Marco Antonio Parreiras de Carvalho, Médico e Produtor de leite

Marco Antonio Parreiras de Carvalho, 58 anos, casado. Formado em Medicina em 1975, doutor em Medicina em 1998. Professor Adjunto, Doutor da Faculdade de Medicina da UFMG. Pecuarista de leite desde 1994.

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Figura 1

Marco Antonio Parreiras de Carvalho

Marco Antonio Parreiras de Carvalho, 58 anos, casado. Formado em Medicina em 1975, doutor em Medicina em 1998. Professor Adjunto, Doutor da Faculdade de Medicina da UFMG. Pecuarista de leite desde 1994.


MKP: Como é a sua propriedade leiteira?

Como não fiz curso especializado universitário, vou fazer um breve relato de como cheguei ao extraordinário padrão de manejo e de qualidade do gado, tudo com muita luta e com salário de professor universitário.

Fui criado dos 6 aos 17 anos em pequena propriedade rural, de meu pai, onde tirávamos 100 l/dia, no período chuvoso, e 60 - 80 litros na seca. Com 12 anos tirava o leite da tarde, prazerosamente. Aos 17 anos voltei a Belo Horizonte para fazer medicina, com o sentimento que um dia voltaria para a roça.

Consegui comprar, há 20 anos, 18 hectares de terra bruta em Belo Vale-MG e fui me preparar para "tirar leite". Fiquei sabendo da existência da EMBRAPA em Coronel Pacheco, onde passei um dia (em 1994), comprei muita literatura. Antes de começar a tirar leite, plantei 6 hectares de cana, 0,8 hectares de capim elefante e fui, aos poucos, plantando braquiarão na propriedade. No primeiro ano só tive dinheiro para 20 Kg de semente. Nos anos seguintes colhia as sementes, plantava milho e semeava braquiarão na capina do milho. Ao final de 3-4 anos tudo estava quase pronto. Nesta época tirava cerca de 180 litros de leite com 15-16 vacas. Em 1996 comecei a inseminar, fazia os acasalamentos de acordo com o que ia aprendendo com a literatura e visitas a fazendas de alta produção. Visitei muitas propriedades, no sul de Minas e outras regiões. Assino a Balde Branco há cerca de 10 anos, tenho pequena biblioteca veterinária. O fato de ser médico facilitou muito, muito. Fiz amizades com professores da veterinária da UFMG, para onde levava alguma vaca e bezerra doente quando, eventualmente, necessário. Passei a fazer diagnósticos difíceis com o meu e o gado de vizinhos, como deslocamento de abomaso, para a esquerda e para a direita (!), poliencefalomalácia (tese de mestrado do prof. Lobão) e assim por diante.

Fiquei 12 anos para decidir que raça gostaria de padronizar, porque amo todas as vacas e raças até que, finalmente, decidi pelo Jersey (estou em fase de associação), algumas holandesas na outra ponta e o jersolando. As holandesas, na primeira cria já produzem 8.000 Kg/leite, as Jersey acima de 5.000 kg na 1ª. lactação e as jersolando acima de 5.500Kg.

O regime adotado de manejo é de semi-confinamento, com piquetes especiais para novilhas. Bebem a mesma água que bebo na minha casa, passam o dia à sombra, têm muita dificuldade de adaptação em outra propriedade quando são vendidas (é o maior problema hoje), só querem ficar perto de todos nós que trabalhamos na propriedade. Trabalho lá de 5ª feira à tarde a 2ª pela manhã, junto com minha mulher. Tenho dois empregados, um deles foi o 1º emprego e o outro o 2º emprego! Recebem com dignidade pelo trabalho que fazem, além de amizade e respeito.

As bezerras são criadas até os 70 dias em piquetes de amendoim forrageiro, de tifton 85 dos 70 dias aos 120-130 dias e, depois, piquetes maiores de braquiarão com tifton ou andropogon. Nas águas, aos 10-12 meses vão para piquetes de mombaça ou de braquiarão. Foram adquiridos nos últimos 10 anos, aos poucos, mais 18 hectares de terra.

