de minhas atividades diárias (quase que compulsivo). São informações úteis no meu trabalho e nos meus projetos. Dou destaque para o Giro Lácteo, Panorama de Mercado e os Cursos. Com o MilkPoint, fico sabendo o que está acontecendo em todo o Brasil e no Mundo.

Equipe MilkPoint
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HEFFERNAN MACEDO
HEFFERNAN MACEDO

PASSOS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/01/2012

Não só o Lomanto Mais tambem ao Laercio, pessoas importantes para o desenvolvimento de trabalho de campo no norte de Goias.(Ceres,Rialma,Rubiata,Itapaci..)

Abraços.

Att.Heffernan Macedo
Laércio Barbosa Marques
LAÉRCIO BARBOSA MARQUES

GOIÂNIA - GOIÁS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 29/01/2012

Parabéns ao Pensador Lomanto !

Concordo com todos os elogios descritos acima e gostaria de acrescentar uma característica que torna Lomanto diferente da maioria dos técnicos é um pensador insaciável, que sempre pensou à frete.

Ao Milkpoint louvo a iniciativa de promover uma oxigenação das ideias sobre a pecuária leiteira.

Um abraço!
Marcos Rodrigues Bragança
MARCOS RODRIGUES BRAGANÇA

PIRES DO RIO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/01/2012

Parabéns ao Milkpoint quando dá oportunidade a um Técnico como o colega Lomanto de registrar as suas considerações sobre a atividade leiteira. Poucas pessoas podem falar sobre leite com tanta propriedade. Lomanto um abraço.
Lomanto Arantes Moraes
LOMANTO ARANTES MORAES

ANÁPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/01/2012

Caríssimos amigos e leitores do Milkpoint!

Estou muito feliz de ler comentários tão respeitosos, postados por pessoas que tenho o mais alto grau de admiração. Os quais tenho certeza que enriqueceram meus conhecimentos nessa lida diária.

Espero nos encontrarmos mais vezes neste "Ponto de Encontro" da pecuária leiteira.



Abraços fraternais a todos.

Nilson André C. Menezes
NILSON ANDRÉ C. MENEZES

ITABUNA - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/01/2012

Parabéns ao Milkpoint por permitir que um técnico do gabarito do Lomanto pudesse expor com tanto propriedade a questão relativa a qualidade de leite. Importante frisar que o mesmo dedicou boa parte da sua vida profissional ao tema, junto aos mais diversos produtores/ordenhadores, nas fazendas, nas empresas de laticínios, enfim, tem vivido o problema na prática. Ainda, esteve envolvido no desenvolvimento de projetos, visando a melhoria da qualidade do leite para a DPA. Parabéns Lomanto por ter colocado de forma tão clara a sua opinião a respeito de um tema tão controvertido. A qualidade do leite é responsabilidade de todos. Valeu.   
DARCI DE ALMEIDA
DARCI DE ALMEIDA

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/01/2012

Parabens  ao Milkpoint por entrevistar um tecnico bem preparado e que muito tem contribuido para o desenvolvimento da producao e a qualidade de leite, estas colocacoes sao muito sensata do colega Lomanto, com certeza farao muita gente da cadeia produtiva refletir.

Parabens ao Lomanto pela excelente entrevista, ficamos muito felizes com sua materia.

João Paulo Antonello
JOÃO PAULO ANTONELLO

PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/01/2012

Ao longo do tempo houve uma evolução considerálvel na qualidade do leite no Brasil, teve a melhoria no transporte, nas exigências de qualidade, e tudo isso está e precisa evoluir ainda mais. Com a profissionalização do setor, atraves da qualificação de pessoas, o leite será finalmente um produto puro e saudável. Existe um grande icentivo do governo à educação, à formação de profissionais e isso com certeza ajudará não só o setor lácteo, mas todas as cadeias produtivas melhorarem muito. Porém o primordial para que tudo isso funcione de modo impecável é sustentabilidade, toda a cadeia produtiva deve se manter, cada elo dessa corrente deve ser rentável, pois a rigidez dos elos da cadeia produtiva é que fazem a roda da economia girar, um elo se desintegrando desencadeia os problemas sociais.
Kélcio A. Salgado. Lemos
KÉLCIO A. SALGADO. LEMOS

CÁSSIA - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 20/01/2012

Parabéns pela brilhante descrição da situação da qualidade do leite no Brasil e como fazer para melhorá -la em pouco tempo. Concordo plenamente que a velocidade do processo de mudança está na mão da indústria. Enquanto não conversarem na mesma linguagem e uma receber o leite que não serviu à outra a velocidade será baixa. Porém não devemos desanimar pois são em número menor e deverão se organizar mais facilmente que nós produtores.
J HENRIQUE PAIVA
J HENRIQUE PAIVA

IBIÁ - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 20/01/2012

Meus cumprimentos ao amigo Lomanto, profissional conhecedor do assunto qualidade de leite e suas variáveis.   
HEFFERNAN MACEDO
HEFFERNAN MACEDO

PASSOS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/01/2012

Lomanto ,Foi,muito Feliz, na sua materia.
Tacio Adriano Gama
TACIO ADRIANO GAMA

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/01/2012

Grande Moraes.. como sempre surpreendendo! Parabéns pela sua carreira e pelos comentários. Um forte abraço meu amigo. Sucesso!
Jaime Antonio de Souza
JAIME ANTONIO DE SOUZA

BELA VISTA DE GOIÁS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/01/2012

Bom dia, caros leitores!

Parabéns ao MilkPoint por dar voz a um profissional de rara competência e habilidade.

Dentro dessa temática de Assistência Técnica e Consultoria, gostaria de acrescentar o seguinte:

Além de excelente técnico, é um grande extensionista. Em minha opinião este é o grande diferencial que o Lomanto tem a oferecer, e que outros técnicos que tem a pretensão de trabalhar a campo deveriam buscar.

As instituições de Ensino deveriam se preocupar mais com o ser humano (extensionista) que estão disponibilizando para mercado.

No caso da pecuária de leite ainda formam técnicos para trabalhar com vacas, mas isso precisa de revisão, primeiro esse técnico têm que trabalhar o homem (dono, gerente, vaqueiro), depois todos juntos podem trabalhar com a vaca.

O sucesso da assistência técnica no Brasil, depende claramente desse extensionista comprometido com o homem, e não com a vaca.

Um grande abraço à todos! Abraços ao Lomanto.

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