MyPoint: Devo desistir de produzir leite?
Marcello de Moura Campos Filho, produtor de leite do Estado de São Paulo escreveu um artigo sobre a dificuldade de se produzir leite no país, a partir de uma carta enviada por um produtor de Minas Gerais que dizia "ter perdido qualquer esperança quanto ao futuro da pecuária de leite brasileira".
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Segue um trecho do artigo: "Na Nova Zelândia a produção média é de 3.447 litros/dia/produtor e a produtividade média de 10.670 litros/hectare ano enquanto no Brasil temos uma produção média de 65 litros/dia/produtor (53 vezes menor) e uma produtividade média de 2.400 litros/hectare/ano (4,4 vezes menor). Essa comparação é reveladora da falta de produtividade e competitividade da pecuária leiteira brasileira, associada à realidade de mercado e do comércio internacional, permite entender a razão do Brasil ser um grande importador de leite. Esta situação é praticamente a mesma de 40 anos atrás, o que revela a incapacidade do Governo e da cadeia produtiva estabelecerem uma política e planejamento do setor leiteiro capaz de promover avanços significativos.
Contra fatos não há argumentos: se não encontrarmos um mecanismo ágil e eficaz para estabelecimento de uma política e planejamento para o setor leiteiro, compatível com a realidade do mundo moderno, daqui a quarenta anos iremos constatar que não teremos avançado praticamente nada em termos de pecuária leiteira".
Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.
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CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
Desculpem a confusão, mas creio que encaminhei para o Marius Valter Bronkorski as minhas considerações sobre os comentários do Michel Valter Kazanovski.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
A produção de todos os TOP 100 somada não representa quase nada na demanda de leite do Brasil. Se apenas os "TOP 1.000" conseguirem ter na produção de leite uma atividade ecomômicamente sustentável, o Brasil, que ao longo dos anos não tem produzido para atender o mercado interno, estará entre os TOP importadpores de leite. O problema a resolver é como ter uma massa critica de produtores que tenham a atividade leiteira econômicamente sustentavel e competitiva, de forma a atender a demnada interna e ainda permitir que o País possa exportara aproveitando as oportunidades que o mercado internacional pode oferecer.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
Agradeço o Comentário.
Espero que vocês na APLISI agutitem técnicos e produtores para que o trabalho da porteira para dentro e da porteira para fora seja feito. Se isso for feito de forma geral sem dúvida teremos um futuro melhor para nossa pecuária leireira.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
Realmente é dificil vender leite barato e ver os preços do leite e lácteos altos no varejo. A Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara disse que ia investigar essa discrepância. Mas acho que em vez de contratarem o Sherlock Holmes contrataram o trapalhão do inspetor Closeau, pois nada foi apurado. Mas apesar das dificuldades, não podemos desanimar e temos que lutar da porteira para dentro e da porteira para fora para melhorar a situação. Se desanimar, é melhor parar.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
Se você tem um lucro de R$ 0,20 por litro, parabens, mas talvez você serja uma excessão à regra, pois de forma geral os produtores reclamam do preço que recebem, alguns se queixando não cobre os custos. Aliás não é só no Brasil que os produtores reclamam do preço que recebem pelo leite que produzem, é no mundo inteiro. Não me parece razoável que os produtores reclamem de barriga cheia, só pelo prazer de reclamar, e nem que trabalhem ou não queiram trabalhar para ter lucro.
Gostaria de ver outros produtores que tenham lucro dessa ordem se manifestando para termos uma idéia de quantos são. Não acredito que sejam muitos pois se fossem o Brasil não seria fundamentalmente um importador de leite mas sim um grande exportador.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
O meu entendimento sobre o indice litros/hectare ano é o mesmo do Mario Sergio Ferreira Zoni, e de fato num rebanho em confinamento com consumo de concentrado representa mais de 40% da dieta há uma distorção maior, mas penso que isso não é usual em rebanhos leiteiros.
Com relação à colocação do Marcus Cornélis Bronkhorst, penso que a área destinada a produção de forragem para o rebanho jovem, na propriedade ou de terceiros, não deve ser considerada, pois muitos produtores, principalmente em outros paises, não fazem recria e simplesmente compram seus animais de reposição ou pagam a terceiros pela recria.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
Agradeço os comentários.
De fato somos o elo fraco da cadeia produtiva, e como você diz, "entregamos o leite". Mas as dificuldades do produtor não são só aqui. Na Europa os produtores também trabalham sem contrato com a indústria, e a situação só é um pouco melhor por que são menos numerosos, mais organizados e recebem subsidiso.
Você tem razão, quem quizer continuar produzindo leite tem que lutar muito para ganhar pouco. Quem desanimar com essa realiade, é melhor para de produzir.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 29/10/2010
Agradeço os comentários.
Concordo que o brasileiro de forma geral, e o produtor de leite particularmente, tem que lutar e trabalhar muito e que se se forjarmos nossos filhos para buscar o sucesso sem o trabalho e honestidade o futuro será negro.
Mas penso que o homem deve trabalhar para viver e não viver para trabalhar, bem como o trabalho tem que ser justamente remunerado. Por isso acredito que temos encontrar os caminhos para os brasileiros e produtores de leite possam trabalhar em atividades econômicamente sustentáveis, recebendo a contrapartida monetária justa por esse trabalho.
Abraço
Marcello de Moura Campos Filho
RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/10/2010

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 27/10/2010
E o caminho que vejo para isso são associações de técnicos e produtores, trabalhando juntos da porteira para dentro e da porteira para fora.
Esta frase, para mim, resume tudo o que penso hoje, depois de décadas de batalha para não desistir.
Ficou fácil resumir: control C, control V.
Abraço.
Paulo Fernando.