O trato no cocho para as vacas em lactação é verde picado nas águas (média de 5 vezes/dia) e, na seca, cana x uréia x sulfato de amônia 2 vezes ao dia (no mínimo). De acordo com a lactação, os demais tratos são assim divididos: até 4 tratos intermediários de silagem de milho. Quanto menor a produção naquele momento, os tratos intermediários de silagem são trocados por cana x uréia. Faço assim há 10 anos e quando chegam amigos procurando vacas para comprar imaginam que, como usam só silagem de milho, a produção irá aumentar. Aviso antes que tal fato não acontecerá.

Claro está que manejo + genética (uso os melhores touros das várias centrais) é muitíssimo importante. Mas a nossa grande diferença de tudo que conheço em pecuária de leite é o amor às vacas! Não gosto e não permito que novilhas, na primeira lactação, alcancem picos superiores a 35 Kg/dia, para não estragar o úbere. Não sou escravo do dinheiro.

Meu litro de leite na seca custou R$ 0,59 e, nas águas, em torno de R$ 0,50.

MKP: Breve descrição da atuação profissional.

Como médico, continuo professor de graduação e pós-graduação da UFMG. Continuo como pecuarista de leite e, importante recria de fêmeas. Esta recria se associa à lucratividade do Sítio Felicidade. Tenho, em média, 12 a 15 fêmeas em lactação, intervalo de partos de 12 - 13 meses. Por outro lado tenho, em média, 30 fêmeas sendo recriadas, geralmente a metade delas inseminadas, algumas com semem sexado.

MKP: Quais são as principais dificuldades que você vê na atividade?

Em primeiro lugar, a falta de compromisso da prefeitura em cascalhar, adequadamente, as estradas no período chuvoso. Aí reduzo a produção de leite em 40% entre novembro/dezembro a fevereiro/março.

Horário inadequado da coleta de leite pela Itambé. Às vezes, o caminhão chega durante a noite/madrugada porque a recepção de Sete Lagoas está ruim ou porque o caminhão estragou.

Evidentemente, nem sempre o preço pago ao produtor é suficiente, chegando, às vezes, a receber pouco menos do custo. Compenso com a recria de fêmeas de alta genética e rusticidade.

O problema da maioria dos pecuaristas também seriam os funcionários. Numa região como a minha, que não se constitui em bacia leiteira significativa, as pessoas não sabem o que é pecuária de leite. Resolvo porque os funcionários são os mesmos e estão sempre motivados!

Dependo de terceiros, particulares, para a ensilagem de milho, além de São Pedro. O PRONAF não funciona por vários motivos. Quem comanda e quem trabalha são humanos como se vê hoje na Internet e nos jornais. Uso o "climatempo" para plantar e para colher.

MKP: O que está melhorando no setor?

Nos últimos anos percebe-se que a comunicação está melhorando de forma geométrica. A Itambé fornece, por exemplo, a revista Balde Branco. Percebi que meus vizinhos não liam ou não compreendiam o que liam. Passei a conversar com eles. Como eu já assinava, meu empregado (Joel) disse para continuar assinando, a que a Itambé envia é dele! Tenho que ler a revista o mais rápido possível, porque o Joel me questiona os artigos!

Percebe-se, nitidamente, que a indústria, lentamente, procura maior aproximação com o pecuarista, no meu caso a Itambé, que respeito e prezo muito. Ainda não sabem bem como acelerar esta aproximação.

Órgãos como CNA, Senar e outros, estão trabalhando mais e melhor. A senadora Kátia Abreu é uma dádiva para nós.

A minha descoberta do MilkPoint também foi um achado, já fiz dois cursos muito bons, além das leituras variadas.

A EMBRAPA é um belíssimo órgão de sustentabilidade, de pesquisa, etc, na pecuária.

MKP: O que acha que falta no setor?

Para mim, pessoalmente, estrada bem transitável no período chuvoso. Penso que o governo do estado não sabe disto e está na hora dos órgãos formadores e divulgadores de opinião trabalharem nisto. Jamais vi algo nesse sentido.

