Lojas especializadas em produtos saudáveis crescem acima de 18%

Seja para emagrecer, para ter uma alimentação mais adequada ou para não sofrer tanto diante de intolerâncias alimentares, os consumidores de produtos naturais, orgânicos e especiais garantiram a lojas e mercearias especializadas nesses produtos um crescimento de dois dígitos, mesmo nos três últimos anos de crise econômica.

Publicado por: MilkPoint

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Seja para emagrecer, para ter uma alimentação mais adequada ou para não sofrer tanto diante de intolerâncias alimentares, os consumidores de produtos naturais, orgânicos e especiais garantiram a lojas e mercearias especializadas nesses produtos um crescimento de dois dígitos, mesmo nos três últimos anos de crise econômica. 

  • 80% dos brasileiros se esforçam para ter uma alimentação saudável;
  • 71% pagam mais por produtos que tragam benefícios à saúde. 

E as perspectivas continuam boas. Um exemplo é a Mundo Verde, que cresceu 18% ao ano nos últimos quatro anos. O número de lojas praticamente dobrou. “Com o envelhecimento da população, as pessoas se tornam conscientes em relação à alimentação e buscam opções mais saudáveis no dia a dia”, diz Charles Martins, CEO da companhia. O avanço incentivou a empresa a conquistar o mundo virtual e preparar uma integração que vai permitir ao consumidor receber o produto em casa ou retirá-lo nas lojas, com o custo do frete bem inferior ao usual.

Já o e-commerce é a aposta da loja N4 Natural. Criada na cidade de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, há nove anos, encontrou na internet a possibilidade de conquistar o país. “Quando meu pai montou a loja, esse mercado era praticamente desconhecido. Mas, como vem crescendo muito, há seis anos decidimos tentar a distribuição pelo correio. A expansão pelo site deu certo”, conta Augusto Comitre, sócio-proprietário da empresa.

Criado em 2015 e com 4 lojas em bairros de classe média de São Paulo, o Armazém Cerealista  tem como diferencial a curadoria de produtos. “Não vendemos simplesmente o que está na moda, pesquisamos e oferecemos o que realmente faz bem à saúde ou que pode ser aceito por intolerantes”, afirma Emiliano Amaral, sócio-proprietário. Assim como as demais lojas, o Armazém Cerealista registrou crescimento de dois dígitos desde que foi inaugurado.

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Essas peculiaridades – de consumidores antenados e seleção minuciosa dos produtos que serão vendidos – fazem com que as mercearias e lojas especializadas não se sintam concorrentes dos supermercados. “Eles têm uma prateleira com produtos saudáveis e só conseguem comprar de grandes indústrias, então oferecemos muitas coisas que eles não têm”, avalia Amaral, do Armazém Cerealista. 

Bom exemplo - Mundo Verde

Figura 1

  • 18%: aumento anual do Mundo Verde nos últimos 4 anos;
  • 400 lojas hoje, contra 230 de quatro anos atrás; 
  • R$ 585 milhões: faturamento em 2018 da empresa. Em 2017, foi de R$ 500 milhões; 
  • 20%: alta anual nas vendas da N4 Natural desde que foi criada, há nove anos; 
  • 70%: é a participação do on-line no faturamento da empresa.

Foco online - N4 Natural

Figura 2

  • 20%: alta anual nas vendas da N4 Natural desde que foi criada, há nove anos; 
  • 70%: é a participação do online no faturamento da empresa. 

Fornecedores crescem e investem

1. Dr. Schär

Nos últimos três anos, a empresa italiana especializada em produtos sem glúten teve um crescimento anual de 10%. As lojas de produtos saudáveis, mercearias e armazéns representam 35% dos negócios. Os resultados do segmento no Brasil são tão bons, que a Dr. Schär, após chegar ao país por um importador em 2012, resolveu estabelecer aqui a primeira filial da América Latina dois anos depois. Em 2017, a companhia adquiriu a Beladri e transformou a fábrica da empresa na primeira do Hemisfério Sul e a décima unidade produtora do mundo. Segundo a empresa, nas lojas especializadas em produtos saudáveis, o consumidor tem mais tempo para conhecer as novidades e entender o diferencial dos produtos. “Isso permite trabalhar com um sortimento mais amplo em relação ao grande varejo, onde o mix precisa ser bastante assertivo”, dizem Conrado Canzonieri, gerente comercial, e Ticiana Menezes, diretora de marketing e vendas da Dr. Schär. “Nos grandes clientes, conseguimos volumes interessantes, porém os pequenos possuem muito mais flexibilidade e velocidade para trabalhar categorias especiais, assim conseguimos bastante resultado com eles”, completam.

2. Linea

A fabricante, que antes era focada em adoçantes, passou a investir também em snacks e outros produtos naturais. “O consumidor está cada vez mais maduro e em busca de uma vida melhor”, diz Wilton de Oliveira, diretor de vendas e trade marketing. E a adaptação não ocorreu apenas para atender o cliente final. Vendo a expansão dos empórios, armazéns e lojas de produtos naturais, a Linea mudou também o tamanho de suas embalagens. “Alguns produtos possuíam 48 unidades na caixa. Reduzimos alguns para 24 e outros para 12. Dessa forma, o desembolso do pequeno é menor", conta Oliveira. Atualmente, com essa adaptação, as lojas menores passaram a representar 3% do faturamento da indústria.

3. Fhom

As mercearias especializadas representam 20% das vendas da empresa, que tem em seu portfólio produtos sem glúten e sem conservantes, além de orgânicos. “Ao longo do tempo, fomos observando a mudança de hábito dos consumidores e promovendo alterações nas formulações de nossos produtos e deixando-os cada vez mais naturais, eliminando aditivos químicos”, afirma Marisa Vidoz, diretora da Fhom, que tem entre seus carros-chefes chips de batata-doce e mandioquinha, que antes eram formulados com aditivos e hoje são naturais.

Desafio no fornecimento de orgânicos

Uma das maiores dificuldades das mercearias e lojas especializadas é encontrar fornecedores profissionais. No caso dos orgânicos, por exemplo, há muito produtor familiar, sem certificação e/ou empresa aberta. O mesmo ocorre com produtos naturais como geleias, iogurtes e doces. “Em alguns casos trabalhamos como consultores para ensinar às indústrias e aos produtores o que precisa ser feito. Podemos até ajudar na certificação, mas é preciso estar interessado na formalização, o que muitas vezes não ocorre”, conta Emiliano Amaral, sócio proprietário do Armazém Cerealista, uma rede de quatro lojas em bairros de classe média de São Paulo.

Quem são os consumidores:

  • Pessoas acima de 30 anos, que buscam alimentação saudável e suplementos, como colágeno e óleo de semente de uva, etc;
  • Praticantes de atividade física que precisam complementar a alimentação com suplementos;
  • Pessoas com intolerância ou alergia alimentar;
  • Portadores de doenças como diabetes; hipertensos e com colesterol alto;
  • Obesos e quem deseja emagrecer.

As informações são do portal SA Varejo.

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