A Nestlé vai vender suas operações de sorvetes nos Estados Unidos, que incluem a marca Häagen-Dazs, por US$ 4 bilhões em dinheiro à Froneri, criando um concorrente mais forte para enfrentar a Unilever. A Froneri foi criada em 2016 quando a Nestlé fundiu parte de suas operações europeias de sorvetes com a R&R, empresa controlada pelo grupo de private equity PAI Partners. A Nestlé e o PAI Partners têm pouco menos de 50% cada um na Froneri; e a administração, o restante.
O CEO da Nestlé, Mark Schneider, já vendeu neste ano a unidade de cuidados com a pele a uma firma de private equity por cerca de US$ 10 bilhões, e uma empresa de seguros de vida, por US$ 1,5 bilhão. Uma fonte a par do negócio disse que ele levanta dúvidas sobre o que a Nestlé fará com o restante de suas operações com sorvetes: “Isso significa que a Nestlé poderá sair completamente [do segmento]? É razoável especular se eles estão comprometidos com as operações de sorvetes no longo prazo”.
Depois do negócio, a Froneri terá vendas de cerca de € 4,5 bilhões por ano. Em 2018 foram € 2,7 bilhões e € 1 bilhão em 2013, quando a PAI Partners comprou a companhia. “Estamos muito animados com a ida da Froneri para os EUA e esperamos crescer lá com as fantásticas marcas da Nestlé, como a Häagen-Dazs e a Drumstick”, disse Ibrahim Najafi, CEO da Froneri.
A Froneri controlará a marca Häagen-Dazs nos EUA, levantando a possibilidade de tentar comprar os direitos da marca também fora dos EUA. Estes são controlados pelo grupo americano General Mills. “A criação da Froneri tem sido um sucesso fenomenal. Estamos agora fazendo dessa empresa nossa parceira global estratégica na área de sorvetes e estamos convencidos de que o bem-sucedido modelo de negócios da Froneri pode ser estendido para o mercado americano”, disse Scheneider.
A Froneri é um de vários exemplos de como as firmas de private equity estão se beneficiando da venda de negócios das gigantes do setor de alimentos. A Unilever vendeu sua operação de margarina ao fundo KKR por € 6,8 bilhões em 2017, após um leilão disputadíssimo por marcas como Flora e Becel.
O banco Rothschild atuou como consultor da Froneri na operação, enquanto que o Credit Suisse trabalhou com a Nestlé.
As informações são do Valor Econômico.