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/10/2010
Agradeço seus comentários e elogios.
Também tenho admiração por você por sua visão, como iparticipante da indústria de lacticínios, dos problemas da nossa pecuária leiteira. Quem sabe no futuro não nos encontramos para conversar sobre os problemas do nosso setor.
De fato, eu, apesar de todas as dificuldades atuais, continuo com esperança no futuro da pecuária leiteira e por isso, com a ajuda de meu filho, continuo como produtor de leite. Mas confesso que depois de quase 50 anos produzindo leite e vendo a nossa pecuária de leite praticamente não evoluir nada sem aparentemente nenhuma preocupação do Governo e da indústria em melhorar o quadro de nossa pecuária leiteira, eu estaria desistindo da pecuária leiteira, se não fosse por meu filho, que com sua juventude tem ânimo para continuar a luta e alimenta minha esperança de um futuro melhor para o setor, onde a indústria seja realmente parceira dos produtores e nos ajude a agir junto ao Governo, seja ele qual for, para mudar o triste quadro da nossa pecuária de leite.
Pessoas na indústria como você, que tem visão do quanto precisamos avançar no agronegócio do leite, especialmente na pecuária leiteira, que é um elo fraquissimo na nossa cadeia produtiva, também alimentam nossas esperanças.
Para dizer não é pessimismo meu quando afirmo que o quadro da pecuária leiteira é triste e que não evoluiu praticamente nada nos últimos anos, é só ver que ao longo do tempo o Brasil se caracteriza como significativo inportador de leite e o leite é exceção no contexto de um Brasil que ocupa lugar de destaque na agropecuária mundial.
Por isso quando recebi a carta de um leitor dizendo que tinha perdido qualquer esperança no futuro de nossa pecuária leiteira, disse que se era verdade, deveria parar de produzir leite. Acho que a resposta a pergunta "devo desistir de produzir leite?" deve ser feita por cada produtor. E os que sem esperança não tem força para lutar deveriam realmente parar.
Mas os que ainda tem esperança e querem permanecer devem lutar da porteira para dentro para melhorar sua produtividade, competitividade e a qualidade de seu produto, e da porteira para fora para que o Governo e os elos mais fortes da cadeia produtiva atendam as legitimas e justas reivindicações dos produtorers para assegurar a sustentabilidade econômica-financeira da pecuária leiteira.
E o caminho que vejo para isso são associações de técnicos e produtores, trabalhando juntos da porteira para dentro e da porteira para fora.
Grande abraço
Marcello de Moura Campos Filho
BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 23/10/2010
Você sabe da admiração que tenho por você, e por isso me vejo instigado a comentar seu artigo.
Tenho certeza que sua pergunta se deve ou não desistir de produzir leite está carregada de um simbolismo que nada tem haver com a desistencia de produzir de fato.
Você é um dos mais importantes e empenhados representantes da cadeia produtiva do leite no Brasil e quando se questiona de deve parar de produzir na verdade, acredito, que sua intenção é expor os problemas políticos setoriais que nos sufoca enquanto produtores. O Brasil é um país capaz de se tornar uma referência não só na produção de leite como de outros produtos agropecuários, porém estamos diantes de uma postura política muito mais voltada ao populismo e a um projeto de poder de um grupo do que ao desenvolvimento em si.
Parabéns pela sua atuação junto à Leite São Paulo e como produtor de leite eficiente e persistente.
Sávio Santiago

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/10/2010
Prezado colega Mario, nós nos conhecemos de longa data e é este entusiasmo
pela sua e pela nossa profissão que nos deixa na profissão entusiasmado.
Caro colega Michel,obrigado pela colocação pois pensamentos positivos e objetivos que fazem o setor crescerem.
Corrigir seus proprios erros é muito dificil, CULPAR os outros é e será infinitifamente
mais facil, mais só piora a situaçao.
abraço
Marius

NOVA OLÍMPIA - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/10/2010
Eu não olho a rentabilidade por HA, mas sim a Taxa Interna de Retorno do investimento levando em conta o operacional (produção de leite) somado a evolução patrimonial (evolução do rebanho a preço de mercado).

SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 22/10/2010
Prezados Mario Sergio e Marius . Obrigado pela informação . Como uma pergunta leva a outra , faço uma pergunta que o Mario já comentou . É com relação a distorção em função de concentrado . Estou no norte pioneiro e portanto confinamento total com vacas de alta produtividade não é nossa realidade. Entretanto ,como curioso que sou já li trabalhos a respeito de formulação de dietas para os diversos sistemas . Salvo engano (por favor me corrijam se estiver errado ) a participação do concentrado na dieta é variável conforme o sistema e produtividade da vaca. Parece que a participação do concentrado varia de 30 % até 60%. Este último número é para casos de confinamento total e produtividades muito altas por animal- 9000_12000 litros lactação . Se meu raciocinio estiver correto, a distorção que o Mario já citou no seu comentário aumenta muito com o sistema confinado mesmo que ainda seja provávelmente o sistema mais eficiente .
Para finalizar . Dificilmente aqui no norte conseguiriamos uma produtividade coma a citada pelo Mario. Entretanto , a atual produtividade média , menos de 2500 l / ha é muito baixa . Pelo menos uns 25000 l/ha não é dificil .
Walter
QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS
EM 22/10/2010
Mas tenho qe fazer algumas considerações a respeito da produção de leite no Brasil. O produtor de leite é um eterno insatisfeito, seja com o governo, com a legislação, com o laticinio, com o preço...e a lista so tem a crescer.
Eu vejo a atividade da seguinte forma, sou produtor. Tenho aqui na minha fazenda as opções de produzir soja, milho, feijão (quando ha quem compre), trigo no inverno ou produzir gado de corte pra vender para os atravessadores aqui da região. Optei pelo leite. Pq? Pq o leite me da uma rentabilidade 5 veses maior que produzir milho, soja e trigo, 2,5 veses mais que produzir gado. O risco é infinitamente menor. Se houver uma seca em dezembro, fevereiro ou maio, como geralmente acontece, eu nao perco um ano de produção, perco talvez uns 5%.
Que sonho seria para os americanos conseguirem ganhar 0,20 centavos de lucro por litro como nos aqui (A media la esta em 0,02/litro). Que sonho para os Neozelandeses ter tanta terra, e plana, para produzir volumoso e, principalmente, concentrado, que precisa ser todo importado. Que sonho para os grandes paises produtores de primeiro mundo ter terras barratas como a que temos aqui.
Por isso, vamos parar de eternamente reclamar de nossos problemas e arregaçar as mangas para fazer nosso dever de casa, la na nossa fazenda. Se produzir leite ao preço que esta é dificil. Tenta plantar milho e depois vender a 9,00 a saca, como estava sendo cotado na ultima safra!
Ganhar dinheiro sem profissionalismo é dificil em qualquer area. O tempo das vacas gordas é passado, acordamos pra realidade atual e nos adaptamos a ela.
Um abraço a todos.

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 21/10/2010
O governo quer sempre um preço baixo para o povo ficar satisfeito e a inflação sob controle. Só intervem em caso de alta.
Os supermercados exigem tudo e mais um pouco da indústria. Além de tudo o leite barato é um dos preços que levam o consumidor ao estabelecimento.
A indústria realiza contatos e reuniões periódicas em que o principal assunto acaba sendo o preço aos produtores.
O produtor entrega o produto. Não tem organização nem cultura para negociar.
Os preços dos insumos são reajustados por fatores externos à cadeia do leite.
A legislação trabalhista e ambiental é cada vez mais exigente. Somos tratados como criminosos e exploradores.
Para complicar, com o real supervalorizado, ficamos sob pressão constante das importações e nos tornamos não-competitivos para exportar.
Resumindo, somos o elo mais fraco em uma cadeia de tubarões.
Quem conseguir sair da água que saia!
Aos que ficam, conformem-se em trabalhar muito para ganhar pouco!

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 21/10/2010
A produção por hectare ano é todo area usada para alimentar o rebanho inteiro ,vacas em lactação e secas e todo o rebanho jovem,
nas quatro estações do ano , descontando o concentrado e forrageiras comprado de terceiros..
Abraço
Marius

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 21/10/2010
É este entusiasmo que diferencia o produtor de Leite do "tirador de leite". O crescimento da produção brasileira é reflexo desta postura.
Abraço do xará
Mário Sérgio Zoni

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 21/10/2010
O cálculo de produção por área leva em consideração toda a área da propriedade envolvida com a produção de leite, ou seja em sistemas mistos ( rotacionado + capineira ) a área de verão mais a reserva de inverno ( soma simples ), em sistemas totalmente confinados a área de produção de verão mais a área de produção de inverno ( soma-se as duas áreas e divide-se por 2 ). A compra de forrageiras externas a propriedade em qualquer dos dois sistemas deve-ser computada considerando rendimento por área, pois caso contrário, um produtor muito ineficiente e que precise comprar alimentos para o inverno vai ter uma produção por hectare fantástica.
Há uma possível distorção nesta avaliação que é o consumo de concentrado, que em geral é comprado e acaba não sendo considerado no rendimento por hectare.
Só como referência uma Fazenda que trabalho em Carambeí, com 460 vacas em produção e produzindo 6.400.000 Litros no ano em sistema confinado, utiliza 100 Hectares de Verão e 150 de Inverno, ou seja utiliza em média 125 hectares o que dá uma produção superior a 51.000 Kilos de Leite por hectare.
Abraços
Mário Sérgio Zoni