O Dr. Marcos Veiga, especialista em controle de mastite, qualidade do leite e nutrição de vacas leiteiras, concedeu entrevista ao MilkPoint para esclarecer as principais dúvidas em relação às Boas Práticas Agropecuárias na Produção do Leite.
Marcos é defensor da adoção de boas práticas, e acredita ser essa uma tendência, uma vez que consumidores têm cada vez mais buscado alimentos de qualidade e que não tragam risco à saúde.
MilkPoint: O que são as Boas Práticas Agropecuárias na Produção do Leite?
Marcos Veiga: As boas práticas agropecuárias (BPA) são um conjunto de atividades desenvolvidas dentro da fazenda leiteira com objetivo de garantir a saúde, o bem estar e a segurança dos animais, do homem e do ambiente. Esse conjunto de recomendações são gerais, e podem ser aplicadas em qualquer sistema de produção de leite e tem reconhecimento internacional da FAO e da IDF.
MilkPoint: Qual a importância da adoção das mesmas? Seria essa uma tendência?
Marcos Veiga: A importância básica é a busca de garantia de qualidade e segurança do leite produzido. Atualmente, os consumidores têm cada vez mais buscado alimentos de qualidade e que não tragam risco à saúde. Para atender esta demanda, as empresas captadoras de leite têm incentivado a aplicação das BPA nas fazendas leiteiras para garantir matéria prima de qualidade e com segurança.
MilkPoint: Quais as principais áreas de atuação das BPAs?
Marcos Veiga: Fazendas que aplicam as BPA têm basicamente 5 áreas de atuação: meio ambiente, saúde animal, controle de mastite e higiene da ordenha, bem-estar animal e alimentação. Dentro de cada uma destas áreas temos diferentes medidas de manejo que podem ser aplicadas visando à garantia da qualidade.
MilkPoint: Em relação ao meio ambiente, em que o curso irá focar?
Marcos Veiga: Em relação ao meio ambiente, as principais preocupações são as de evitar que os sistemas de produção de leite possam trazer impactos negativos, gerar resíduos poluentes. As práticas de produção de leite devem ser orientadas para manter uma imagem positiva do setor em relação à sustentabilidade ambiental. Além disso, as BPA relacionadas ao meio ambiente têm como foco o respeito à legislação ambiental de cada país, sendo que o Brasil possui uma legislação ambiental bastante rígida.
MilkPoint: Quais as vantagens em adotar essas práticas para os consumidores e para o produtor?
Marcos Veiga: As potenciais vantagens para os produtores que implantam esses programas são o aumento da competitividade, o oferecimento de produtos diferenciados e a maior garantia de permanência dos mercados. Para os consumidores, a principal vantagem é a garantia de alimentos seguros e de alta qualidade.
MilkPoint: O que são as listas de verificação? E como as mesmas auxiliam na produção do leite?
Marcos Veiga: As listas de verificação são ferramentas de controle para identificar os pontos nos quais as fazendas leiteiras podem fazer melhorias em relação às recomendações de BPA. Trata-se de uma lista de pontos nos quais são verificados se as BPA são aplicadas dentro dos sistemas produtivos. Essas listas podem auxiliar o produtor e técnico para garantir que as medidas recomendadas são aplicadas de forma integral e eficiente.
Começa no dia 15 de julho, o Curso de Boas Práticas Agropecuárias na Produção do Leite. Nos 5 módulos desse curso você irá: compreender a importância de boas práticas agropecuárias na produção de leite; elaborar um programa de saúde de rebanho e controle de mastite; aprender como manejar o processo de ordenha, desde prevenção de lesões no teto à armazenagem do leite e limpeza de equipamentos; entender os princípios de bem-estar animal e sua relação com a produção; e utilizar as listas de verificação e monitoramento de boas práticas em uma fazenda.
Conheça a programação completa e faça sua inscrição!
Marcos Veiga fala sobre Boas Práticas Agropecuárias na Produção do Leite
O Dr. Marcos Veiga, especialista em controle de mastite, qualidade do leite e nutrição de vacas leiteiras, concedeu entrevista ao MilkPoint para esclarecer as principais dúvidas em relação às Boas Práticas Agropecuárias na Produção do Leite. Marcos é defensor da adoção de boas práticas, e acredita ser essa uma tendência, uma vez que consumidores têm cada vez mais buscado alimentos de qualidade e que não tragam risco à saúde.
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FERNANDO
ALTÔNIA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/06/2010
Dr. Marcos o animal urinar e fazer fezes durante a ordenhação tem alguma relação com stress, em quantos por cento o stress interfere na produção.
<b>Resposta do autor:</b>
Prezado Luiz Fernando Duma,
O comportamento do animal durante a ordenha pode ser sim um indicativo de estresse, principalmente quando o animal tem um comportamento mais agressivo (movimentação constante, chutar o conjunto de teteiras, vocalização, defecação e micção).
Eu não tenho informação precisa sobre um determinado número de episódios de defecação/micção que podem ser considerados indicativos de estresse. Sem dúvida que esse comportamento tem reflexo indireto sobre a produção de leite, pois pode reduzir a descida do leite (e menos leite ser ordenhado) e reduzir o consumo de alimentos.
Atenciosamente, Marcos Veiga
<b>Resposta do autor:</b>
Prezado Luiz Fernando Duma,
O comportamento do animal durante a ordenha pode ser sim um indicativo de estresse, principalmente quando o animal tem um comportamento mais agressivo (movimentação constante, chutar o conjunto de teteiras, vocalização, defecação e micção).
Eu não tenho informação precisa sobre um determinado número de episódios de defecação/micção que podem ser considerados indicativos de estresse. Sem dúvida que esse comportamento tem reflexo indireto sobre a produção de leite, pois pode reduzir a descida do leite (e menos leite ser ordenhado) e reduzir o consumo de alimentos.
Atenciosamente, Marcos Veiga

PAULO BRAGA
BAURU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/06/2010
Dr. Marcos Veiga
Quando diz em controle de mastite é somente aplicar vacina contra a mastite ou existe outras prevenções, o Sr. poderia citar?
Grato
Paulo
<b>Resposta do autor:</b>
Prezado Paulo Braga,
A vacinação é apenas uma ferramenta auxiliar do controle de mastite e não deve ser usado como única medida de controle. Entre as principais medidas que devem constar de um programa de controle temos:
1) Adequado manejo de ordenha;
2) Manutenção e bom funcionamento do equipamento de ordenha
3) Tratamento de todos os casos clínicos de mastite
4) Tratamento de vaca seca
5) Descarte ou segregação de vacas com mastite crônica
Atenciosamente, Marcos Veiga
Quando diz em controle de mastite é somente aplicar vacina contra a mastite ou existe outras prevenções, o Sr. poderia citar?
Grato
Paulo
<b>Resposta do autor:</b>
Prezado Paulo Braga,
A vacinação é apenas uma ferramenta auxiliar do controle de mastite e não deve ser usado como única medida de controle. Entre as principais medidas que devem constar de um programa de controle temos:
1) Adequado manejo de ordenha;
2) Manutenção e bom funcionamento do equipamento de ordenha
3) Tratamento de todos os casos clínicos de mastite
4) Tratamento de vaca seca
5) Descarte ou segregação de vacas com mastite crônica
Atenciosamente, Marcos Veiga