Nestlé investe US$ 510 mi em novo segmento
As doenças crônicas custarão à economia brasileira US$ 200 bilhões até 2015. Os números foram apresentados pela Nestlé, citando estudos de consultorias internacionais e indicando que o mercado e governos serão obrigados a redesenhar seus sistemas de saúde. Ontem (27), a gigante do setor de alimentação abriu oficialmente as portas para uma nova indústria, reunindo alimentação, nutrição e tratamento de saúde.
Publicado por: MilkPoint
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A nova empresa, Nestlé Health Cience, que deve entrar em operação em janeiro de 2011, adentra um segmento chamado de Indústria da Ciência da Saúde, criando produtos exatamente para lidar com obesidade, diabetes, desordem mental e outros problemas crônicos. A decisão é mais um reflexo da tendência verificada entre as empresas farmacêuticas e alimentícias, que convergem em direção a produtos benéficos à saúde vendidos sem receita médica e com altas margens, tanto para animais como para seres humanos.
A decisão da maior empresa de alimentos do mundo de se lançar no novo segmento foi baseada em estudos que mostram que a população do planeta enfrentará desafios cada vez mais profundos em relação às doenças crônicas. De um lado, o aumento da classe média e novos hábitos de alimentação criam situações propícias à explosão de doenças como a obesidade, que já afeta 1 bilhão de pessoas no mundo. De outro, governos estão sendo obrigados a cortar de forma drástica seus gastos para lidar com buracos em suas contas. Para a empresa, os governos não terão outra opção que não seja reforçar a prevenção e, para isso, precisarão de novos produtos.
Para o presidente da Nestlé, Peter Brabeck, a crise da dívida se aprofundará nos próximos anos e afetará a capacidade de países ricos de lidar com uma população cada vez mais velha. Citando estudos internacionais, Brabeck indica que, até 2015, 3% do PIB mundial será "perdido" para doenças crônicas. Nos EUA, os gastos com saúde em cinco anos aumentarão 29%.
Para a cúpula da empresa, essa realidade não será apenas vivida nos países ricos. Brabeck aponta que, em cinco anos, a China já gastará US$ 500 bilhões com a saúde de sua população, contra US$ 300 bilhões na Rússia e US$ 200 bilhões no Brasil e Índia. "É claro que nosso atual sistema de saúde, que se concentra em tratar pessoas doentes, não é adequado e terá de ser redesenhado de forma drástica", disse Brabeck.
Do lado comercial, isso significa a abertura de uma nova frente de negócios para a empresa, que já vende US$ 100 bilhões ao ano em alimentos. A Nestlé não vê contradições em lidar com os dois segmentos ao mesmo tempo. Paul Bulcke, CEO da companhia, insiste que a Nestlé já vem aplicando novas formas de fabricação de seus produtos tradicionais, com a redução do uso do sal e de açúcar. "É uma nova indústria que está sendo criada", diz. Segundo a Nestlé, todo seu trabalho se baseará em processos científicos que identificarão genes que podem ser modificados por alimentos. Para isso, nanotecnologia e biotecnologia serão usadas em um projeto de mais de US$ 510 milhões.
Entretanto, alguns analistas são céticos sobre a capacidade da empresa de alimentos para entrar nessa área, levando em conta o tempo que sua concorrente, Danone, precisou para ter um retorno significativo, após investimentos pesados realizados nos últimos anos.
As informações são dos jornais O Estado de São Paulo e Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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