A Equipe MilkPoint coletou depoimentos de alguns médicos veterinários atuantes na área da bovinocultura de leite para expor aos leitores os desafios atuais da profissão e a gratificação em trabalhar na área. Abaixo, confira os relatos:
Ricardo Rosique Lara
“Como médico veterinário especialista em Reprodução Animal, tenho muito orgulho em contribuir com o desenvolvimento das fazendas, buscando sempre novos conhecimentos e técnicas inovadoras para melhorar os índices reprodutivos dos rebanhos, essenciais para a continuidade da produção leiteira. Trabalhar junto à equipe da fazenda, conhecendo a realidade de cada sistema produtivo, é fundamental para obter resultados consistentes. E esta é minha maior motivação, como profissional apaixonado pela pecuária leiteira.” - Ricardo Rosique Lara, Médico Veterinário formado pela FCAV-UNESP/Jaboticabal, SP, Mestre em Reprodução Animal.
“Não me recordo com que idade decidi que seria médica veterinária. Este é um sonho de profissão que navega na mente de muitas crianças. Em cada sala de aula, já no infantil, encontram-se crianças que bradam “vou ser veterinário”! Alguns, muito persistentes, realizam. Já no início do colegial (ao menos era assim que se chamava) eu havia decido fazer a faculdade de medicina veterinária e depois mestrado e doutorado em engenharia genética! Recordo de ter lido uma matéria no Jornal Folha de São Paulo, sobre o tema, e havia na Unicamp um departamento desta área. Eram os primórdios dos estudos em genética molecular no Brasil. E, como a mente jovem não mede os limites, não me intimidei e tomei minha decisões. Em 1991 fui aprovada, também em duas outras universidades, no vestibular da Fuvest, que me dava o passaporte para cursar medicina veterinária na USP. Era imensurável a alegria que senti, além do alívio, sentimento de qualquer vestibulando quando aprovado! No final de 1996 estava finalizado o curso, que foi intenso em todos os sentidos: aprendizado e vivência. No entanto, não fiz engenharia genética depois, aliás um termo que não se perpetuou. Mas, logo após a finalização do curso, fiz mestrado, seguido do doutorado na USP, no Departamento de Reprodução Animal. Antes, passei alguns meses na TIHO, Tierärztliche Hochschule Hannover, a faculdade de veterinária de Hannover, com seu impressionante hospital (ou hospitais) e um número imenso de bovinos internados, cesarianas, fetotomias, ruminotomias, deslocamentos de abomaso, etc. Em 2002, após ter finalizado o doutorado, houve uma seleção para jovens talentos agroindústrias no Paraná. Larguei a carreira acadêmica e me debrucei no desenvolvimento tecnológico rural no Estado do Paraná. Enfrentei diversos desafios, ainda encaro alguns que deveriam ser impensáveis, como o machismo que ainda impera no meio rural. Mesmo a medicina veterinária hoje contar com um volume muito maior de mulheres nos bancos acadêmicos, isto ainda é uma triste realidade! Mas, as barreiras existem para que sejam superadas. Assim, na contramão de muitas opiniões, e com apoio de vários outros profissionais e, também, instituições, pude atuar em uma nova área: a certificação na agropecuária. Hoje, sendo sócia de uma empresa de consultoria, a Ceres Qualidade, tenho realizado trabalhos muito além das fronteiras do Paraná, do Norte ao Sul do Brasil. Focando o tema da qualidade, posso atuar desde o produtor com 50 litros de leite ao dia - este que muito precisa do meu conhecimento, até laticínios inteiros que processam volumes que ultrapassam muitos dígitos, e que também precisam manter e evidenciar a qualidade de seus produtos. A medicina veterinária, e o campo que estou atuando, permite que eu tenha uma visão mais abrangente da sociedade, respeitando as diferenças culturais e sociais, tão visíveis na agropecuária. A cada dia de trabalho, ou novo contrato que me leva a centenas de quilômetros de casa, tenho a certeza que muito ainda precisa ser realizado.” - Roberta Züge, Membro do CCAS, Consultora técnica em fazendas e industrias de alimentos com foco no atendimento a requisitos legais e normas de qualidade.
Marlizi Marineli Moruzzi
“Desde minha graduação como Médica Veterinária, sempre atuei na pecuária leiteira. Minha experiência a campo, como consultora técnica em Qualidade do Leite, permitiu conhecer a rotina diária desta atividade tão nobre, que demanda dedicação total dos produtores e equipes envolvidas. Atuando como analista de mercado lácteo, e agora editora de revista especializada na área, é possível acompanhar todos os elos da cadeia láctea, contribuindo para o desenvolvimento do setor ao levar informações essenciais para a profissionalização da atividade. A pecuária leiteira desempenha um importante papel sócio-econômico, produzindo um alimento tão rico e gerando inúmeros empregos, do campo à cidade. Aproveito a oportunidade para parabenizar todos os profissionais que dedicam seus dias a desenvolver esta nobre atividade.” - Marlizi Marineli Moruzzi, Médica Veterinária formada pela FCAV-UNESP/Jaboticabal, SP, Editora da Revista Leite Integral.