Muito, muito importante a educação do produtor rural. Não é fácil, demanda tempo, mas pode e deve ser feito. Ao pequeno produtor, mostrar que sua vida não resolverá se mudar da Itambé para a "Associação" porque esta última não paga e/ou não pune por leite de má qualidade. Mas muitos estão tentando melhorar. Ao grande produtor e, isto é mais grave, educar no sentido de que mesmo que ele ganhe menos ao tratar as mastites, isto deve ocorrer. Parece-me que o ganho com a contagem boa de células somáticas é menor do que deixar estas células somáticas altas. É cruel para quem consome o leite.

Nós produtores teremos que nos capacitar para reduzir custos e trabalhar com a tonelada de leite em pó a US$ 3.000 - US$ 3.500. Não dá para ter alta produtividade e altos custos. A saída é melhorar a pastagem em regime de semi-confinamento e a utilização da cana de açúcar de forma estratégica. Tenho utilizado também subprodutos como fubá e polpa cítrica na recria de novilhas com ótimos resultados.

Fico horrorizado com os desmatamentos pequenos, que somados, ficam imensos, nas propriedades pequenas e médias. Mata ciliar, então, nem existe. Fora lixos que jogam nas nascentes e cursos d'agua!

Porque não ter os medicamentos genéricos? Para nós humanos, são fabricados por Medley, Sandoz, Novartis, etc. Laboratórios de referência mundial. Porque não medicamentos populares, como na medicina, onde temos antidiabéticos, anti-hipertensivos, anti-reumáticos e muitos outros? Poderíamos ter, na Medicina Veterinária, vacinas a preços populares. Imagine IBR/BVD/leptospirose a preços populares? Porque não antiparasitários, carrapaticidades, alguns antibióticos, etc? Como controlar isto? Através do cartão do IMA! Acho que há espaço até para medicamentos manipulados, fiz um comentário recente no "Giro lácteo" sobre este assunto.

MKP: Quais personalidades e empresas admira no setor?

Aqui, citar nomes torna-se difícil. Há muita gente boa tentando ajudar, crescer, etc.
Mas, vamos lá:

Hospital Universitário da UFMG - Prof. Último de Carvalho e Prof. Lobão;
Senadora Kátia Abreu;
Marcelo Pereira de Carvalho
MilkPoint
EMBRAPA
Revista Balde Branco
ITAMBÉ - Aqui, citaria um nome importantíssimo: Leonardo Braga, funcionário que atua na captação de leite na região de Moeda, Belo Vale, Itaguara. É difícil alguém com tanto amor ao trabalho, sempre disponível para ajudar ao produtor em várias áreas da produção de leite e não só na captação.

MKP: Dica de sucesso ou frase preferida

O sucesso definitivo só é alcançado com amor e comprometimento. É meu lema de vida. Só faço o que amo e gosto muito.

MKP: Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais, e como o MilkPoint lhe auxilia no dia-a-dia?

Não perco o Editorial, é sensacional. As dicas de sucesso são imperdíveis e muito educativas. Gosto das entrevistas, do Giro lácteo, etc.
Recentemente, fiz dois cursos.
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ROBERTO PEDALINO
ROBERTO PEDALINO

LONDRINA - PARANÁ

EM 21/12/2015

COM CRIADORES COMO O SR É QUE O NOSSO PAIS IRA CAMINHAR COM TODA A FORÇA QUE MERECE PORQUE SO CRESCEMOS SE NOS ADAPTARMOS

AS NOVAS TECNOLOGIAS DO SECULO 21, E ESSE INCENTIVO TERIA QUE PARTIR DO GOVERNO PARA QUE NO NORDESTE OS CRIADORES TIVESSEM ESSE MESMO

CONCEITO E NÃO FICASSEM A MERCE DE UM CARRO PIPA

ATENCIOSAMENTE

ROBERTO PEDALINO

MEDICO VETERINARIO
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 29/09/2010

Prezado amigo Marco Antonio,

Tendo em vista sua atividade como médico, professor e produtor de leite e de se compreender que a administração do seu tempo deva ser complicada.

Eu decidi tocar prá frente um antigo projeto de produzir leite e conversando com alguns amigos do milkpoint minha decisão foi pelo gado Jersey. Gostaria de ouvir do amigo como se comportam as vacas Jersey em termos de produção, manejo em semiconfinamento, persistência de lactação, e outras informações as quais julgue importantes conhecer.

