Norberto Ortigara pede que cadeia do leite se adapte a IN 51

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, fez um apelo aos produtores de leite e aos laticínios para que cumpram integralmente, no menor prazo possível, as normas previstas na Instrução Normativa 51 (IN 51) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, destinadas a elevar a qualidade do leite. Elaborada há 10 anos, a IN 51 deveria entrar plenamente em vigor em julho deste ano, mas, como a cadeia produtiva do leite ainda não se adaptou a todas as normas, o prazo foi novamente prorrogado, agora para dezembro.

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O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, fez um apelo aos produtores de leite e aos laticínios para que cumpram integralmente, no menor prazo possível, as normas previstas na Instrução Normativa 51 (IN 51) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, destinadas a elevar a qualidade do leite. Elaborada há 10 anos, a IN 51 deveria entrar plenamente em vigor em julho deste ano, mas, como a cadeia produtiva do leite ainda não se adaptou a todas as normas, o prazo foi novamente prorrogado, agora para dezembro.

Uma das normas ainda não cumpridas por boa parte dos produtores e laticínios é a que fixa um teto para a contagem de células somáticas e bactérias no leite. Atualmente, o limite de contagem bacteriana é de 750 mil unidades formadoras de colônia por mililitro. Com a IN-51, o limite cai para 100 mil. Com relação às células somáticas, o teto passaria de 750 mil/ml para 400 mil. Se adotadas de imediato, as novas regras excluiriam grande parte dos produtores brasileiros.

Ortigara lamentou a prorrogação do prazo para adaptação à IN 51 - medida que, segundo ele, prejudica o produtor. "A elevação da qualidade do leite irá melhorar a renda do produtor rural, movimentando a economia, e melhorar também a imagem do Estado no mercado, com a valorização de seus produtos. Todos sairão ganhando com isso", disse o secretário, durante o Fórum da Pecuária Leiteira, realizado na Agroleite 2011, exposição de tecnologia e da produção leiteira promovida pela cooperativa Castrolanda, de Castro (PR).

Para o secretário, os produtores e laticínios precisam "despertar para a importância da qualidade do leite, o que se consegue com procedimentos simples como mais higiene no manejo com os animais e equipamentos de ordenha e o resfriamento do produto". Ele lembrou que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) garante ao produtos recursos para a compra de equipamentos a um custo menor que o de linhas de financiamento convencionais. Lembrou também que Emater, Senar, Sescoop e cooperativas oferecem aos produtores capacitação e apoio para a adoção de normas e práticas de manejo que permitam avanços na qualidade do leite.

Preço

Durante o Fórum, o médico veterinário Nelmo Oliveira, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, informou que o órgão lançará um programa para incentivar as indústrias a pagar mais pelo leite, conforme a qualidade do produto. O programa foi testado no Paraná, na forma de dois projetos-piloto: PAS Leite e Produção Integrada do Leite.

Segundo Oliveira, o PAS Leite é um programa de alimento seguro promovido em parceria pelo governo federal e o sistema S (Sebrae, Senai), de reavaliação e capacitação dos instrutores que irão a campo para atender as propriedades e ajudar na implantação de boas práticas de ordenha e manejo. Os produtores serão orientados a tratar os animais com ração e medicamentos de qualidade reconhecida, conforme recomenda a IN-51.

As informações são da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Luiz Gomes do Prado
LUIZ GOMES DO PRADO

ITARARÉ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/08/2011

IN51- parece mais uma norma, como muitas leis para não serem cumpridas, teremos eleições no ano que vem, será que teremos a IN 51 sendo cobrada, posta em prática, exigida?


É bom lembrar que a estrutura do MAPA é insuficiente para a fiscalização, que dirá estes mesmos acumularem a prática extensionista aos produtores, até mesmo porque é incompatível  tal atividade com a ação fiscalizadora.


Esperar do estado extensão e  apoio técnico é "pisar em canoa furada"; não fez, não faz e nem fará, função do  MAPA é fiscalizar.


O leite tem na produção familiar uma grande parcela de responsabilidade, e, para esta classe de produtores o que falta é informação pela falta de formação e capacidade própria de buscar a informação e apoio  técnico, não percebendo as vantagens do investimento correto.


Aliás, de  falta de tecnologia disponível , de poder perceber que leite, especialmente na produção familiar é altamente vantajoso, ninguém pode reclamar,  porque esta tecnologia está muito bem desenvolvida e comprovada pela EMBRAPA, apenas não há também por parte da EMBRAPA, a capacidade pessoal para assistência técnica direta ao produtor.


Pensando bem, quem ganha e precisa de uma matéria prima com qualidade é a industria, então, que se pague pela qualidade e(que ela) ofereça o apoio técnico para o desenvolvimento do seu produtor, e, por isso obterá a sua fidelidade, e, além de  produto melhor, maior quantidade por produtor que não terá maiores brigas por preço, que não é para sua preocupação, especialmente se passar a perceber mais por qualidade e conhecimento, e conseguir reconhecer  as vantagens da melhoria técnica da produção.


IN51, já se faz tarde, deveria ter sido posta em prática e exigida há mais tempo.


lucas
LUCAS

MUTUM - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/08/2011

A IN 51 não tem segredo algum para ser "atendida" por parte dos produtores, desde menor ao maior. Estou trabalhando há 8 meses num projeto piloto com 66 produtores, já reduzimos a ufc de 6 milhoes/ml em tq comunitário para 320 ufc/ml. Tivemos um grande retorno financeiro em rendimento (custo de oportunidade perdida). Laticinistas, abram o olho que vocês ganham muito! há um trabalho intenso no inicio, mas vale a pena!
PedroLangeli
PEDROLANGELI

FARTURA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 12/08/2011

Trabalhamos com Nutrição Animal e, estamos frequentemente visitando produtores de leite e laticínios, principalmente no Estado de S. Paulo e Paraná. Ficamos muitas vezes indignados, ao ouvir dos produtores que, não recebem pela qualidade do leite, potanto, não tem interesse em melhorar o produto mas, produzir quantidade. Mal sabem que, o alto indice de células somáticas no leite, provocam uma queda de produção importante.


