"A América está se recuperando de uma crise importante, que bateu duro, especialmente no Brasil", afirmou ao jornal Valor Econômico Laurent Freixe, presidente da Nestlé para as Américas. A companhia lida na região, segundo o executivo, com consumo desaquecido e alguns casos de deflação de preços. Mesmo nos EUA, o ritmo de crescimento da renda da população é menor do que há dez anos, o que ainda limita maiores avanços no consumo.
Para melhorar seu desempenho nas Américas, a empresa não aposta apenas em avanços na economia da região. A Nestlé tem investido para se tornar mais competitiva. Por exemplo, concentrando seus esforços em negócios nos quais a empresa tenha capacidade de crescer e ser forte, além de acelerar investimentos em novos produtos e buscar novas maneiras de apresentar as novidades aos consumidores.
Uma das iniciativas tomadas no ano passado foi a de vender a operação de confeitos nos EUA para a italiana Ferrero Rocher. "Tínhamos somente 4% do mercado, a quarta companhia do setor, um negócio pequeno e com ativos velhos. A conclusão é que não tínhamos capacidade para ganhar mercado", analisa Freixe. Bem diferente do que ocorre no Brasil, onde a Nestlé é lider no segmento e conta com operação forte, que continuará a todo vapor.
Outra ação importante da Nestlé nas Américas foi a decisão de aumentar o orçamento para investir. Nos últimos três anos a companhia destinou 20% mais do que nos três anos anteriores. O montante também contemplou aquisições, fsobretudo nos segmentos de alimentos para animais de estimação e café, em países como Brasil, Chile e México.
Produtos mais naturais
A Nestlé também aposta na tendência global de busca por produtos naturais e de valorização, por parte dos consumidores, de aspectos como transparência e conhecimento sobre a origem dos produtos."Estamos tentando simplificar nossas receitas e usar ingredientes que o consumidor conhece e entende", afirma o presidente da Nestlé para as Américas. No Brasil, a empresa já adota desde o ano passado em produtos como achocolatado, leite loinga vida e temperos o conceito de "clean label", ou seja, de rótulo limpo em que o consumidor conhece os ingredientes da fórmula, em vez de encontrar diversos aditivos químicos sobre os quais tem pouca informação.
As informações são do jornal Valor Econômico.