Especificamente do que se compõem a dieta fornecida ao seu plantel?

Um grande abraço
Ramon Benicio
Ramon Benicio Lima da Silva
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 17/03/2010

Prezado Marco Antonio.

Excelente sua contribuição para a pecuária de leite. Sente-se o seu entusiasmo pela atividade. Sou engenheiro com mais de 30 de formado em duas graduações, mecânica pela UFF e de produção pela UFRJ, e estudo a produção de leite como um hobby a mais de 15 anos, tenho grande vontade de entrar na atividade e estou cada vez mais propenso a iniciar uma criação e lendo seu comentário aumenta minha disposição.

Gostaria de perguntar quantos litros são necessários, com uma estrutura similar a sua, para atingir o ponto de equilibrio, ou seja todos os custos fixos e váriaveis estão pagos. Qual sua opinião sobre o gado girolando?

Um grande abraço.
Ramon Benicio
Marco Antonio Parreiras de Carvalho
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 01/03/2010

Caro Carlos Oliveira,
Minha experiência com alfafa é pequena, se resume à sua utilização, na forma de feno para bezerras, no período da seca. Atualmente estou fazendo meu próprio feno, mas de tifton 85.
Há alguns anos utilizei também feno de alfafa para vacas em lactação em torneios leiteiros de minha região. Mas para não estressar as minhas vacas abdiquei destes torneios.
De toda forma minha experiência foi muito boa, não só relacionado às qualidades dietéticas da alfafa mas também por sua excelente palatabilidade.
Atenciosamente,
Marco Antonio P. Carvalho
CARLOS OLIVEIRA - TRADEAGRO
CARLOS OLIVEIRA - TRADEAGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 24/02/2010

Prezado Marco Antonio Parreiras de Carvalho,

Notando seu esforço na atividade leiteira, busco suas observações sobre a validade do emprego da alfafa na composição habitual para a nutrição do gado leiteiro.
Nosso estudo junto a produtores de leite nos mercados dos estados de São Paulo, Minas e Paraná demonstrou a falta de conhecimento dos beneficios da aplicação diaria da alfafa na dieta do gado leiteiro.
Apreciaria eu ter seus comentarios a respeito, pois desenvolvemos na Patagonia Argentina junto com associados espanhois, maiores produtores europeus de alfafa, uma grande cultura de alfafa destinada ao mercado brasileiro.
Agradeço sua atenção.

Atenciosamente
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 19/01/2010

Prezado Marco Antônio Parreira de Carvalho, grato por reportar minhas colocações. Quando e com a intuição, que ainda iremos falar pessoalmente, tenho uma pauta enorme para colocar, dentre esta, minha passagem pela inseminação artificial, lá por voltas de 1995, inclusive, com treinamento/pagamento de cursos para 2(dois) dos colaboradores, em centro de treinamento especializado. As questões e dúvidas, quanto a análises do leite, em razão de possíveis amostras maquiadas, que, salvo melhor juizo, possívelmente, podem chegar aos laboratórios, que são assuntos, mais próprios de se comentar pessoalmente. Até breve e um forte abraço.
Marco Antonio Parreiras de Carvalho
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 13/01/2010

Prezado Vicente Rômulo Carvalho,
Realmente nosso retorno à atividade leiteira foi muito parecido, a herança dos pais e avós, o sair para completar os estudos e o retorno feliz... Concordo com você que uma atividade aparentemente simples (para muitos), como a nossa, demanda envolvimento emocional e tempo, estudos, visitas a fazendas mais desenvolvidas, muito leitura especializada etc. Creio que a inseminação artificial, não sei se você faz, constitue-se numa alavanca poderosa. Com a inseminação você poderá ter uma bateria variada de touros que além de reduzir a co-sanguinidade do rebanho, você poderá corrigir alguns pequenos defeitos em cada vaca a ser inseminada e terá, por conseguinte, crias melhoradas a cada parto.
Gosto muito, como você, do jersey e do holandês, o jersey é rústico, melhora os sólidos totais do tanque e tem ótimo desempenho reprodutivo e produtivo. Há que se ter vacas jersey excelentes para isto. O holandês melhora sobretudo o volume do leite e, hoje em dia, a como se comprar semem holandês com bom percentual de gordura e proteína em sua progênie. Particularmente vejo, como problema, nas vacas holandesas de alta lactação, a redução na fertilidade e, assim, redução na vida reprodutiva. As minhas jersolando estou inseminando seguidamente com o jersey, creio que talvez seja um bom caminho, já que as vacas holandezas iniciais eram de alta lactação e de boa persistência. Registrei recentemente minhas pequenas na Associação do Jersey.

