O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Minas Gerais segue com tendência de pequena alta. A previsão para 2021, com base nos dados até julho, é de VBP de R$ 111,5 bilhões, valor 0,2% maior que o registrado em 2020.
Dentre os produtos, a soja é o destaque positivo, com alta de 25,5% no faturamento bruto. Já o café, que até o ano passado tinha o maior VBP, apresentou queda de 21,3%, resultado de uma safra menor em função da bienalidade negativa e do clima desfavorável. Na pecuária, os destaques positivos são o leite e a produção de frango.
Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em Minas Gerais, o VBP das lavouras foi projetado em R$ 70,3 bilhões, variação negativa de 0,7%. A queda é resultado das perdas registradas, principalmente, no café, que além de estar em um ano de safra baixa ainda enfrenta perdas provocadas pela seca e também pelas geadas.
No caso do café, a tendência é de recuo no VBP. A estimativa aponta para uma redução de 21,3% no faturamento, que pode alcançar R$ 19 bilhões, ante os R$ 24,2 bilhões registrados em 2020. De acordo com a assessora técnica da Seapa Amanda Bianchi, a queda reflete a menor produção esperada para o ano, que foi agravada pelo clima desfavorável. “Atribuímos a queda à menor produção de café, principalmente pela bienalidade negativa. Segundo a Conab, a produção de café, em Minas, será de 23,3 milhões de sacas, 35,6% menor que na safra passada. Também foram registradas geadas e seca, o que contribuiu para o resultado negativo”, explica.
Fonte da foto: Diário do Comércio
Na agricultura, dentre os produtos com resultados positivos, destaque para a soja, que superou o VBP do café e deve atingir um faturamento de R$ 19,8 bilhões, alta de 25,5%. Os preços valorizados e a demanda firme estimularam o plantio em Minas Gerais. A safra de soja chegou a um volume recorde de 7 milhões de toneladas, 13,8% superior à safra anterior.
Outro destaque é o milho. Com preços e demanda também elevados, o faturamento bruto da cultura está estimado em R$ 11,3 bilhões, incremento de 28,7% frente a 2020. Na safra 2020/21, Minas Gerais deve colher um volume total de milho de 6,35 milhões de toneladas, um recuo de 15,5% frente ao ano passado, quando a safra totalizou 7,5 milhões de toneladas. Somente na segunda safra do cereal é esperada uma queda de 54,3%. “A seca e a geada afetaram a produção de milho na segunda safra. Apesar da tendência de colhermos um volume menor, a demanda está alta, o que sustenta os preços e contribui para um VBP positivo”, destaca a assessora técnica.
O VBP da cana-de-açúcar deve crescer 0,9% e chegar a um faturamento de R$ 9,6 bilhões. A produção de batata-inglesa segue com tendência de queda, -26,1%, no faturamento bruto (R$ 2,4 bilhões).
Recuo também é esperado para o feijão. O VBP do grão foi estimado em R$ 2,6 bilhões, variação negativa de 13,8%. Para a laranja, o VBP de 2021 ficou estimado em R$ 678 milhões, queda de 6%. “Este ano, tivemos problemas com o clima, que afetou diversas produções”, diz Amanda.
Pecuária
Ao contrário da agricultura, a pecuária de Minas Gerais apresenta uma tendência de alta para 2021.
Conforme os dados da Seapa, o faturamento das atividades deve alcançar R$ 41,2 bilhões, crescimento de 1,7% frente a 2020. Os destaques positivos são o leite e a produção de frangos.
No caso do leite, o VBP foi estimado em R$ 14 bilhões, aumento de 8,2% frente ao valor registrado em 2020. Para a produção de frangos, o faturamento bruto, R$ 7,7 bilhões, deve ficar 7,6% superior. As demais produções apresentam tendência de queda.
No caso dos bovinos, a previsão é de um VBP de R$ 14,4 bilhões, baixa de 3,5%. Já em suínos, a redução deve ser de 7%, com o faturamento bruto estimado em R$ 3,4 bilhões. A produção de ovos foi avaliada em R$ 1,5 bilhão, queda de 8%
As informações são do Diário do Comércio, adaptadas pela equipe MilkPoint.