A cadeia produtiva do leite precisa de uma melhor organização para aumentar a sua competitividade e para que o produtor possa ter previsibilidade e acesso à tecnologia. A avaliação foi feita por representantes de produtores e da indústria, em entrevistas ao vivo transmitidas pelo perfil da Globo Rural no Instagram, nesta sexta-feira (16/4).
Capital de giro
Uma das principais necessidade destacadas pelas lideranças da cadeia produtiva do leite durante a transmissão é a de capital de giro. Geraldo Borges, da Abraleite, explicou que o produtor não tem controle sobre o preço de venda de seu produto para o laticínio. E acrescentou que, entre o momento da entrega e do pagamento pelo produto, leva de 30 a 40 dias. E que isso acaba afetando o planejamento do negócio.
“Tem produtores que não se organizam para adquirir a soja e o milho no melhor momento. O leite tem que ser trabalhado com planejamento anual. O pequeno tem mais dificuldade porque não tem capital de giro”, disse ele, lembrando que os preços de insumos como o milho e a soja estão mais altos nesse período.
Da parte da indústria, Darlan Palharini, do Sindilat/RS, indicou que as empresas vivem situação semelhante em relação aos seus clientes. Segundo ele, o tempo que a indústria leva para receber do mercado varejista varia entre 60 e 90 dias.
“Tem um desencaixe nesse sentido. O produtor tem entendido essa realidade, mas a gente não consegue trazer o varejo para sentar junto. E temos uma situação no Brasil em que o leite UHT virou produto de promoção em supermercado”, argumentou Palharini, explicando que, muitas vezes o varejista vende o leite a um preço mais baixo para usar o produto como chamariz e compensar no seu mix de venda.
Fonte: Revista Globo Rural, adaptado por Sindilat.