Quanto ao nosso Real, forte em relação ao dólar, a redução de custos poderá ser um caminho intermediário a ser seguido. Uso cana com uréia de "forma estratégica" acrescido de boas pastagens. A silagem de milho é um complemento para as minhas vacas de mais alta produção no período seco do ano. Vejo fazendas onde se usam silagem de milho à vontade para todo o gado, 365 dias por ano. Respeito, cada propriedade tem suas particularidades, mas as vacas secas e as novilhas inseminadas, por exemplo, poderiam ter como opção cana x uréia na seca e boa pastagem nas águas acrescidos de concentrado com adequado conteúdo de energia e proteína.

Finalizando, gostaria de agradecer seus comentários e acreditar que poderíamos sim nos encontrar nas voltas que a vida dá.

Um forte abraço,
Marco Antonio
Marco Antonio Parreiras de Carvalho
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 13/01/2010

Caro Antônio Carlos Fachin,
Realmente o exercício da pecuária de leite é um aprendizado contínuo em nossas vidas.

Quanto a sua alta mortalidade de bezerras as causas podem ser muitas, por problemas respiratórios (sobretudo nas chuvas e alta umidade), por problemas nutricionais (excesso de leite ou concentrado), nestes casos teriam diarréia; sintomas semelhantes, como a diarréia ocorrem nas infecções intestinais, acompanhados por febre, desidratação etc. Enfim, são várias e, às vezes múltiplas, as causas de morte entre as bezerras.

Creio que o melhor a fazer, no seu caso, foi assim que aprendí muito, é receber a visita de um ótimo médico veterinário que irá fazer o diagnóstico da situação. Certamente as suas perdas reduzirão a próximo de zero.

Abraços,
Marco Antonio
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 08/01/2010

Ilustre Dr. Marco Antônio Parreira de Carvalho, em razão da correria de final de ano, embora sou um assiduo leitor dos artigos do MILKPOINT, lamentavelmente, apenas hoje tive o prazer de ler a sua brilhosa participação no espaço "Nossa Comunidade".

E suas colocações mexeram muito comigo, de vez que meu ingresso na atividade leiteira e/ou retorno as origens, tem vários pontos em comum com o seu, notadamente quanto a infância na roça, depois ir para um grande centro estudar/ganhar a vida e ao buscar o ingresso na atividade, fazer com os critérios que o fez.
Pois, eu passei por aquela vidinha na fazenda de meu avô. Depois fui para Brasília, onde fiz curso superior, e trabalhei por quase 3 décadas, retornando para Minas.
Ao buscar iniciar na atividade, o primeiro animal que comprei foi um bezerro de 4 meses de idade, numa disputa com dezenas de grandes pecuaristas, em um leilão realizado pela EMBRAPA, gado de leite, que ficava em Brasilia, realizado em novembro de 1990. Eu frenquentei muito as instalações da EMBRAPA, onde fui muitas vezes, principalmente assistir ordenhas/palestras. Naquela época, a EMBRAPA tinha umas vacas holandesas importadas do Canadá, inseminadas com os melhores semens de touros americanos, vacas com média de 45 litros. Este bezerro, que chegou a pesar 28 arrobas quando ficou touro de 6 anos para mais, deixou filhas excelentes, sem contar os tourinhos que arrumei para a vizinhança. Eu não podia entrar em uma livraria, porque comprava tudo, notadamente sobre cruzamento de raças, alimentação de bovinos, construções rurais, dentre outros.

Eu coloquei um boi jersey em vacas holandesas e, tenho algumas jersolandas. São vacas pequenas, resistentes e de muita fertilidade, sem qualquer problema de casco.

