Nilza suspende produção e é posta à venda
A Indústria de Alimentos Nilza, que já foi líder no segmento de leite longa vida no Estado de São Paulo, está à venda, segundo informações da própria companhia. Com unidades em Ribeirão Preto (SP) e em Itamonte (MG), a empresa suspendeu a captação e o processamento de leite e mantém cerca de 250 funcionários do setor fabril em casa desde o início deste mês, com os salários pagos normalmente.
Publicado por: MilkPoint
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A empresa informou que não há prazo para a finalização do processo de venda e que a negociação ocorre de forma sigilosa com algumas empresas, tanto do setor lácteo como de outras áreas. A decisão pela paralisação das atividades ocorreu, ainda de acordo com a Nilza, para que não houvesse mais prejuízos nas operações.
A decisão do empresário Adhemar de Barros Neto, que adquiriu a companhia no final de 2005, em vendê-la é mais um capítulo da história de mais de 60 anos da Nilza e inclui o atual processo de recuperação judicial, homologado em outubro do ano passado, para a renegociação de um passivo de R$ 340,8 milhões. Adquirida por Neto após enfrentar uma crise quando era administrada por um pool de cooperativas paulistas e mineiras, a antiga Leites Nilza chegou a ter entre 15% e 20% do mercado de leite longa vida de São Paulo.
No início de 2009, com a crise de liquidez, a empresa fechou a unidade adquirida em agosto de 2008 da Montelac em Campo Belo (MG). Na operação de compra da empresa mineira, que incluiu a fábrica de Itamonte, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) injetou R$ 120 milhões e passou a ter 35% da Indústria de Alimentos Nilza. A capacidade máxima de captação e processamento das duas unidades da empresa é de 1 milhão de litros de leite por dia, volume que não chegou a ser atingido.
Em março do ano passado a Nilza não conseguiu suportar a crise e entrou com pedido de recuperação judicial em Ribeirão Preto, onde fica sua sede. Após negociações com os credores e sem unanimidade, a recuperação foi aprovada e homologada em outubro de 2009. Como parte da dívida da Nilza renegociada judicialmente começa a ser paga em outubro deste ano e a maior fatia a partir de outubro de 2011, o empresário terá tempo para se desfazer da companhia.
Em uma avaliação feita pela empresa de advocacia em propriedade industrial José Carlos Tinoco Soares, cujo laudo foi anexado ao pedido de recuperação judicial, a Nilza foi avaliada em R$ 750 milhões, boa parte pela força da marca de leite longa vida.
A matéria é de Gustavo Porto, publicada na Agência Estado, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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SERRANA - SÃO PAULO
EM 19/05/2010
Em Outubro proximo comeca ser pago a divida exposta no Plano de Recuperação Judicial, cujo valor é de origem trabalhista, referente as rescisões de centenas de trabalhadores demitidos em 27-03-2009.
Será que a empresa vai honrar este pagamento?
Creio que somente o tempo nos trará tal resposta.

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 19/05/2010