Segundo Bruno Girão, presidente da Betânia, as margens da companhia este ano já voltaram aos níveis históricos, e a expectativa é que a receita cresça 10% este ano. "O que ocorreu com a Betânia no ano passado não foi um caso isolado. Foi um descompasso entre os preços ao produtor e os preços ao consumidor, que foi impactado pela supersafra no Sudeste", disse. Em 2017, as cotações do leite ao produtor caíram com a maior oferta, mas os preços ao consumidor recuaram com mais força.
O lucro operacional da companhia (antes de juros e dos impostos) recuou de R$ 63,3 milhões em 2016 para R$ 18,4 milhões no ano passado, resultado que também foi prejudicado por custos não recorrentes fruto da transação com o fundo Arlon, que comprou 20% da capital da Betânia há um ano.
"A situação começou a mudar no terceiro trimestre o ano passado. O preço do leite no mercado já subiu e os custos ao produtor recuaram", disse. No caso do Nordeste, região onde a empresa concentra seus fornecedores, as perspectivas melhoraram devido ao bom período chuvoso que vem aliviando os impactos da seca, afirmou. Segundo Girão, a queda nos ganhos em 2017 não afetou o plano de investimentos da companhia este ano, quando a empresa fará novos lançamentos. "Estamos trazendo produtos que ainda não existem no Brasil", disse, sem dar detalhes.
Desde a entrada do Arlon na companhia, a Betânia busca aquisições no setor de lácteos, principalmente no Nordeste. "Essa é a vantagem de ter um sócio financeiro com experiência em fusões e aquisições. Temos olhado bastante, mas ainda não apareceu nada que fizesse sentido". No longo prazo, a Betânia pode buscar uma abertura de capital na bolsa, mas isso é algo que não deve ocorrer pelo menos nos próximos quatro anos, segundo Girão. "Ainda não temos o porte necessário, ou seja, um Ebitda de pelo menos R$ 200 milhões".
As informações são do jornal Valor Econômico.