Longa vida coloca Walmart e redes gaúchas em debate

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) entrou novamente em rota de colisão com o Walmart ao acusar a rede americana, líder do setor no Rio Grande do Sul, de promover uma "invasão predatória" no país. O motivo da controvérsia foi uma oferta de leite longa vida, promovida na semana passada pela supermercadista.

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A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) entrou novamente em rota de colisão com o Walmart ao acusar a rede americana, líder do setor no Rio Grande do Sul, de promover uma "invasão predatória" no país. O motivo da controvérsia foi uma oferta de leite longa vida, promovida na semana passada pela supermercadista.

Segundo a Agas, o Walmart vendeu leite longa vida abaixo do custo e depois teria punido, com o cancelamento de novos pedidos, um fornecedor que se negou a atender a uma encomenda em volume "extraordinário" de leite a preço abaixo do custo.

Em nota distribuída na última segunda-feira (13), a Agas afirmou que "uma empresa que chegou há poucos anos no Brasil está disposta a criar um tumulto no setor supermercadista". Em entrevista ao Valor, o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, confirmou que o alvo do protesto é o Walmart. Segundo ele, enquanto o preço médio do litro do leite longa vida pago para a indústria leiteira é de R$ 1,52, a rede ofereceu o produto nas prateleiras a R$ 1,34.

Para Longo, o Walmart está usando o "poderio de compra para neutralizar a concorrência leal", o que ameaça aumentar a concentração do setor e deixar os consumidores e fornecedores "dependentes das atitudes de poucas empresas que ditarão as regras de mercado". A oferta que deflagrou o protesto ocorreu na cidade de Bento Gonçalves (RS) e obrigou a rede Apolo, do próprio presidente da Agas, a baixar o preço do leite longa vida de R$ 1,69 para R$ 1,39, segundo o empresário.

No fim da tarde, o Walmart disse, também por comunicado, que "estranha" a nota emitida pelo presidente da Agas e afirmou que a oferta promovida pelo supermercado da bandeira Nacional foi uma "resposta" a preços praticados pela concorrência local. "Tais ações promocionais são muito usuais e amplamente praticadas por varejistas no mercado brasileiro", afirmou a rede, garantindo ainda que "segue realizando normalmente" os pedidos ao fornecedor envolvido.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat), Carlos Feijó, porém, o caso foi "pontual" e a entidade não recebeu qualquer denúncia dos associados sobre o assunto.

Segundo Feijó, em função da escala de compras a política comercial do Walmart é mais "agressiva" do que as demais redes, mas também é "honesta". A supermercadista americana é a maior do setor no Rio Grande do Sul, com participação de 33% sobre o mercado e faturamento local estimado pela Agas em R$ 3,9 bilhões em 2009, à frente do Zaffari (R$ 2,1 bilhões) e do Carrefour (R$ 883,3 milhões). Mesmo assim, o presidente do Sindilat considera que o protesto da associação tem caráter preventivo para, evitar que a situação se "alastre". A rede Apolo, de Longo, é a 24ª no ranking da Agas, com receita de R$ 61,4 milhões em 2009.

A matéria é de Sérgio Bueno, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Darci Mazzoni Jr
DARCI MAZZONI JR

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 20/12/2010

Todos os laticinios estão com problemas de caixa, os produtores vendendo as vacas por ganherem pouco, e as grandes redes, que são financiadas pelo governo atraves de benificios fiscais, e aporte de capital de bndes, fazem esse tipo de situação para poder reduzir os preços.

Quero saber quem vai tomar leite daqui uns anos, onde os produtores estão cada vez mais sem dinheiro, sendo pago uma miseria para eles do produtos.


Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/12/2010

A notícia tem tudo para que a Tetra e a ABLV entrem com notificação, junto ao CADE, por práticas abusivas de comércio por oligpsônio.
José Aparecido dos Santos
JOSÉ APARECIDO DOS SANTOS

MARINGÁ - PARANÁ

EM 15/12/2010

Isto é praticado em todo território nacional e livre e sem nenhuma punição, causando problemas aos laticinios, pecuaristas e evolução do mercado.
valdinei grapiglia
VALDINEI GRAPIGLIA

CONSTANTINA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/12/2010

Olá. A uns 5 anos acompanho estes "acontecimentos" assim digamos. Quando alguma empresa ou grupo acha que está na hora de escolhambar com o mercado e baixar o preço do leite eles fazem isso, puxam pra baixo o preço com algumas promoções dessas, ai as outras empresas vêem-se obrigadas a baixar o preço também para poderem vender. É, digamos que o gatilho tenha sido disparado.

Bem, para o consumidor até este momente isto é ótimo, afinal fará com que o preço do leite na prateleira caia, no entanto não podemos nos esquecer que mais uma vez quem sairá perdendo nessa história é o produtor de leite. Por exemplo, nós aqui no Rio Grande do Sul, estamos com um dos menores preços do pais (conforme dados deste site mesmo), justamente nesta época nossos custos subiram muito, principalmente devido à alta nos custos da ração nestes 2 últimos meses.

A história tem sido a mesma nos últimos anos, o preço sobe 30% para o consumidor o produtor ganha 10% de aumento, ai quando o preço cai para o consumidor o já imagina oque irá acontecer.

Acho que temos que protestar e quem puder agir por favor faça isso. Espero que as demais empresas não entrem nesta onda e que as empresas de leite resistam e não forneçam leite por valores menores dos que estão sendo praticados atualmente, vamos combater esta concorrência desleal. Sei que estamos chegando numa época de queda no consumo, no entanto os custos do produtor se mantem.
Um forte abraço a todos.
Alex M. M. Sá Andrade
ALEX M. M. SÁ ANDRADE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 15/12/2010

Isto é praticado em todo pais , a maioria dos supermercados compram o leite longa vida POR EXEMPLO, a R$1,45 e vendem na promoção a R$ 1,39, sem bonificação qualquer ou seja compra num preço e vende abaixo para atrair os clientes e criar uma duvida dos concorrentes do leite sobre os preços dos produtos .
Resultado ninguem ganha nada com isso , somente o consumidor .
Compra a R$ 1,45 e vende a R$ 1,49 , ganhando r$ 0,04 do que perder R$ 0,06 vendendo a R$ 1,39.
Qual a sua dúvida hoje?