Há necessidade urgente de, todos nós que estão envolvidos na cadeia produtiva do leite, façamos uma força tarefa, no sentido de conscientizar o nosso produtor que, em muitos caso não  conhece a realidade.
thiago dias teixeira
THIAGO DIAS TEIXEIRA

CORUMBAÍBA - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 12/08/2011

o governo precisa incentivar mais os produtores , pois nao adianta nada os mesmos produzirem   leite com a qualidade esperada , as industrias pagarem por tal e o consumidor nao absorver os custos , o investimento em marketing do leite e seus derivados  por parte do governo ajudaria no aumento de consumo de kgs leite/pessoa no Brasil que ainda é muito baixo, contribuindo como o equilibrio  dos preços atraves da demanda , ou seja nao sao atitudes isoladas e unilaterais que trarao soluçoes duradouras para o setor , reforma trabalhista , reforma tributaria , e reforma politica utopias que sao de conhecimento de todos e ação de poucos  .Vamos priorizar , a copa , e olimpiadas que pelo menos alguem sai ganhando com venda de aeroportos , e licitaçoes para prestadoras de serviço corruptas .
Leonardo Faquini
LEONARDO FAQUINI

PONTA GROSSA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 11/08/2011

Sou profissional da área de Indústria de Laticínios e também por estrutura familiar produtor rural, sendo que até há alguns anos, a propriedade rural da família produzia leite, estando hoje somente com recria de gado de corte.

Tive oportunidade de conhecer de vários ângulos, os aspectos envolvidos na cadeia do leite - laticínios. Os esforços e procedimentos do Ministério da Agricultura são louváveis e benéficos, de certa forma não há outra alternativa para a profissionalização da produção de leite no Brasil.

Aliado à estes aspectos, uma política sócio - econômica, envolvendo outros Ministérios, deveria ser implementada, uma vez que a questão é complexa, com vários agentes macro - econômicos determinado a criação de gargalos para a eficiência da cadeia do leite.

Atualmente, é visível um total desitimulo às empresas de laticínios, para buscar uma vocação de exportadoras. Na atual taxa de câmbio, leite em pó importado, principalmente do Uruguai e Argentina, estão disseminados em todo o Brasil. Muitas empresas, fizeram grandes investimentos em ampliação de linhas de produção, acreditando na viabilidade da exportação de leite em pó e outros derivados lácteos. Hoje, o Brasil voltou a se tornar um grande importador de lácteos.

A produção de leite vêm perdendo espaço para outras atividades do agronegócio, entre estas a cultura da cana de açúcar. No interior de São Paulo, há regiões, em que não se vê uma vaca de leite, mas centenas de quilomêtros tomados de canaviais.

Em outros Estados, há produtores de leite, que liquidaram seus planteis, devido aos altos custos envolvidos na geração de leite, cedendo suas propriedades para plantação de soja, milho, recria de gado de corte, entre outras atividades.

O fornecimento de ração ao gado de leite, é uma realidade de uma minoria de produtores especializados e profissionais, em grande parte, temos produtores de pequeno e médio porte, que financeiramente, conseguem manter a atividade leiteira por alimentação a pasto do gado de leite disponível.

Uma política econômica voltada para promover o desenvolvimento a nível de campo não existe.

Produtores profissionais da região Sul, por várias questões sociais, tecnicas e históricas, mantêm em seus planteis, gado de leite de alto padrão. Em outras regiões, Centro Oeste, Minas Gerais, um gado holândes de alto padrão, sofre com stress térmico e condições climáticas desfavoráveis. Porque não é incentivado a disseminação de um raça de gado de leite adaptada para cada clima e região ? Para regiões quentes e montanhosas, o gado giro-holando, para o Nordeste, um gado mais rústico, adaptado ao clima.

A questão do beneficiamento deve ser lembrada. Qual o incentivo para aquisição de tanques de coleta a granel, materiais de ordenha e outros investimentos necessários ?

Assim como as empresas de laticínios são  monitoradas e orientadas pelo Ministério de Agricultura, aproveitando da estrutura dos profissionais médicos veterinários do MAPA,  poderia ser dado suporte aos produtores.
caciano panis de brito
CACIANO PANIS DE BRITO

IJUÍ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/08/2011

Ate que emfim alguém que fala da importância da normativa 51, e principalmente que os "produtores e laticínios precisam "despertar para a importância da qualidade do leite", as pessoas ligadas a cadeia do leite precisam entender , que precisamos produzir um produto de qualidade, que seja valorizado por isso e principalmente que essa atividade seja sustentável, isso é fundamental para o sucesso.

Muitos diizem que se tivermos a implatação da normativa teremos exclusão de produtores, mas afinal, esses precisam entender que em toda a atividade a renovação e se quizerem continuar, precisam mudar o pensamento e se inserir nessa nova etapa da atividade leiteira. Espero que as autoridades responsaveis tenha pulso para coordenar essa nova fase, começando agora com a implantação da normativa 51, sem mais provogações.
Caio Vidor Cassiano
CAIO VIDOR CASSIANO

UMUARAMA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/08/2011

Acho fundamental a instalação das novas regras da normativa.
Qual a sua dúvida hoje?