Marco Antônio Pádua Carvalho
“Meu nome é Marco Antônio Pádua Carvalho, sou médico veterinário formado pela UFMG em 1995. Eu entrei na veterinária por influencia do meu avô que era produtor de leite, então, a paixão pelas vacas leiterias vem desde criança, eu adorava quando chegava os finais de semana e principalmente as férias escolares para ir ajudar meu avô na fazenda, então na realidade a veterinária já fazia parte de mim antes mesmo de eu cursar a faculdade. Eu terminei a faculdade em 1995 quando comecei a trabalhar profissionalmente com as vacas leiteiras, inicialmente como médico veterinário de reprodução e medicina de produção mas, como eu ainda achava que precisava conhecer mais de vaca de leite, fiz várias especializações ao longo da minha carreira: nutrição, qualidade de leite, projetos de instalações, conforto animal, genética, no Brasil e fora do Brasil, e pude trabalhar em todas estas áreas, nas quais fui me especializado cada vez mais. Com o conhecimento técnico adquirido notei que era necessário conhecer mais ainda para poder ajudar os produtores de leite a se tornarem empresários da pecuária e neste intuito ingressei na área de gestão, também me especializando em gestão empresarial, finanças e gestão de negócios e é o que faço hoje, sou consultor em gestão de negócios em pecuária de leite e trabalho com grandes projetos espalhados por todo o Brasil, e o que é mais importante é que a paixão pelas vacas leiteiras aumenta a cada dia. Em duas décadas de trabalho pude perceber que o nível de conhecimento técnico foi ficando cada vez mais especializado, porém, a cada ano que passa menos profissionais estão preparados para este nível necessário, existem várias escolas formando excelentes profissionais mas a demanda é maior do que o número de profissionais existentes, isto é bom pois exige ainda mais dos que já estão na área, porém, o tempo é curto para tanto trabalho a ser feito. A veterinária me possibilitou fazer exatamente tudo aquilo que eu sonhei, foi a base para todo know how que adquiri e que agora posso aplicar trabalhando em projetos fantásticos. É apaixonante ver a pecuária leiteira do Brasil se transformando e se profissionalizando e eu poder fazer parte disto como um médico veterinário”. - Marco Antônio Pádua Carvalho, Médico Veterinário formado pela UFMG, consultor em gestão de negócios em pecuária de leite com grandes projetos espalhados por todo o Brasil.
Maria Beatriz Tassinari Ortolani
"Apesar de ser médica veterinária com mestrado em qualidade do leite, trabalho hoje na área de gestão. Muitos profissionais iguais a mim que tiveram oportunidades em suas carreiras, acabaram saindo um pouco da área técnica. Não me arrependo das decisões que tomei e entendo que ser veterinária em uma posição estratégica dentro de uma empresa de agronegócio pode ser um diferencial, pois é muito mais fácil aprender sobre administração, planejamento e etc do que ensinar toda a parte técnica para um administrador. Os contatos que trazemos do campo são extremamente importantes, assim como o conhecimento da realidade do produtor. Temos muito pouco da área gerencial na faculdade e muito do que aprendemos é na rotina do trabalho. Mas para quem quer ocupar posições gerenciais, como experiência própria, digo que vale a pena investir em uma pós-graduação na área de negócios. Independente das atividades que faço hoje, sinto muito orgulho de ser veterinária!” - Maria Beatriz Tassinari Ortolani, Médica Veterinária formada pela UEL, Mestre em Qualidade do Leite pela UFV, Pós-graduanda no MBA em Gestão Empresarial da FIA-USP e Gerente de Educação Continuada e de Novos Negócios da AgriPoint.
Daniel Brum de Cerqueira Leite Ribeiro
"De uma família de Médicos Veterinários, e tendo leite até como sobrenome, eu não tenho muita chance de me dedicar a outra atividade, não é mesmo? Ser Veterinário é uma honra e principalmente quando você se dá conta do quanto a profissão contribui para a sociedade, não só na parte médica, ícone de quem tem esta formação, mas também na produção animal, na segurança alimentar, na saúde pública, na economia, na gestão de empresas e outras tantas áreas que muito ganham com o conhecimento técnico do ofício. Parabéns aos Médicos Veterinários pelo nosso dia! Em especial para aqueles que se dedicam, de uma forma ou de outra, a atividade leiteira, um dos alicerces do agronegócio brasileiro". - Daniel Brum de Cerqueira Leite Ribeiro, Médico Veterinário, Mestre em Agronegócios - UFRGS, Pós-graduando MBA Gestão Empresarial -FGV e Coordenador do MilkPoint Indústria.
A AgriPoint parabeniza todos os médicos veterinários!
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