Há outros pontos em comum, mas o espaço é pequeno para decliná-los, quem sabe, a roda da vida venha nos permitir, um dia falarmos de outros pessoalmente.

Quanto a sua colocação, relativamente ao preço do leite, é uma ponto de vista muito bem colocado, mas a paridade do US$, com esta valorização do real, complica tudo, porque dificulta a exportação e, nós produtores é quem pagamos o pato.

Como o espaço está acabando, o que me resta é ficar na expectativa de um dia falarmos pessoalmente. Um grande abraço a você e sua esposa que aparece na foto, pois sem a esposa, a roça não é a mesma.
antonio carlos fachin
ANTONIO CARLOS FACHIN

PARANAVAÍ - PARANÁ

EM 08/01/2010

Bom dia a todos!
Parabéns, as materias aqui divulgada são de grande importancia, principalmente para nós que estamos iniciando no ramo (produção de leite). Fico feliz em ver que muitos que colocam sua experiencia do seu dia a dia é para fazer com que os outros cresçam em suas atividades.

Desde que comecei aprendi muito e tenho certeza que estou apredendo a cada materia lida.
Obs-em minha propriedade estou tendo uma mortalidade de bezerras alta de
15 a 45 dias de nascida, se alguem puder me dar alguma dica agradeço.
Marco Antonio Parreiras de Carvalho
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 17/12/2009

Prezada Carol Carvalho,
Muito obrigado por sua manifestação de carinho.
Como você diz, compartilhar e, acrescentaria acolher, são formas de "ser na vida" que levam e trazem boas energias.
Claro que aliado a isto, muito trabalho e comprometimento, se for prazeroso fica fácil... .
Abraços,
Marco Antonio
Carol Carvalho
CAROL CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 17/12/2009

Dotado de Inteligência, razão que o distingue dos animais irracionais, o homem nasce ambicioso e motivado a desenvolver o que esta inteligência lhe permite. Pode escolher se prefere ganhar mais dinheiro com o leite e estragar o úbere da novilha, ou tratá-la com carinho e ter mais leite na próxima reprodução. Ou ter um funcionário trabalhando 12hs por dia, recebendo uma merreca de salário, ou recebê-lo como um "filho", motiva-lo, ensina-lo e lhe dar participação sobre os lucros da fazenda para que trabalhe com amor. Pode escolher desmatar toda a vegetação natural da sua propriedade ou preservar aquela linda mata ciliar onde tem uma nascente que abastece a sua fazenda.

Resumindo o ser humano é livre para fazer suas escolhas, sempre em busca da "sua" qualidade de vida. Esquecendo que qualidade de vida é compartilhar o céu estrelado, sentir o cheiro da chuva na terra molhada, a paz que existe nos olhos dos animais, escutar o barulho da água no riacho, sentir o vento, é plantar uma semente e vê-la germinar, contemplar a natureza, a organização impecável, e senso de coletividade das formigas e abelhas, os pássaros que voltam ao anoitecer com absoluta precisão de horário. É sentir o cheiro do curral, é subir na árvore para comer jabuticaba, é conhecer pessoas como o Dr. Marco Antonio e PRINCIPALMENTE, DEITAR NA REDE DO SÍTIO FELICIDADE E ASSISTIR O MARAVILHOSO "BALÉ" DO TRATO DAS VACAS.
Marco Antonio Parreiras de Carvalho
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 16/12/2009

Prezado Francisco Amaro Mira,
Obrigado por suas palavras, constituem-se em grande estímulo para continuar o nosso caminho.
Certamente, você também trabalha com amor e que Deus esteja sempre ao seu lado, também.
Marco Antonio
Francisco Amaro Mira
FRANCISCO AMARO MIRA

ITUVERAVA - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 16/12/2009

Dr. Marcos Antônio - o mundo que todos sonhamos será realidade quando cada um no seu
seguimento de vida fizer o que dissestes acima ou seja usar o amor como o combustível
que tudo pode e tudo fortalece. Parabéns e que DEUS vos abençoe sempre.
Qual a sua dúvida hoje?